Fósseis revelam enormes vermes marinhos de 500 milhões de anos

08/01/2024 às 02:002 min de leitura

Uma equipe de pesquisadores descobriu os restos de enormes vermes carnívoros extintos há quase meio bilhão de anos perto do topo do mundo. O antigo ser, nomeado Timorebestia, ou 'monstro do terror', habitava as águas da Groenlândia do Norte há mais de 518 milhões de anos.

Novos fósseis indicam que esses vermes possuíam nadadeiras nas laterais do corpo, uma cabeça com longas antenas e estruturas de mandíbulas enormes no interior da boca, podendo atingir quase 30 centímetros de comprimento. Esses foram alguns dos maiores animais nadadores do Período Cambriano, conforme descrito em um estudo publicado na revista Science Advances

A origem na Explosão Cambriana

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Na época em que esses monstros do terror habitavam os mares, há mais de 500 milhões de anos, a Terra passava por uma grande expansão da vida conhecida como a Explosão Cambriana. Foi quando a maioria dos principais grupos de animais apareceu pela primeira vez em registros fósseis, parcialmente devido a temperaturas mais baixas e mudanças tectônicas. Toda essa diversificação biológica ocorreu em um período relativamente curto: cerca de 30 milhões de anos.

Os Timorebestia foram descobertos em 2017 durante uma expedição na remota região do Norte da Groenlândia, e podem representar uma dinastia de predadores até então desconhecida pelos cientistas. Enquanto os artrópodes dominavam, esses seres eram gigantes para a época, equivalente aos principais carnívoros dos oceanos modernos na era Cambriana segundo Jakob Vinther, co-autor do estudo e paleontólogo da Universidade de Bristol. "Nossa pesquisa mostra que esses antigos ecossistemas oceânicos eram bastante complexos, com uma cadeia alimentar que permitia várias camadas de predadores", explica. 

Desvendando um sistema digestivo de milhões de anos

(Fonte: Jakob Vinther/University of Bristol/Reprodução)(Fonte: Jakob Vinther/University of Bristol/Reprodução)

Os novos fósseis encontrados estavam excepcionalmente bem preservados, permitindo com que a equipe estudasse de perto a anatomia muscular, sistemas nervosos e sistemas digestivos das criaturas. Ao examinar o sistema digestivo fossilizado de Timorebestia, encontraram até os restos de um artrópode nadador comum chamado Isoxys.

Esses serem tinham espinhos protetores longos, apontando para frente e para trás. No entanto, eles claramente não conseguiram evitar a morte completamente, porque os Timorebestia os devoravam em abundância. Embora artrópodes como os Isoxys apareçam no registro fóssil de 521 a 529 milhões de anos atrás, a equipe acredita que os Timorebestia dominaram os oceanos antes mesmo do surgimento dos artrópodes.

A evolução dos vermes-flecha

(Fonte: University of Chicago/Wikimedia Commons)(Fonte: University of Chicago/Wikimedia Commons)

O Timorebestia já é considerado um parente distante dos vermes-flecha atuais, e compartilha um ancestral comum há mais de meio bilhão de anos. Os vermes-flecha atuais possuem cerdas na cabeça para capturar presas, enquanto Timorebestia tinha mandíbulas dentro da cabeça. Essa descoberta esclarece os elos evolutivos entre organismos aparentemente distintos, proporcionando uma visão mais clara da evolução dos vermes-flecha ao longo de centenas de milhões de anos.

A equipe de pesquisadores pretende continuar estudando os diversos organismos coletados durante a expedição, aprofundando nossa compreensão sobre a evolução dos ecossistemas animais mais antigos do planeta.

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