Ciência
15/01/2017 às 10:00•1 min de leitura
Você provavelmente já bateu o dedo mínimo do seu pé contra algum móvel da sua própria casa e saiu pulando em um pé só, querendo matar quem moveu aquela tralha para o meio do caminho. Mas como é possível que a dor em uma parte tão insignificante do corpo seja tão intensa?
Pode parecer um absurdo que o dedinho seja causador de tantas lágrimas, mas, de acordo com Chris Geiser, um professor da Faculdade de Ciências da Saúde de Milwaukee, existem motivos biológicos para essa sensação de dor excruciante.
Nossos dedos dos pés e das mãos são responsáveis desde cedo por explorar o mundo através do tato. Para exercer uma função tão importante, eles são repletos de terminações nervosas que os deixam mais suscetíveis às diversas sensações, inclusive dor.
E você já reparou como os ossos dessas partes não têm tanta proteção de músculo, gordura e pele quanto o resto do seu corpo? Por conta disso, as terminações nervosas não têm muita proteção para amortecer impactos e ficam mais vulneráveis quando você acerta em cheio algum objeto rígido.
Além disso, mesmo que você esteja se movendo calmamente, o seu pé é uma das partes do seu corpo que vão estar com uma velocidade maior. Então, levando em conta também a velocidade relativa, ele vai doer muito mais do que se você batesse quadril, joelho ou coxa.
E por fim temos a questão da evolução. A sensibilidade dos membros inferiores ajudava a perceber ou evitar cortes e, por consequência, infecções. Isso era especialmente útil há algumas centenas de anos, antes da invenção de sapatos e antibióticos.
Saber que existe uma explicação científica plausível para a dor no dedinho não vai impedir ninguém de chorar e xingar da próxima vez que chutar algo duro. Porém, é possível que possa pelo menos oferecer algum conforto durante o período de recuperação.