O que se sabe de novo sobre as penas dos dinossauros?

27/09/2023 às 09:002 min de leitura

Um novo estudo, liderado por Tiffany S. Slater, da Universidade de Cork, na Irlanda, e publicado na revista Nature Ecology & Evolution fez novas descobertas sobre as penas de dinossauros e a evolução das penas atuais.

Pesquisas anteriores sugeriam que as penas de dinossauros tinham uma composição proteica diferente da de penas dos pássaros modernos. Enquanto as últimas são de beta-queratina, que deixam as penas mais fortes rígidas e propícias para o voo, as penas de dinossauros seriam de uma categoria mais primitiva, formada por alfa-queratina.

Esta teoria, porém, sempre gerou debate, uma vez que era possível que as penas de dinossauros encontradas em fósseis poderiam ter passado por processos de desgaste. E foi isso que o estudo confirmou, os pesquisadores encontraram traços de beta-queratina, o que indica que a alfa-queratina se formou durante o processo de fossilização.

Como foi feito o estudo?

Reprodução do fóssil de um Sinornithosaurus. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)Reprodução do fóssil de um Sinornithosaurus. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Pesquisadores da Universidade de Cork, em conjunto com uma equipe da Stanford Synchrotron Radiation Light Source, analisaram a penas fossilizadas de duas origens, uma de dinossauro e uma de um pássaro primitivo. O dinossauro em questão era da espécie alada Sinornithosaurus, cuja datação do fóssil é de 125 milhões de anos atrás, enquanto o pássaro era da Confuciusornis, que viveu há cerca de 50 milhões de anos.

A análise foi realizada com um novo método mais completo, que combinou raio-x e tecnologia de luz infravermelha. Além disso, os pesquisadores simularem o calor a que as penas poderiam ter sido expostas no processo de fossilização, para entender os efeitos nas proteínas investigadas.

Repercussões da descoberta

Segundo declaração dada pelos autores no site da Universidade de Cork, a descoberta pode fazer com que se repense toda a abordagem a análises de fósseis. Para Maria McNamara, uma das autoras, entender a química que ocorre durante o processo de fossilização vai impedir de que conclusões precipitadas sejam tomadas. Por exemplo, traços de substância encontradas em fósseis não informam necessariamente que ele existia no animal estudado, mas pode ter sido proveniente da interação com outros objetos e com as condições climáticas ao longo de milhões de anos.

O estudo também demonstra que as penas atuais podem ter surgido bem antes do que se pensava, já que ficou provado que o processo de fossilização altera a formação das penas analisadas. Isto será um importante passo (ou voo) para novos estudos paleontológicos e sobre a evolução das espécies.

Dinossauros e pássaros

Representação de um Wulong, dinossauros alados tem muito em comum com pássaros atuais. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)Representação de um Wulong, dinossauros alados tem muito em comum com pássaros atuais. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Atualmente, acredita-se que todos as espécies de pássaros tenham evoluído de diferentes espécies de dinossauros com penas que sobreviveram à queda do asteroide que dizimou a vida na terra a 65 milhões de anos. As penas, porém, parecem ter surgido em dinossauros terrestres que tinham outros usos para elas.

O primeiro fóssil registrado de réptil com penas foi o Archaeopteryx lithographica, conhecido como arqueópterix. O fóssil foi descoberto em 1860 e iniciou as teorias sobre a evolução de pássaros e seu passado em comum com dinossauros.

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