Ciência
14/03/2024 às 14:00•2 min de leituraAtualizado em 14/03/2024 às 14:00
Independentemente se a previsão do tempo indica a ocorrência de um dia ensolarado, quando vemos uma nuvem ganhando maior espaço no céu, já ficamos em dúvida se irá chover ou não. Felizmente, também podemos recorrer diariamente à observação das nuvens e de alguns padrões para explorar a probabilidade de a chuva ocorrer.
A formação de nuvens cumulus provam isso: num dia ensolarado e quente, parte desse calor que a terra recebe é refletido e retorna para o ar. Assim, nuvens que parecem ser feitas de algodão, de baixa altitude, surgem.
Se essas nuvens que lembram as famosas ovelhinhas que contamos se apresentam planas no mesmo nível, não é necessário se alarmar. Mas como também estão mais presentes ao longo do verão, pode acontecer das cumulus darem vida às cumulonimbus.
Ou seja: se as cumulus estão se agrupando e ficando numerosas e densas no céu, é sinal que há uma chuva forte e volumosa se formando. Isso porque é justamente o crescimento ativo que indica o potencial da chuva.
Para nós, as cumulonimbus parecem muito espessas, mas a verdade é que elas são mais finas na região das bordas. Inclusive, essa característica indica a presença de cristais de gelo nelas, que não evaporam tão rapidamente. Nesse tipo de nuvem, o topo é mais achatado e o ar quente se move para cima por convecção.
Cirrus, por sua vez, são nuvens finas, formadas por cristais de gelo, e aparecem em áreas mais elevadas da nossa atmosfera. A depender de como os ventos sopram, essas nuvens podem adquirir um formato de gancho. Em geral, elas só indicam a ocorrência de precipitações em regiões de maior altitude.
Se essas nuvens se abaixam, adquirindo um aspecto mais espesso em altitudes mais baixas, por outro lado, é sinal de uma frente quente chegando, já que esse movimento caracteriza a transição. E por conta disso, também significa que chuvas podem ocorrer nas próximas 12 horas.
Já as nuvens stratus, mais finas, embora lembrem um nevoeiro, podem até provocar uma garoa, mas não são sinônimo de chuva. Naturalmente, há situações que podem dificultar a observação do céu, como quando essas nuvens bloqueiam a visão. Por isso, se tiver reparado como o céu se apresentava antes delas se formarem, fica mais fácil antecipar a chuva.
Tanto é que, uma vez que desaparecem logo no início da manhã, deixam o dia ensolarado à vista. Mas se antes delas surgirem havia outras camadas de nuvens mais altas se acumulando, poderá chover horas depois, durante a tarde.
As nuvens altostratus, por outro lado, embora semelhantes às stratus, surgem em altitudes mais elevadas. Elas podem ser vistas no amanhecer e anoitecer, com seus belos tons avermelhados. Mas elas também indicam a aproximação de chuvas, e isso pode ser observado quando ocorre o acúmulo delas, muitas vezes até bloqueando a visão do sol.
Assim como as cumulonimbus, as nimbostratus, nuvens escuras que adquirem uma grande extensão, encobrindo todo o céu, são associadas às chuvas. Mas é importante ter em mente que é a dinâmica ocorrida como um todo que deve ser considerada: são as nuvens que adquirem múltiplas camadas do céu ao mesmo tempo que resultam em tempestades.
Identificar o tamanho e a altitude das nuvens, portanto, é bastante útil. E da mesma forma, ficar de olho na direção e velocidade do vento e eventuais sinais de crescimento ativo das nuvens é fundamental para conhecer os diferentes padrões climáticos e detectar se há alguma transição ocorrendo.