'Retro': o primeiro macaco-rhesus clonado a sobreviver mais de um dia

18/01/2024 às 06:572 min de leitura

Em 2020, cientistas na China foram capazes de clonar com sucesso um macaco-rhesus ao fornecer ao embrião clonado uma placenta saudável. A técnica inovadora foi capaz de aumentar significantemente a taxa de sucesso de clonagens. O primata, apelidado de Retro, tem agora 3 anos e meio de idade e ainda "está bem e crescendo forte", disse o coautor do estudo Qiang Sun, neurocientista de primatas da Academia Chinesa de Ciências, em entrevista à Live Science.

Os pesquisadores já haviam clonado macacos-rhesus anteriormente, mas este é o primeiro exemplar que sobreviveu mais de um dia usando um método conhecido como transferência nuclear de células somáticas — o qual envolve a substituição do núcleo de um óvulo fertilizado por um núcleo extraído de células somáticas de outro indivíduo.

Experimento revolucionário

(Fonte: Zhaodi Liao/Divulgação)(Fonte: Zhaodi Liao/Divulgação)

Como dito anteriormente, uma tentativa anterior de clonar um macaco-rhesus usando transferência nuclear de células somáticas resultou em um nascimento vivo de um novo macaco, mas o filhote morreu apenas 12 horas após o parto. Os macacos-rhesus (Maca mulatta) são comumente usados em experimentos de laboratório e pesquisas médicas por serem geneticamente muito próximos dos humanos.

A criação de clones destes macacos "pode ajudar-nos a obter modelos de primatas não humanos com antecedentes genéticos e genótipos idênticos num curto espaço de tempo", disse Sun em sua declaração. Isso ajudaria os investigadores a filtrar quaisquer efeitos da variação genética entre modelos ao testar medicamentos, explicaram os pesquisadores em seu estudo.

A clonagem bem-sucedida, conforme foi descrita no estudo publicado na revista Nature Communications, é um passo para melhorar a eficiência da clonagem de primatas e outros mamíferos. A técnica de transferência nuclear de células somáticas já foi usada para clonar uma série de diferentes mamíferos até agora, como macacos, ovelhas, bovinos e cães.

Expectativas para o futuro

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

A maioria dos embriões clonados até aqui não sobrevive até o nascimento, muitas vezes devido a defeitos no desenvolvimento e na estrutura da placenta. Segundo os cientistas, entre 1% e 3% das tentativas resultam em nascimento vivo usando métodos de clonagem convencionais, embora a taxa de sucesso seja ligeiramente maior em bovinos (5 a 20%).

Para contornar esse problema, Sun e seus colegas substituíram um conjunto de células que normalmente se desenvolve na placenta a partir do embrião clonado pelas mesmas células de um embrião normal. Essas células, conhecidas como trofectoderme, formaram uma placenta saudável que forneceu nutrientes e oxigênio ao embrião clonado durante o desenvolvimento.

“Esta abordagem aumentou significativamente a taxa de sucesso da clonagem por transferência nuclear de células somáticas”, disse Sun. Como os defeitos placentários são comumente observados em todas as espécies de mamíferos clonados, os pesquisadores preveem que isso possa ser aplicável a outros mamíferos e primatas não humanos. Sendo assim, um número maior de animais clonados usando um número reduzido de oócitos, ou óvulos, pode eventualmente se tornar uma técnica comum no futuro.

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