Ciência
10/01/2024 às 12:00•2 min de leitura
Desde o seu surgimento, a Terra passou por diversas modificações em sua estrutura. A última e mais conhecida é a Pangeia, que aconteceu há 300 milhões de anos e fez com que o supercontinente se despedaçasse, dando origem aos continentes que conhecemos atualmente.
Porém, uma projeção feita pelo geólogo americano Christopher R. Scotese dá uma ideia de que, daqui a 250 milhões de anos, a organização do nosso planeta pode ser muito parecida com a dos supercontinentes antigos. Confira a seguir.
Diversos países perderiam suas áreas litorâneas e até mesmo parte de sua extensão. O Brasil, por exemplo, seria um dos afetados. (Fonte: Vivid Maps/Reprodução)
No mapa criado pelo geólogo, que ficou conhecido como Pangeia Última, praticamente todas as regiões que existem atualmente convergiriam para um grande bloco de terra, interligando mais uma vez praticamente todas as nações.
Baseando-se nessa projeção, a previsão é que vários países acabem perdendo alguma extensão territorial. Repare, por exemplo, que o Brasil ocuparia menos da metade de seu espaço atual e curiosamente seria ligado com a Antártica.
Outro ponto a ser considerado é que, caso essa estrutura acabe se concretizando, o mundo teria praticamente um oceano represado e outro gigante banhando a costa de várias nações. Essa mudança também provocaria mudanças climáticas em nosso planeta, tendo em vista que vários países, inclusive o Brasil, perderiam suas áreas litorâneas.
Caso a previsão do mapa se concretize, apenas duas áreas iriam permanecer como territórios isolados: Nova Zelândia e Escócia. De resto, praticamente todos os países passariam a contar com novas fronteiras.
Vale lembrar que, em 2023, um estudo divulgado na revista científica Nature Geoscience revelou que a vida na Terra estaria em risco caso o cenário mostrado pelo geólogo se concretize.
Segundo o estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, futuramente os gases do efeito estufa podem atingir níveis bem elevados. Isso seria o bastante para auxiliar na extinção de diversos mamíferos e outros seres vivos, algo que pode se agravar mais com a formação de um supercontinente.
"A formação e decadência da Pangeia Última irá limitar e, em última análise, acabar com a habitabilidade dos mamíferos terrestres na Terra, excedendo as suas tolerâncias térmicas [de temperaturas mais quentes], milhares de milhões de anos antes do que se supunha anteriormente", explicam os pesquisadores no estudo.
A previsão dos pesquisadores é que esse evento acabe aumentando o calor no planeta, além de vermos o sol emitindo aproximadamente mais 2,5% de radiação. Essa combinação vai gerar uma alteração drástica no sistema climático global, podendo, inclusive, secar grandes extensões de terra e reter quantias maiores de dióxido de carbono na atmosfera.