Estilo de vida
16/09/2024 às 06:00•2 min de leituraAtualizado em 16/09/2024 às 06:00
Com o fim do verão no Hemisfério Norte, os casos de doenças transmitidas por mosquitos estão aumentando em algumas regiões do planeta. Enquanto isso, a ameaça da malária permanece em outras partes do mundo, mesmo com a distribuição de vacinas. Pesquisas recentes sobre o comportamento de acasalamento dos mosquitos, no entanto, estão abrindo caminho para técnicas mais eficazes de controle desses insetos.
Um estudo publicado na revista Current Biology revelou um novo entendimento sobre como os mosquitos Anopheles coluzzii, conhecidos por transmitir malária na África, reagem ao som das asas das fêmeas durante o voo. Essa descoberta pode ser um ponto de partida para o desenvolvimento de armadilhas mais eficientes para capturar esses mosquitos, acreditam os pesquisadores. Quando um macho ouve o zumbido característico das asas de uma fêmea, sua visão é ativada, permitindo que ele localize sua parceira em potencial, mesmo em meio a grandes enxames.
Os mosquitos são responsáveis por transmitir diversas doenças letais, incluindo dengue, febre do Nilo Ocidental e Encefalite Equina Oriental. Estima-se que picadas de mosquitos infectados causem 219 milhões de casos de doenças e mais de 400 mil mortes por ano no mundo todo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar de serem tão perigosos, esses insetos possuem algumas vulnerabilidades que podem ser exploradas.
O estudo focou nas espécies de mosquitos com visão fraca, como o Anopheles coluzzii. Embora esses mosquitos sejam mais conhecidos por formar grandes enxames ao entardecer, onde o risco de colisões é alto, eles demonstraram uma surpreendente habilidade de usar seus sentidos para encontrar um parceiro.
A pesquisa mostra que, ao ouvir o som das asas das fêmeas, os machos ativam seu sistema visual e ajustam seu voo para evitar colisões enquanto se dirigem ao alvo. Esse comportamento revela uma complexa interação entre os sentidos dos mosquitos, que pode ser explorada para o desenvolvimento de novas armadilhas.
De acordo com os investigadores, o novo estudo mostra dados interessantes sobre o desenvolvimento de novas formas de controle de mosquitos que envolvem estímulos visuais e auditivos. A atração forte e consistente dos machos pelas pistas visuais ao ouvir o zumbido das fêmeas é um ponto fraco que os pesquisadores podem utilizar para projetar novas armadilhas.
Essas armadilhas sonoras, que poderiam reproduzir o som das asas das fêmeas, podem ser eficazes em atrair os machos para longe dos humanos, reduzindo assim as picadas e a transmissão de doenças. Segundo os pesquisadores, métodos tradicionais, como o uso de inseticidas, estão se tornando menos eficazes devido à resistência dos mosquitos.
Isso só tem aumentado a necessidade da criação de novas abordagens para lidar com a situação. A integração entre som e visão pode ser a chave para criar soluções inovadoras e de alta precisão para o controle desse grande problema de saúde.