Ciência
21/05/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 21/05/2024 às 09:00
Na busca por vida inteligente fora da Terra, cientistas identificaram 60 candidatas promissoras a “megaestruturas alienígenas” na Via Láctea, após analisarem dados de milhões de estrelas. As descobertas foram detalhadas em dois estudos recentes, publicados na plataforma arXiv e no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
As duas investigações se concentraram na procura pelas esferas de Dyson, conceito criado pelo físico e matemático Freeman Dyson. De acordo com ele, essas estruturas construídas por supostas civilizações alienígenas orbitam estrelas, sendo capazes de absorver e aproveitar a energia emitida pelos corpos celestes.
Para tentar localizar as megaestruturas teóricas, os astrônomos precisam avaliar a luz emitida pelas estrelas, verificando a variação da luminosidade à medida que elas passam pelo astro. Além disso, há a busca pelo excesso de luz infravermelha, um sinal do calor liberado na transferência de energia.
Embora outras candidatas tenham sido detectadas anteriormente, a existência das esferas de Dyson ainda não foi comprovada. Mas esses dois novos estudos podem mudar o quadro, trazendo avanços nas pesquisas sobre sinais de origem extraterrestre.
Com o auxílio de aprendizado de máquina, uma das equipes analisou dados de 4,9 milhões de estrelas. Deste total, os investigadores disseram ter localizado 53 estrelas com emissão de luz infravermelha muito acima do esperado, que se tornaram candidatas em potencial para serem orbitadas pelas megaestruturas alienígenas.
Já o outro grupo focou na busca por esferas de Dyson parciais, que não circundam totalmente os corpos celestes. Após a avaliação de um conjunto de dados de 320 mil estrelas na Via Láctea, os investigadores detectaram níveis de infravermelho de origem indefinida em sete delas.
No primeiro estudo, a maioria das candidatas identificadas era de estrelas mais jovens, mas também havia algumas mais maduras. No segundo, todas são estrelas anãs-M, aparentemente, apresentando massa inferior à do Sol e que estão passando pelo período de maior estabilidade de sua vida útil.
Mesmo com os resultados sugerindo que os astrônomos podem estar diante de potenciais megaestruturas alienígenas, eles mantêm cautela quanto às descobertas. Em ambos os casos, os pesquisadores afirmam ser necessário investigar melhor as causas dessas emissões diferenciadas de luz infravermelha.
Os excessos podem ter sido causados por colisões entre planetas rochosos, por exemplo, gerando grandes quantidades de destroços. Vale destacar que existem alguns deles ao redor dessas estrelas, em tese os colocando como candidatos para abrigar vida, porém o comprimento de onda da luz que chega até eles pode dificultar a fotossíntese.
Dessa forma, é preciso refinar ainda mais a análise dos dados para descartar outras possibilidades e desvendar a verdadeira origem das fontes de emissão.