Concreto que usa borra de café é mais forte e bom para o meio ambiente

28/08/2023 às 09:002 min de leitura

O que você faz com a borra do café depois de preparar a bebida? Joga no lixo? Pois engenheiros australianos decidiram dar um destino diferente às sobras e estão dispostos a provar que o café poderá ser bastante útil para as construções do futuro. O estudo que explorou essa possibilidade foi publicado no Journal of Cleaner Production. Confira, a seguir, qual foi a técnica desenvolvida:

(Fonte: Getty Images/Reprodução)(Fonte: Getty Images/Reprodução)

Adicionando café à mistura para concreto

Para tornar o concreto mais resistente, a equipe recorreu a diversos métodos para avaliar qual seria o mais eficiente. Por se tratar de um resíduo com alto teor orgânico, o caminho seria pirolisar a borra de café em diferentes temperaturas (lembrando que, na pirólise, ocorre um processo de aquecimento sem oxigênio).

Além disso, pesquisadores avaliaram a porcentagem que poderia ser empregada em substituição aos materiais normalmente inseridos no preparo do concreto, como a areia. Por fim, uma série de testes para avaliar a resistência e a composição da mistura ainda foram realizados. Tudo isso para encontrar as melhores condições para o aproveitamento do pó de café reutilizado.

Ao substituir 15% do volume de areia que seria utilizada para a mistura tradicionalmente pela borra de café, pesquisadores obtiveram uma melhoria substancial. Assim, foi possível descobrir que o processo de pirólise a 350 °C apresentou os melhores indicadores, com aumento de 29,3% na resistência do novo concreto misturado com biocarvão derivado do café.

Adição da borra de café à mistura tornou o concreto quase 30% mais resistente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)Adição da borra de café à mistura tornou o concreto quase 30% mais resistente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Benefícios do uso do concreto sustentável

Segundo o estudo, essa nova mistura se mostra promissora por diferentes motivos: a borra de café representa um volume significativo do material orgânico descartado diariamente. Apenas na Austrália, são pelo menos 75 mil toneladas de café moído jogadas no lixo por ano.

E por se tratar de um material que muitas vezes acaba em aterros sanitários, também está entre os resíduos que geram gás metano (CH4), provocando, assim, impactos no clima do planeta. Em se tratando do aquecimento global, o estudo ainda destaca que o efeito desse gás é 21 vezes pior que o gerado pelo gás carbônico (CO2).


A indústria do concreto, por outro lado, ainda responde pela emissão de resíduos e por acarretar impactos ambientais sob diferentes aspectos, como ao atuar na redução da cobertura vegetal e fazer uso de outros processos que elevam a concentração de poluentes na atmosfera.

Pelo menos 50 milhões de toneladas de areia, retiradas das margens e leitos dos rios, são destinadas a projetos de construção todo ano. Jie Li, que lidera a equipe de pesquisa, destaca que o próprio processo de obtenção da areia se mostra bastante nocivo do ponto de vista ambiental, isso sem considerar que ainda se trata de um recurso limitado.

Para Shannon Kilmartin-Lynch, co-autor do estudo, apesar da pesquisa estar nos estágios iniciais, as descobertas oferecem uma nova forma de reduzir o volume de material orgânico descartado.

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