Matar 470 mil corujas de uma espécie realmente irá ajudar a salvar outra da extinção?

21/01/2024 às 09:002 min de leitura

Uma matança iminente de 470 mil corujas-barradas está dividindo a população de três estados americanos, além de biólogos e conservacionistas. A proposta, feita pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA (USFWS) para os próximos 30 anos, seria a única alternativa viável para salvar a extinção de outra família, a das corujas-pintadas do norte.

Por enquanto na forma de um processo de Avaliação de Impacto Ambiental, a proposta do USFWS está aberta no site de seu escritório em Sacramento, na Califórnia, para comentários públicos até 16 de janeiro. Listadas como "em perigo crítico" pela Lei de Espécies Ameaçadas, as populações de coruja-pintada do norte "estão diminuindo rapidamente devido à perda de habitat", diz a consulta pública.

Embora intimamente ligadas, somente as corujas-pintadas são nativas da região noroeste do Pacífico. Já as corujas-barradas são consideradas uma espécie invasora, oriunda do leste da América do Norte. Devido ao seu tamanho superior, maior adaptabilidade e rápida taxa de reprodução, as "imigrantes" levaram vantagem na competição pelo habitat comum.  

O declínio das corujas-pintadas do norte

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

A chegada das corujas-barradas durante o último século teve forte impacto na vida de suas colegas pintadas do norte, cuja população despencou cerca de 75% apenas nos últimos 20 anos, segundo o USFWS. 

A estimativa atual dos cientistas é de que existam apenas 3 mil a 5,2 mil corujas-pintadas nas terras federais dos estados de Washington, Oregon e no norte da Califórnia. Na mesma região, as corujas-barradas totalizam mais de 100 mil.

Essa competição desigual por habitat preocupa os biólogos há muito tempo. Em um experimento divulgado em 2021, cientistas promoveram a eliminação de 2.485 corujas-barradas em cinco áreas de estudo. Em cinco anos, as taxas de sobrevivência das corujas-pintadas aumentaram em média 10% nos locais testados.

A reação dos conservacionistas à matança de corujas-barradas

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Embora os cientistas do governo defendam o abate das corujas-barradas como a única alternativa possível para que as corujas-pintadas tenham chance de se recuperar, nem todos concordam com a solução. Para a diretora do grupo Friends of Animals, Jennifer Best, "não achamos que seja ético sair e chamar corujas-barradas e atirar nelas com uma espingarda, porque atualmente elas estão se saindo melhor no ambiente existente", disse ela à NBC.

Kessina Lee, supervisora do USFWS em Oregon, argumenta em entrevista ao Oregon Public Broadcasting que não se trata "de escolher conservar uma ave em vez de outra, trata-se de conservar as duas espécies". Para ela, ainda que o serviço remova toda a população de corujas prevista em 30 anos, o total representaria apenas 1% da população de corujas-barradas da região.

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