9 conceitos absurdos sobre a menstruação em algumas partes do mundo

20/07/2015 às 10:544 min de leitura

Há pouco tempo nós falamos aqui no Mega Curioso a respeito das jogadoras de tênis que passam por alguns apuros quando estão menstruadas, você se lembra? O fato é que mulheres menstruam, e isso é absolutamente normal, mas, em algumas partes do mundo, por questões culturais extremamente complicadas, menstruar não é apenas um tabu – é também um castigo:

1 – Quando não há absorventes higiênicos

Ainda que a existência de absorventes seja tão comum como é hoje, muitas mulheres simplesmente não têm acesso a esse item de necessidade básica. No Quênia, por exemplo, elas usam os mais diferentes materiais para substituir absorventes: folhas, jornais, pedaços de colchão e até argila.

Logicamente, esses métodos não são ideais e, além de não protegerem essas mulheres, colocam a saúde delas em risco. Felizmente, algumas ONGs fornecem os copinhos coletores de menstruação para várias meninas nessa situação. Os copinhos são feitos de silicone e reutilizáveis, então basta lavá-los bem entre uma troca e outra para garantir segurança e conforto.

2 – Quando o fato de menstruar impede uma mulher de conseguir emprego

Pois é. O ano é 2015 e esse tipo de situação ainda acontece – bem mais do que deveria, infelizmente. Em algumas regiões do Japão, por exemplo, a tradição é bem clara e levada a sério: mulheres não podem trabalhar em restaurantes fazendo sushi.

De acordo com Yoshikazu Ono, filho de um famoso sushi chef japonês, que concedeu entrevista ao The Wall Street Journal, mulheres não podem preparar sushi porque o período menstrual afeta a forma como elas sentem o gosto do alimento. Essa regra do “desequilíbrio” já foi utilizada várias vezes com a intenção de impedir que mulheres trabalhassem ou tivessem os mesmos direitos dos homens. Menstruação, como se sabe, não é doença.

Evoluídos em tantas áreas, quando o assunto é igualdade de gênero, o Japão nem sempre pode dar exemplo. Foi necessário que um projeto de lei fosse criado para que, somente em 1999, mulheres tivessem o direito de trabalhar em horários noturnos – antes disso, elas eram proibidas de trabalhar depois das 22 horas.

Mais tarde, para tentar quebrar de uma vez por todas esse tabu, um empresário japonês decidiu, em 2011, abrir um restaurante que contrata apenas funcionárias mulheres. Ótima iniciativa!

3 – Quando garotas são colocadas em um quarto escuro porque menstruam

No Nepal, uma tradição bastante cruel foi finalmente banida em 2005. Basicamente, garotas que menstruavam eram isoladas em um quarto escuro por uma semana – essa prática bizarra ainda é levada a sério em regiões rurais, principalmente.

O isolamento consiste em enviar essas meninas para galpões escuros, sem janelas nem iluminação, onde elas têm acesso a mínimas condições de proteção e higiene, de modo que muitas saem da clausura já doentes e fracas, além de psicologicamente abaladas com a falta de contato humano.

A professora Rupa Chand Shah, que era isolada durante seu período menstrual, deixou de aceitar a prática e hoje vai para o trabalho mesmo quando está menstruada, além de incentivar outras mulheres – suas alunas, inclusive – a fazerem o mesmo.

4 – Quando se é moradora de rua

Você já parou para pensar como as moradoras de rua fazem quando estão menstruadas? Pessoas nessa condição geralmente recebem doações de itens básicos, como roupas e alimentos. Entre as coisas que mais faltam, no entanto, estão roupas íntimas e absorventes higiênicos, afinal, mulheres ficam menstruadas geralmente entre três e cinco dias por mês durante vários anos.

Além disso, absorventes não são exatamente baratos e precisam ser trocados com certa frequência. Nos EUA já existe até uma campanha que incentiva pessoas a doarem absorventes higiênicos e sutiãs para moradoras de rua. Você participaria de algo assim? Acha que é importante?

5 – Quando menstruar precisa ser um segredo

Em Malaui, na África, menstruar é sinônimo de vergonha. O assunto é um tabu tão grande que os pais nem mesmo falam sobre ele com suas filhas, de modo que elas crescem e menstruam pela primeira vez sem fazer ideia do que está acontecendo.

Quando a menstruação acontece pela primeira vez, geralmente quem fala com a garota é uma de suas tias, que a ensina a fazer protetores de calcinha com pedaços de roupa velha e a aconselha a não falar com meninos enquanto estiver menstruada. Tudo tem que ser mantido em segredo.

6 – Quando o problema é justamente o absorvente

Em algumas partes da Bolívia, as mulheres são instruídas, até mesmo em algumas escolas, a não jogarem seus absorventes usados no lixo do banheiro. Em vez disso, elas precisam encontrar um lugar onde o material possa ficar escondido e longe do restante do lixo.

A justificativa para isso está na crença de que misturar os absorventes usados com os outros tipos de lixo pode causar câncer. É comum, portanto, que as mulheres guardem seus absorventes usados em um saquinho durante o dia e só os descartem quando chegarem em casa.

7 – Quando se ouve que menstruação pode poluir alimentos

Muitas mulheres e meninas na Índia ainda acreditam na ideia folclórica de que menstruação é algo contagioso e que, dessa maneira, o simples fato de encostar em algum alimento durante esse período já é suficiente para que ele fique envenenado.

Enquanto estão menstruadas, muitas mulheres ficam longe da cozinha e de qualquer atividade ligada a ela, de modo que isso seria suficiente para evitar a “contaminação”.

8 – Quando tomar banho menstruada vira sinônimo de infertilidade

No Afeganistão muitas mulheres acreditam que podem ficar inférteis se tomarem banho durante o período menstrual. O problema é justamente o fato de que limpar a região genital é necessário sempre, especialmente durante a menstruação, para evitar a proliferação de bactérias e o mau cheiro.

Ainda assim, a ideia de que justo nesse período as mulheres devem evitar o chuveiro é bastante popular no país. Com medo de não conseguirem engravidar um dia, muitas ainda seguem esse padrão.

9 – Quando a menstruação é tida como doença

No Irã, é comum que a menstruação seja interpretada como uma doença, e, por mais bizarro que pareça, 48% das mulheres iranianas acreditam nisso. Felizmente, alguns trabalhos de educação sexual estão sendo realizados no país, com o apoio da Unicef e a esperança de que essa crença possa ser banida o quanto antes.

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