Nova espécie de mariposa é descoberta por 'fã' em parque de Londres

08/12/2023 às 13:002 min de leitura

Em 2021, uma entusiasta de mariposas chamada Barbara Mulligan foi pega de surpresa ao abrir uma de suas armadilhas e encontrar uma pequena mariposa marrom que ela não reconhecia. Natural de Ealing, no oeste de Londres, Mulligan foi em busca da opinião de um especialista. 

De acordo com o Museu de História Natural, o animal em questão, na verdade, era nativo da Austrália, a mais de 14 mil km de distância. Não apenas isso, Barbara foi a única pessoa no Reino Unido a avistar essa mariposa e também responsável por encontrar uma espécie não descrita, que de alguma forma viajou da Austrália Ocidental e acabou se estabelecendo em três ou quatro lugares de Londres.

Surpresa agradável

(Fonte: Mark Sterling/Curadores do Museu de História Natural)(Fonte: Mark Sterling/Curadores do Museu de História Natural)

Em entrevista à BBC, Mulligan afirmou ter ficado muito contente com a sua descoberta. Sendo uma diretora aposentada de finanças habitacionais, ela captura e cria mariposas desde que tinha apenas 10 anos. Depois de encontrar essa nova espécie de mariposa no Walpole Park, Barbara também encontrou mais 25 espécimes em vários lugares do oeste de Londres.

“Uma coisa que nunca pensei que aconteceria foi encontrar uma nova espécie”, disse ela. Quando Mulligan enviou a primeira mariposa para o Museu de História Natural, quem recebeu o espécime foi Mark Sterling, cientista associado que trabalha como parte da unidade de microlepidópteros do museu. Depois de analisar de perto a nova mariposa e descrever sua forma e anatomia, o pesquisador e sua equipe conseguiram categorizá-la dentro do gênero Tchystola, nativo da Austrália. 

Porém, o animal não correspondia a nenhuma espécie conhecida. Felizmente, o museu também estava testando uma técnica genética de última geração ao mesmo tempo, a qual envolve sequenciar o genoma de um espécime em pedaços incrivelmente pequenos. Através dessa tecnologia, os pesquisadores do museu compararam um espécime de Tachystola hemisema de Sydney com outro espécime sem nome encontrado na Austrália Ocidental em 1886. 

Descobrindo novas espécies

(Fonte: David Lees/Museu de História Natural)(Fonte: David Lees/Museu de História Natural)

Quando o resultado dos estudos chegou, os pesquisadores ficaram chocados. A sequência entre os dois espécimes era praticamente idêntica, mas havia uma diferença de 3,65% no código de barras do DNA entre o espécie da Austrália Ocidental e as espécies descritas em Sydney. Logo, esse já é um número aceitável para caracterizar a criatura como parte de uma espécie distinta.

No entanto, o espécime não identificado da Austrália Ocidental correspondia às mariposas descobertas por Barbara Mulligan em Londres. Como tal, essa espécie recentemente reconhecida recebeu o nome de Tachystola mulliganae, em homenagem à própria entusiasta responsável pelo feito científico. 

“É bom pensar que serei lembrado para sempre por uma mariposa”, disse Mulligan. Como próxima etapa, os pesquisadores esperam descobrir como essas pequenas mariposas conseguiram viajar da Austrália Ocidental até um parque em Ealing. Em primeiro momento, existe uma crença que o processo pode estar relacionado com a importação de plantas para a região, mas nada está confirmado. 

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