Ciência
23/07/2019 às 04:00•2 min de leitura
Se você entende um pouco de história, talvez você saiba o que aconteceu em Nova York no dia 29 de outubro de 1929: conhecida como Terça-Feira Negra, essa data ficou marcada pelo crash da bolsa de valores da cidade, que levou à Grande Depressão dos anos 30 e ao pior período da economia dos Estados Unidos.
Muitas pessoas que perderam fortunas de uma hora para a outra cometeram suicídio nesse dia, que também ficou marcado por outra tragédia: a fuga de três elefantes de um circo, incluindo a estrela chamada Jumbo, que viraram notícia e atraíram uma multidão, que encurralou os animais na ponte do Brooklyn. Nisso, eles se assustaram e saíram atropelando todo mundo, em uma tragédia sem precedentes!
Retrato de uma tragédia?
“Pera lá, Mega! Eu conheço a história do crash da bolsa de valores, mas nunca ouvi falar desse lance aí dos elefantes, não...”, deve estar pensando algum leitor mais atento. Bem, de fato isso é uma mentirinha, mas que deixou muitos nova-iorquinos encucados já que ela ganhou um memorial no Parque Brooklyn Bridge com toda a descrição do evento, falando inclusive que Jumbo foi o únicos três elefantes a sobreviver e terminar seus dias em um santuário.
O autor da estátua que mostra os animais pisoteando os humanos é o escultor Joe Reginella, que costuma misturar sua arte com histórias fictícias e deixam a galera com uma pulga atrás da orelha. Afinal, uma obra com tantos detalhes da história deveria retratar a verdade, não é mesmo?
Anteriormente, Reginella já havia criado outra estátua em homenagem a uma tragédia – também inventada – supostamente ocorrida em 1963, quando um ferryboat de Staten Island, em Nova York, foi puxado para o fundo do mar por um polvo gigante. Na historinha de Reginella, 400 pessoas teriam sucumbido nessa catástrofe.
Primeiro monumento criado por Joe Reginella em homenagem a tragédia fictícia
A ideia de criar esse tipo de arte surgiu quando ele inventou a história do ataque do polvo para seu sobrinho, de 11 anos, que vivia perguntando se havia tubarões na região de Staten Island. Segundo Reginella, a parte divertida de suas obras é reparar no quanto as pessoas são crédulas sem questionar se o que veem é verdade.
O escultor conta que de vez em quando se senta anonimamente perto de suas esculturas para ouvir a reação da galera. A maioria se mostra surpresa e reclama de eventos “tão grandiosos” nunca serem noticiados. Ele, é claro, dá risada com isso!
Já a história dos elefantes tem um pinguinho de verdade: Jumbo de fato existiu e atravessou a ponte do Brooklyn, mas não causou nenhuma tragédia! Ele e outros animais do Circo de Barnum e Bailey, que aportou na Big Apple em 1884 com muita festividade. Claro que ninguém ficou ferido nessa travessia, que tinha 21 elefantes, 7 camelos e 10 dromedários!
Desenho da época mostra como foi a Parada dos Elefantes