Mistério das 'balas de canhão cósmicas' é desvendado

01/09/2023 às 13:002 min de leitura

A solução para o intrigante comportamento do pulsar J1023 foi finalmente revelada por cientistas. Este objeto, parte de um sistema estelar binário a 4,5 mil anos-luz de distância, desconcertou os astrônomos com suas mudanças rápidas entre estados de alta e baixa energia, em intervalos de segundos.

Agora, após uma década de observações, pesquisadores finalmente identificaram a causa por trás desse comportamento incomum. Os pulsares são estrelas de nêutrons extremamente magnéticas que resultam do colapso de estrelas massivas. Eles giram com uma velocidade impressionante em torno de seus eixos e emitem feixes intensos de radiação eletromagnética dos polos, assemelhando-se a faróis cósmicos que, como o nome sugere, pulsam no espaço.

No entanto, em 2013, o J1023 desafiou por completo a norma observada pelos astrônomos: ao invés de aderir ao padrão esperado de pulsos regulares, ele começou a exibir um comportamento verdadeiramente rebelde e inesperado. Ou seja, alternava entre dois modos muito distintos: um de alta energia, emitindo raios-X e uma intensa luz visível e ultravioleta, e outro de baixa energia, caracterizado por ondas de rádio mais prolongadas e suaves. 

O J1023 rapidamente chamou a atenção. Ele havia sido descoberto poucos anos antes, em 2009, mas o comportamento estranho fez ele se tornar famoso. O aspecto mais intrigante era a frequência impressionante com a qual essas alternâncias ocorriam, mudando a cada poucos segundos. Isso deixou os cientistas perplexos, tentando desvendar o que estava acontecendo com esse pulsar que parecia ter seu próprio ritmo cósmico.

Representação artística do pulsar J1023 (Imagem: Agência Espacial Europeia)Representação artística do pulsar J1023 (Imagem: Agência Espacial Europeia)

O crush cósmico

E o que parecia ser um enigma cósmico se revelou como um romance estelar intrigante. A solução para esse quebra-cabeça intergaláctico estava “na cara” de todo mundo: a estrela companheira do J1023! 

O poder gravitacional do pulsar funcionava como um poderoso ímã cósmico, exercendo sua atração sobre o plasma proveniente de sua estrela companheira. À medida que o pulsar avançava em rotação, fragmentos de plasma altamente aquecido eram expelidos no espaço em uma exibição quase teatral, assemelhando-se a verdadeiros "canhões cósmicos". Esse fenômeno extraordinário atingia o seu ápice com o rápido retorno ao estado de baixa energia, estabelecendo assim um ciclo hipnotizante de transições energéticas.

Esse trabalho, além de resolver o mistério de uma década, revelou um novo mecanismo intrigante de interação entre estrelas próximas. Agora, a questão que permanece é se esse comportamento é exclusivo do J1023 ou se outros objetos cósmicos também podem exibir essa dança energética tão peculiar.

Os pesquisadores estão ansiosos para expandir sua busca, observando atentamente o espaço em busca de outros "canhões cósmicos" e objetos com padrões energéticos semelhantes. Com cada nova descoberta, as fronteiras do conhecimento astronômico se expandem e nos lembram da vastidão e complexidade do universo que nos rodeia.

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