Mistérios
19/01/2024 às 08:00•2 min de leitura
A natureza tem animais bem peculiares, e entre eles certamente podemos colocar o Pseudis paradoxa, também conhecido como sapo-encolhedor ou rã-paradoxal. E o que faz dele tão especial? O fato de diminuir de tamanho conforme envelhece.
Essa espécie do sapo é muito comum em algumas áreas da América do Sul (incluindo o Brasil), além de também dar as caras em Trinidade e Tobago. Caso nunca tenha ouvido falar sobre ele, descubra mais sobre essa espécie nas linhas a seguir.
Diferente de seus parentes, a rã-paradoxal não costuma crescer conforme o tempo passa. Essa espécie geralmente é maior que o normal em seu estágio de girino, em que mede cerca de 22 centímetros. Para efeito de comparação, essas medidas são cerca de três a quatro vezes maiores que sua fase adulta.
Ao chegar na etapa plena de desenvolvimento, este sapo passa da média de 22 centímetros para apenas 8 centímetros. Outro ponto é que o sapo-encolhedor detém o recorde de maior larva, superando inclusive outras espécies como o Pseudis genus, que também muda de tamanho conforme envelhece.
Também conhecida como rã paradoxal, espécie de sapo pode ser encontrada em alguns estados mais ao norte do Brasil. (Fonte: Portal Amazônia/Reprodução)
Já sobre a sua evolução, um estudo divulgado em 2009 no The Herpetological Journal revelou que o sapo-encolhedor continua crescendo durante o seu ciclo de vida inicial. Sua taxa de tamanho é a mesma de outras espécies, e ao passar de larva para adultos os machos já possuem esperma e são considerados maduros. As fêmeas têm ovos em desenvolvimento, o que acontece na juventude em outras espécies.
Por fim, sabe-se também que o Pseudis paradoxa apresenta um esqueleto bem desenvolvido já ao final de sua metamorfose. Outro ponto importante é que muito de seu tamanho vem da cauda longa que essa espécie possui, e é exatamente a perda dela que vai gerando as alterações de tamanho nos animais.
“O nome Paradoxa vem desse fenômeno. No crescimento, o girino perde a cauda e por isso fica menor”, explicou o gestor ambiental Augusto Jarthe ao site Portal Amazônia. Ele é um dos responsáveis pelo resgate de fauna durante a limpeza das macrófitas no Lago Bolonha, que integra o Parque Estadual do Utinga, em Belém.
Vale mencionar que, no Brasil, essa espécie já foi vista nos estados do Amazonas, Amapá, Maranhão e Pará.