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20/11/2024 às 17:00•2 min de leituraAtualizado em 20/11/2024 às 17:00
Maior fonte de vida da Terra, o Sol tem sido considerado pelas antigas civilizações, desde os egípcios até os gregos, como um deus maior, geralmente associado a práticas de saúde, bem-estar e cura. Embora não exista comprovação de que os nossos ancestrais acreditassem em uma cura direta, via exposição à luz, o calor era certamente utilizado de forma prática.
Um exemplo vivo dessa terapêutica, o Papiro Ebers, um rolo de 20 metros que contém 700 receitas e tratamentos médicos, indicava pomadas ativadas pelo calor solar para tratar doenças musculares e tosses. Na Roma Antiga, o médico Areteu da Capadócia, receitava o uso do Sol para seus pacientes com letargia, hoje identificada como depressão.
Já no primeiro século da Era Moderna, o filósofo e médico persa Ibn Sina, mais conhecido como Avicena, também reconhecia em seu Cânone da Medicina os benefícios do Sol na saúde humana. Em diagnósticos de doenças físicas e psicológicas, o pensador descrevia o impacto positivo da luz solar em várias doenças, como asma e histeria.
Com o passar dos séculos, essas curas pela luz solar continuaram em alta, mas jamais se desvencilharam completamente da abordagem mística do Sol como divindade. Nem com a revelação do espectro das cores da luz solar, no século 17, por Isaac Newton, a linha tênue entre ciência e crenças místicas se rompeu.
Já no século 19, a luz solar como agente de cura universal era uma teoria defendida por personalidade díspares como o místico alemão Jakob Lorber e a reformadora de saúde pública britânica Florence Nightingale. O primeiro dizia que a luz do Sol em si curava, enquanto Nightingale defendia que a luz solar podia matar algumas, mas não todas, bactérias e vírus.
Na mesma época, o médico e místico americano Edwin Babbitt criou a cromoterapia, uma forma de tratamento que usa cores e luz para promover a saúde e o bem-estar. Para colocar em prática sua teoria, Babbitt inventou um dispositivo especial, o Chromolume, um vitral portátil que filtrava a luz em cores diferentes, para tratar doenças. Em 1946, um upgrade do aparelho, chamado Spectro-Chrome, rendeu US$ 1 milhão ao seu criador.
Antes reverenciada como mágica e divina, a luz hoje está nos principais "cardápios terapêuticos" da medicina moderna: fototerapia com luz azul para tratar icterícia neonatal, luz branca ou azul para regular a melatonina no transtorno afetivo sazonal (TAS), e luz ultravioleta para aliviar doenças da pele como psoríase.
Já na indústria da beleza, tecnologias como máscaras de LED prometem combater a acne e sinais de envelhecimento. No entanto, os limites entre ciência pura e pensamento mágico ainda continuam um pouco embaralhados.