Estilo de vida
18/01/2024 às 10:01•2 min de leitura
A teoria da tectônica de placas, atuante há milhares de anos, fornece a explicação por trás da dissolução da pangeia e da configuração atual dos continentes — o que significa dizer não só que eles já se moveram, se deformaram, e há áreas novas surgindo sob o assoalho oceânico, mas também que mudanças nesse sentido deverão continuar ocorrendo.
E assim como há sistemas capazes de mensurar a que nível esse deslocamento das placas se dá diariamente de formas bem precisas, há previsões que mostram como será o futuro do nosso planeta, inclusive falamos sobre isso recentemente aqui no Mega Curioso.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Ao mesmo tempo que as placas tectônicas se movem em direções opostas, divergentes, também há casos em que essas placas deslizam, em limites transformantes, podendo gerar falhas. E elas ainda podem se chocar, em movimento convergente, dando vida às diversas cadeias montanhosas ao redor do mundo.
Como resultado, temos as Montanhas Rochosas na América do Norte, os Andes na América do Sul, os Montes Urais nos limites entre a Europa e a Ásia, e claro, a Cordilheira do Himalaia, no continente asiático.
Essa formação apresenta o ponto mais elevado da Terra no Monte Everest, com 8.848 metros de altura. O Himalaia tem sido moldado há nada menos que 60 milhões de anos, sendo resultado do encontro das placas indiana e eurasiática.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Nesse tipo de choque, entende-se que uma das placas pode ser "puxada" para o interior do manto terrestre e, portanto, seu material é "reciclado" enquanto isso ocorre. Ainda é possível que elas sejam gradativamente dobradas enquanto se chocam. Mas segundo um novo estudo, essas explicações são simples demais para entendermos o que de fato ocorre nessa região do globo.
A pesquisa, publicada no ESS Open Archive, foi apresentada em dezembro de 2023 na conferência da União Geofísica Americana (AGU) e ainda não foi revisada por pares. Nela, estudiosos chineses e norte-americanos tomaram como base dados de 94 estações sísmicas da região, somada à análise das medições isotópicas de hélio realizadas em diferentes superfícies.
Pesquisadores acreditam que haveria um processo de desintegração da placa indiana ocorrendo enquanto ela se move em direção à placa eurasiática, fazendo com que ela se divida em duas.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
A partir disso, a placa indiana não está afundando totalmente em meio a esse choque, já que parte dela desliza sob a placa eurasiática, e a faixa mais densa segue em direção ao manto. Dessa maneira, cada camada teria, em média, 100 quilômetros de espessura.
Por meio de um modelo computacional, os estudiosos puderam demonstrar de que forma isso estaria ocorrendo, com a separação da placa indiana ocorrendo horizontalmente.
Ou seja, o estudo, além de oferecer uma visão e uma melhor compreensão dos processos geológicos, também poderá ser útil para previsões de terremotos, já que se trata do primeiro trabalho que fornece evidências de que esse processo esteja acontecendo atualmente.