Testamos o kit de LEGO que ensina ciências sem deixar de divertir

12/08/2021 às 10:004 min de leitura

Em um mundo tão diverso em termos de opiniões e ideologias de todos os tipos, poucas são tão unânimes quanto a importância da educação na formação dos seres humanos. Depois de quase 1 ano e meio vivendo em uma realidade de pandemia de covid-19, tivemos que reinventar a maneira como ensinamos assuntos mais complexos para crianças que estão entediadas e trancadas em suas casas, fazendo tudo de maneira remota. E, assim, algo que já era difícil pareceu se tornar impossível.

E é no meio dessas dificuldades que surgem alguns métodos alternativos de ensino que prometem transformar o chato em divertido e facilitar a compreensão de certos conceitos que todo professor sofre para ensinar aos alunos. Gravidade, atrito, energias potencial e cinética — nada melhor do que explicar tudo isso brincando. E se for de LEGO, melhor ainda.

Da diversão à educação

a(Fonte: Derek Keller/Mega Curioso)

Os mundialmente famosos kits de LEGO são brinquedos cobiçados por crianças e adultos, apesar de não serem muito acessíveis. Historicamente, os conjuntos retratam estereótipos básicos, como policiais, piratas e cavaleiros medievais, além de representar as franquias mais populares da literatura e do cinema, como Star Wars, Harry Potter e O Senhor dos Anéis. Além disso, a linha Technic do brinquedo tinha desafios maiores para montadores mais experientes.

Daí para entrar no mundo da educação foi “um pulo”. Portanto, foram criados recentemente kits da LEGO voltados a essa área. Dessa forma, foi possível o Mega Curioso conhecer melhor um desses kits, cuja proposta é auxiliar educadores a transformar conceitos do mundo das STEAM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) em uma brincadeira divertida de verdadeiros experimentos científicos, estes tão injustamente “marginalizados” hoje.

Volta às aulas

a(Fonte: Derek Keller/Mega Curioso)

O kit no qual “botamos a mão na massa” — por meio da Positivo Tecnologia, representante dessa linha educacional no Brasil — foi o chamado LEGO Education BricQ Motion Prime, criado para alunos do Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano). Além desse, a empresa disponibilizou o LEGO Education BricQ Motion Essential, que é um pouco mais simples do que o anterior, voltado para as crianças do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental.

O conjunto vem em uma “maleta” com divisórias especiais para agilizar a montagem e a desmontagem do brinquedo, fazendo com que todo o processo — incluindo todos os experimentos e as explicações dadas pelo educador — seja possível de ser realizado em 1 ou 2 aulas de aproximadamente 45 minutos cada. A separação de peças por cores realmente facilita bastante a busca de qual parte precisamos.

Toda a montagem acontece com o auxílio do manual que vem junto com o kit. Nele, é possível ver o passo a passo de cada uma das sete estruturas possíveis de serem armadas com o conjunto. Além desse manual, existe um site em português com suporte completo e planos de aulas para auxiliar os educadores, que não precisam ser experts em robótica ou qualquer outro conhecimento mais aprofundado para poderem ensinar os conceitos tratados para os alunos.

Fazendo ciências como “gente grande”

a(Fonte: Derek Keller/Mega Curioso)

O LEGO Education BricQ Motion Prime tem como foco a “Ciência do Esporte” (quem ainda está no embalo das Olimpíadas vai gostar mais ainda), portanto é possível montar conjuntos como uma pista de esqui, uma área de tiro livre, um carro propulsionado por hélices ou por vela, entre outros. Em um conjunto de sete aulas, todas muito bem organizadas no site da LEGO Education, é possível explorar vários temas, como gravidade, atrito, causa e efeito, etc.

O educador pode acessar o site específico de cada aula e lá compreender os objetivos principais daquela apresentação, os recursos necessários e os padrões educacionais. Também é possível assistir a vídeos que auxiliem na compreensão do tema e até acessar sugestões de perguntas que podem ser feitas na hora de interagir com os alunos, tirando deles o aprendizado por trás de toda a brincadeira.

Na nossa experiência específica, construímos a pista de esqui e realizamos diversos testes com ela. Além das peças comuns de LEGO com as quais estamos mais acostumados, o conjunto tem partes “especiais”, como, nesse caso específico, uma bomba pneumática, que possibilita a regulagem da angulação da ladeira que o esquiador deve descer, e uma “régua”, que assinala os ângulos para facilitar o experimento.

Assim, pudemos vivenciar um pouco do que um aluno aprenderia neste experimento científico: havia três esquiadores com pesos diferentes e então testamos o quão longe cada um deles conseguia deslizar em diferentes ângulos da ladeira. Essa versão “resumida” que experimentamos, na prática, torna-se uma explicação completa e divertida de todos os conceitos envolvidos e permite que os alunos aprendam de fato como se realizam testes empíricos em ambientes controlados.

Assim, testamos também por conta própria — sem o auxílio do pessoal do Educacional - Ecossistema de Tecnologia e Inovação, área de negócios dedicada à educação da Positivo Tecnologia — a montagem do carro com propulsão a hélice, e tudo correu bastante bem. Foi divertido seguir as sugestões do plano de aula da LEGO, e certamente o processo (re)ensinou devidamente esses conceitos que nós, jornalistas, já esquecemos há algum tempo, tantos anos após o “colegial”.

E quanto sai essa brincadeira?

a(Fonte: Derek Keller/Mega Curioso)

O preço dos kits, porém, não foi revelado: “O LEGO Education BricQ Motion Prime não é um produto de varejo. A princípio, a solução foi desenvolvida para escolas e seu preço varia em função de outros serviços que eventualmente venham a ser contratados, formando um projeto completo. Cada instituição (particular ou pública) tem o seu projeto adaptado ao número de alunos e turmas”, afirmou a assessoria do Educacional, da Positivo Tecnologia.

Quando questionada sobre eventuais projetos sociais que levariam os kits para alunos carentes, a empresa nos contou que “a fundação americana FIRST, a LEGO Foundation e a Disney, por meio do Educacional, têm um projeto conjunto para atender mais de 700 estudantes de escolas públicas e instituições sem fins lucrativos, para que possam desenvolver suas habilidades em tecnologia e ciências aplicadas”. Essa iniciativa foi feita em 2020 e 2021 por meio de um chamamento público que pode ser conferido neste link.

Galeria 1

Os resultados do experimento

A experiência toda, de modo geral, foi bastante satisfatória. Claro que a nostalgia de brincar com LEGO novamente colabora muito para essa sensação, mas de fato deu para ver que o brinquedo é perfeitamente capaz de unir diversão e educação.

Porém, nada disso seria possível sem o auxílio essencial dos planos de aula do site da LEGO Education, que já apresentam “mastigados” os temas a serem discutidos com os alunos. Inclusive, isso permitiria que até pais pudessem usar o kit para complementar a educação de seus filhos em casa e, segundo a equipe da Positivo Tecnologia, apesar disso não ser o ideal, é possível adquirir o brinquedo para fazer atividades pedagógicas caso haja uma comprovação da intenção.

Seguindo os modelos sugeridos pelo manual do kit e as orientações do site da LEGO, é possível organizar aulas concisas, informativas e capazes, inclusive, de agrupar turmas mais numerosas em torno do brinquedo para aprenderem conceitos abstratos e difíceis de serem passados por métodos tradicionais. Nada como ver algo acontecendo de fato e de maneira divertida, um conteúdo complicado entrar em nossa cabeça de forma recreativa.

Talvez esse seja um rumo bastante satisfatório para a Educação na área das STEAM: atividades mais práticas e que assustem menos os alunos, capazes de transformar o bicho- papão da física e da matemática em simpáticos esportistas e com um dos designs de brinquedo mais simpáticos já feitos.

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