Morte explosiva de estrela pode ter levado à formação do Sistema Solar

05/01/2017 às 07:112 min de leitura

Como você já deve saber, o termo supernova se refere a explosões colossais de estrelas supermassivas, com, geralmente, massa dez vezes superior à do Sol. Além disso, como você sabe, elas ocorrem depois que esses astros consomem todo o seu combustível e seus núcleos entram em colapso e marcam a “morte” desses imensos corpos celestes.

Ademais, vale lembrar que as supernovas estão entre as maiores explosões que ocorrem na natureza e produzem uma liberação de energia e ondas de choque que podem viajar por diversos anos-luz pelo Universo. Pois, de acordo com Charles Choi, do portal Space.com, pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos EUA, acreditam que um desses eventos pode ter levado à formação do nosso Sol e, mais tarde, dos planetas do Sistema Solar.

Nascimento explosivo

Segundo Choi, o Sistema Solar nasceu há cerca de 4,6 bilhões de anos a partir de uma nuvem de gás e poeira cósmica. No entanto, os astrônomos especulavam que “algo” deve ter interferido com a nuvem, levando ao colapso gravitacional que deu origem ao Sol e ao disco de material que levou à formação dos planetas que formam a nossa vizinhança — e é aqui que entra o novo estudo.

A imagem acima mostra uma nuvem de poeira e gás situada na constelação de Cygnus, que fica a 4,5 mil anos-luz de distância de nós

Pesquisas anteriores já haviam sugerido que as ondas de choque produzidas por uma supernova poderiam oferecer a energia necessária para provocar uma compressão na nuvem de poeira e gás — o que, por sua vez, desencadearia a formação de estrelas e planetas — e focaram suas investigações na explosão de estrelas com massa 15 vezes ou mais do que o nosso Sol.

Esses eventos deixam para trás padrões formados por isótopos radioativos instáveis, e essas anomalias podem ser identificadas em antigas rochas espaciais, da época da formação do Sistema Solar. O problema é que as pesquisas realizadas até agora não haviam sido capazes de encontrar vestígios desses padrões em meteoritos de bilhões de anos atrás.

Fortes indícios

O que os cientistas do estudo atual fizeram foi focar sua atenção em supernovas de estrelas com massa até 12 vezes superior à do Sol ou menos e avaliar quais isótopos resultariam dessas explosões. Mais precisamente, os pesquisadores concentraram seus esforços no berílio-10, um isótopo radioativo que normalmente é encontrado em meteoritos antigos.

Tudo indica que uma supernova pode ter desencadeado a formação do Sistema Solar

Na verdade, de acordo com Choi, o fato de esse elemento frequentemente estar presente nessas rochas espaciais era um mistério, mas os astrônomos suspeitavam que os raios energéticos liberados pelas supernovas poderiam levar à ejeção de nêutrons e prótons do núcleo dos átomos dando origem ao berílio-10.

Efetivamente, os modelos criados pelo time de Minnesota apontaram que supernovas de estrelas de menor massa eram capazes de gerar grandes quantidades de neutrinos — e a ação dessas misteriosas partículas poderia ter dado origem ao berílio-10, explicando a sua presença nos meteoritos. O estudo ainda indicou que explosões menores também explicam a presença de outros elementos igualmente comuns nas rochas espaciais, como o cálcio-41 e o paládio-107.

Os cientistas responsáveis pelo estudo explicaram que o trabalho não responde a todos os mistérios a respeito do surgimento do Sistema Solar, mas representa uma enorme peça do quebra-cabeça sobre a formação da nossa vizinhança — e do nosso planeta.

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