Ciência
12/06/2024 às 16:00•2 min de leituraAtualizado em 12/06/2024 às 16:00
Uma nova espécie do grupo de grandes símios foi descoberta na Alemanha, após restos mortais do primata serem encontrados em um poço de argila em Hammerschmiede, na região sudeste do país. O animal teria vivido há 11,6 milhões de anos, segundo o artigo publicado na revista PLOS ONE no dia 7 de junho.
Batizado de Buronius manfredschmi, o hominídeo até então desconhecido possivelmente pesava apenas 10 kg, conforme revelou a análise dos dentes fossilizados e a rótula que pertenciam a ele. Isso o coloca como o menor grande primata identificado até o momento.
Ainda não se sabe muito a respeito desta nova espécie, devido ao escasso material encontrado. No entanto, os autores do estudo acreditam que os integrantes da categoria se alimentassem principalmente de alimentos macios, como folhas, devido às características dos seus dentes.
O “macaco anão”, cujo peso é equivalente ao de um gato grande moderno, possivelmente tinha boas habilidades para escaladas, subindo nas árvores mais altas em busca de alimentos para garantir a sua dieta.
Apesar de viverem atualmente em florestas tropicais na África Central e no Sudeste Asiático, os grandes símios também já habitaram a Europa. Acredita-se que as espécies estavam no Velho Continente até o final do Mioceno, período datado entre 11,6 milhões e 5,3 milhões de anos atrás.
Uma delas foi identificada na mesma área do sítio de Hammerschmiede, em expedições realizadas entre 2015 e 2018. Denominado Danuvius guggenmosi, o grupo de hominídeos conviveu com o Buronius, segundo os especialistas, levando um estilo de vida diferente, o que pode ter contribuído para que não entrassem em conflito.
Enquanto a espécie recém-descoberta passava a maior parte do tempo nas árvores, o Danuvius preferia o solo, com os restos mortais indicando que possuía uma postura mais ereta. Especula-se que a convivência pacífica das duas espécies fosse semelhante à relação entre gibões modernos e orangotangos que convivem em Bornéu e Sumatra.
Como destaca o IFLScience, a extinção dos grandes primatas no continente europeu ao final do Mioceno teria sido resultado de alterações significativas na área provocadas por mudanças climáticas. Há cerca de 9 milhões de anos, as florestas da região desapareceram, afetando os animais.
Elas foram substituídas por pastagens, impactando seriamente as espécies que dependiam da floresta para sobreviver. Com a fonte de alimentos desaparecendo, os grupos de hominídeos que viviam ali acabaram tendo um fim trágico.
Os responsáveis por esta descoberta esperam que ela incentive novas investigações em fósseis achados em outras áreas da Europa, revelando mais detalhes a respeito dos grandes primatas que povoavam o continente há milhões de anos.