Qual é a química por trás do cheiro dos bebês e dos adolescentes?

12/04/2024 às 10:002 min de leituraAtualizado em 12/04/2024 às 10:00

O cheiro é uma linguagem silenciosa que pode nos revelar muito sobre o desenvolvimento humano. Uma recente pesquisa sobre aromas revelou um intrigante contraste entre o odor doce dos bebês e o cheiro característico dos adolescentes.

A equipe de pesquisa, liderada por Helene Loos, da Universidade Friedrich Alexander, na Alemanha, mergulhou fundo nessa questão, identificando as substâncias químicas responsáveis por esses odores distintos. Os resultados foram publicados na revista Communications Chemistry.

Composição química dos odores

Os pesquisadores analisaram os odores produzidos pelas axilas de bebês e adolescente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Os pesquisadores analisaram os odores produzidos pelas axilas de bebês e adolescente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O estudo analisou 18 bebês, com idades entre 0 e 3 anos, e 18 adolescentes, com idades entre 14 e 18 anos. Para capturar os odores corporais de forma precisa, os pesquisadores forneceram camisetas com almofadas de algodão costuradas nas axilas aos participantes, que usaram as roupas durante a noite. Após a coleta do suor impregnado nas almofadas de algodão, os cientistas utilizaram a cromatografia gasosa para analisar os compostos odoríferos presentes nas amostras.

O uso de técnicas avançadas permitiu a identificação de nada menos que 42 compostos odoríferos distintos nas amostras de suor das axilas dos participantes. Entre esses compostos, os aldeídos emergiram como os mais proeminentes, desempenhando um papel fundamental na criação dos odores característicos associados a bebês e adolescentes.

Alterações ao longo do desenvolvimento

A puberdade altera a composição dos odores nos adolescente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
A puberdade altera a composição dos odores nos adolescente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A análise minuciosa das amostras de bebês e adolescentes revelou uma série de mudanças substanciais na composição química dos odores corporais à medida que os indivíduos atravessam diferentes estágios de desenvolvimento. Enquanto os bebês exalam odores delicados e agradáveis, muitas vezes comparados a fragrâncias florais, os adolescentes emitem odores menos atraentes, frequentemente associados ao cheiro "de cabra".

Essa transição olfativa notável reflete as complexas transformações fisiológicas e hormonais que ocorrem durante a puberdade, pois a atividade das glândulas sudoríparas e sebáceas é significativamente afetada pelas mudanças hormonais que caracterizam esse período. Além disso, a presença de certos hormônios sexuais pode influenciar a composição dos odores corporais durante a puberdade.

Como resultado, os adolescentes produzem uma quantidade maior de compostos odoríferos, que contribuem para o aroma distintivo associado à adolescência. Essas descobertas oferecem uma visão fascinante das transformações químicas e biológicas que acompanham a transição da infância para a adolescência, destacando o papel crucial dos processos hormonais na determinação dos perfis de cheiro ao longo do desenvolvimento humano.

O estudo dos odores corporais vai além da mera curiosidade científica, pois tem implicações profundas nas interações sociais e emocionais. Na sociedade, existe uma clara inclinação aos odores de bebês em detrimento dos odores característicos da adolescência. Essas preferências podem desempenhar um papel significativo na dinâmica emocional entre pais e filhos, influenciando os laços afetivos. Isso deixa evidente o papel fundamental dos cheiros na construção e manutenção dos relacionamentos.

NOSSOS SITES

  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • Logo Mega Curioso
  • Logo Baixaki
  • Logo Click Jogos
  • Logo TecMundo

Pesquisas anteriores: