'Cachos de Aurora': fotógrafo capta evento raro no céu da Islândia

05/02/2024 às 03:002 min de leitura

Num espetáculo celeste digno de ficção científica, o astrofotógrafo e astrônomo amador Jeff Dai presenteou o mundo com imagens incríveis de "cachos de aurora" — referência aos cachos de cabelo — que dançaram nos céus acima da cratera Kerid, no sul da Islândia, em uma noite mágica de janeiro. Este fenômeno extraordinário, resultado de ondas magnéticas que percorreram o campo magnético da Terra, ofereceu um vislumbre raro e surpreendente do espetáculo natural.

Normalmente, esse tipo de pulsação magnética é apenas registrado por instrumentos científicos sensíveis. Contudo, neste caso, as partículas energéticas conseguiram transformar a onda invisível em um belo espetáculo de luzes que iluminaram o céu estrelado.

Vibrando como uma corda

"Cachos de Aurora" registrados por Jeff Dai. (Fonte: Jeff Dai/ Divulgação)"Cachos de Aurora" registrados por Jeff Dai. (Fonte: Jeff Dai/ Divulgação)

Para entender a mágica por trás desses "cachos" luminosos é preciso imaginar o campo magnético da Terra como uma corda de violão. Assim como uma corda vibra ao ser tocada, o que Dai fotografou é justamente o campo magnético sendo "tocado", causando vibrações nessa "corda" magnética.  

Quem faz essa analogia é Xing-Yu Li, especialista em ondas de frequência ultrabaixa (ULF, na sigla em inglês) da Universidade de Pequim, que se encarregou de explicar o fenômeno a Jeff Dai. 

O mais fascinante é que essas pulsações magnéticas, cientificamente conhecidas como ondas de frequência ultrabaixa (ULF), geralmente permanecem invisíveis, detectadas apenas por instrumentos altamente precisos na atmosfera superior. 

No entanto, neste caso raro, as partículas vindas do Sol se dissiparam através do campo geomagnético da Terra, revelando, por meio de uma aurora vibrante, os padrões invisíveis que estavam se manifestando no céu noturno islandês. 

Além da beleza das auroras

As auroras boreais são causadas pelo vento solar atingindo o campo magnético da Terra. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)As auroras boreais são causadas pelo vento solar atingindo o campo magnético da Terra. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)

As auroras, fenômenos causados pela interação de partículas do vento solar com o campo magnético da Terra, revelam informações cruciais sobre a alta atmosfera do nosso planeta. 

Especialistas enfatizam que esses eventos luminosos e etéreos não apenas oferecem um espetáculo celestial deslumbrante, mas também proporcionam insights valiosos sobre a densidade, composição e correntes elétricas na atmosfera superior.

O mistério por trás desses "cachos de aurora" permanece, já que as ondas magnéticas que os originaram não foram registradas por equipamentos científicos convencionais. O especialista Xing-Yu Li sugere que essas ondas magnéticas podem ter um comprimento de onda em torno de 1 quilômetro, mas a natureza exata delas ainda permanece um enigma.

Em um contexto mais amplo, as auroras e as ondas ULF são mais frequentes durante os períodos de alta atividade solar. Atualmente, o Sol está à beira do pico explosivo em seu ciclo solar de aproximadamente 11 anos, conhecido como máximo solar, previsto para 2024

Com o aumento da atividade solar, podemos antecipar mais espetáculos deslumbrantes de auroras e quem sabe, mais registros fascinantes de "cachos de aurora" que desafiam as expectativas e encantam os observadores da beleza cósmica.

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