Ciência
22/08/2022 às 13:44•2 min de leitura
Nesta segunda-feira (22), o coração de Dom Pedro I chegou ao Brasil. Trazido pela Força Aérea Brasileira (FAB) da cidade de Porto, em Portugal, até Brasília, o órgão do primeiro imperador do nosso país ficará exposto no Palácio do Itamaraty até o dia 5 de setembro.
Comemorando o bicentenário da Independência do Brasil, a exposição pode parecer um pouco inusitada para muita gente. Mas o mais interessante é que esta não é a primeira vez em que os restos mortais da família real portuguesa vieram parar aqui no Brasil — e a gente vai relembrar agora outras duas ocasiões em que corpos (ou partes deles) da nobreza portuguesa retornaram ao nosso país!
Coração de D. Pedro I chegou ao país para comemorar o bicentenário da Independência do Brasileira
Os restos mortais de D. Pedro II, último monarca brasileiro e exilado do país após a Proclamação da República em 1889, também já chegaram ao Brasil no passado. Após seu exílio, ele retornou então à França, onde viveu até o dia de sua morte, em 5 de dezembro de 1891.
Décadas depois, em 8 de janeiro de 1921, os restos mortais do imperador D. Pedro II e da imperatriz Theresa Cristina, sua esposa, chegavam em urnas ao Rio de Janeiro. Na época, foram realizados diversos atos fúnebres e muitas homenagens ao casal, cujas urnas percorreram o centro da cidade e depois ficaram expostas na Quinta da Boa Vista.
Restos de D. Pedro I foram sepultados em Teresópolis, no Rio de Janeiro, ao lado do corpo da imperatriz Theresa Cristina
O acontecimento marcou a repatriação do imperador morto, que foi, em seguida, sepultado na Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, ao lado da imperatriz Theresa Cristina.
O próprio Dom Pedro I já havia retornado ao nosso país anteriormente. Em 1972, os restos mortais do nobre português foram trazidos para cá em comemoração dos 150 anos da Independência do Brasil — além do fato de que ele mesmo havia pedido em seu testamento para voltar ao país após a sua morte.
Tendo assumido o trono como imperador do Brasil em 1822, D. Pedro I abdicou do cargo em 1931 e retornou para Portugal, onde morreria três anos depois. Já em 1972, para comemorar o Dia da Independência, seus restos seguiram em um cortejo pelo Rio de Janeiro, onde receberam homenagens no Monumento aos Pracinhas no Aterro do Flamengo, partindo em seguida para São Paulo.
Corpo de D. Pedro I veio para o Brasil em 1972
Na ocasião, parte de sua ossada foi exposta em diversas cidades pelo país. Em seguida, seus restos mortais foram sepultados em São Paulo, na cripta imperial localizada no Parque da Independência.
Seu coração, por outro lado, é até hoje mantido em Portugal, na capela-mor da igreja de Nossa Senhora da Lapa, na cidade do Porto. O órgão está conservado em formol há 187 anos e somente agora, em agosto de 2022, deixou o país europeu pela primeira vez na história para revisitar o território brasileiro — mas logo voltará para casa.
O desejo do monarca antes de morrer, registrado em seu testamento, foi que seu coração ficasse no Porto, cidade onde morou por 13 meses e onde guerreou contra seu irmão na Guerra Civil Portuguesa de 1832.