Ciência
02/01/2024 às 08:00•2 min de leitura
Um dos grandes motivos que facilitam a existência de vida na Terra é porque nós residimos em um planeta perfeitamente posicionado no Sistema Solar, onde o clima ameno forneceu as condições perfeitas para que as mais variadas espécies pudessem dar as caras. Mas se o Sol que está no céu fornece calor para nós, por que existem várias partes do universo ao nosso redor que são tão frias?
Em primeiro lugar, a temperatura média do vazio que nos cerca é de -270,45 °C, enquanto o Sol possui um núcleo com temperaturas acima de 15 milhões de °C e atmosfera externa de 3,5 milhões de °C. Logo, por que o restante do espaço não está quente? Para sanarmos essa dúvida, precisamos nos aventurar cientificamente.
(Fonte: GettyImages)
Um dos grandes problemas desse paradoxo é que os seres humanos tendem a ver o Sol como uma verdadeira fogueira ao nosso redor, aquecendo os planetas como um marshmallow tostado em um graveto perto do fogo. Porém, não é assim que os planetas são aquecidos.
O calor que sentimos na Terra, por exemplo, não é energia térmica direta do Sol, mas o resultado da radiação solar emitido pela estrela interagindo com determinadas partículas.
Com menos partículas para interagir no quase vácuo do espaço, não há matéria suficiente para aquecer por radiação. No entanto, isso também não significa que você possa enviar uma nave espacial para perto do Sol e esperar que ela não seja tostada. Quando uma matéria é colocada no caminho direto da radiação solar, ela inevitavelmente irá aquecer — sobretudo considerando as temperaturas escaldantes que guiam o entro do Sistema Solar.
(Fonte: GettyImages)
Embora seja um grande desafio, a humanidade segue demonstrando sua vontade incessante de desbravar o universo ao nosso redor. E no meio desses estudos, o Sol obviamente também é um alvo de compreensão bastante visado. Por conta disso, cientistas já desenvolveram algumas tecnologias para nos ajudar a conseguir realizar algumas missões espaciais que se aproximem um pouco mais da grande estrela.
Na abordagem mais próxima, os escudos solares da Parker Solar Probe da NASA enfrentarão temperaturas de 1,4 mil °C enquanto a sonda tenta manter a sua carga útil próxima da temperatura ambiente. Lançada em 2018, a Parker Solar Probe tornou-se a primeira nave espacial a voar através da coroa do Sol em 2021. E a cada órbita que se aproxima, a sonda enfrenta calor e radiação brutais para fornecer à humanidade observações sem precedentes sobre a única estrela que podemos estudar de perto.
Quem também enviou uma sonda para observar o Sol foi a Índia, em setembro de 2023. A viagem programada para durar quatro meses deve colocar a nave a uma distância de 1,5 milhão de quilômetros de distância da Terra, também com o objetivo de aprender mais sobre a atividade solar — principalmente a dinâmica dos ventos e erupções solares e os efeitos da radiação no nosso planeta e em satélites.