Por que pensamos que o 'fruto proibido' da Bíblia é uma maçã?

05/03/2023 às 13:002 min de leitura

Uma das histórias mais famosas da humanidade é a de Adão e Eva, os dois primeiros seres humanos criados por Deus, que acabaram sucumbindo à tentação quando uma serpente os convenceu a comer a fruta proibida. E foi assim que a dupla deu uma bela mordiscada em uma maçã e foi castigada pelo Criador, correto? Na verdade, não!

Embora hoje as maçãs sejam vistas constantemente representando o tal fruto proibido, a realidade é um pouco diferente e a bela e deliciosa fruta acabou ganhando a injusta má fama com o passar dos anos — e você vai entender agora toda essa confusão.

O fruto proibido

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Ainda que maçãs sejam erroneamente culpadas pela queda de Adão e Eva há centenas de anos, somente agora a discussão parece ter ganhado um pouco mais de fôlego, graças a um comercial exibido durante a edição deste ano do Super Bowl. Na propaganda, o casal bíblico é mostrado comendo um abacate, o que chamou a atenção de bastante gente acostumada a ver as pobres maçãzinhas.

Acontece que, por mais que seja citado na Bíblia que Adão e Eva comeram do fruto proibido, em momento algum é especificado qual teria sido o fruto em questão. Poderia ter sido uma pera? Quem sabe uma banana? Ou até mesmo um abacate, por que não?

O que realmente importa aqui é que ninguém sabe qual foi a tal fruta consumida pelos primeiros humanos da história, segundo os textos bíblicos. Falando ao Live Science, o Rabino Ari Zivotofsky disse que a Bíblia Hebraica não especifica qual fruta teria sido devorada por Eva e Adão.

"Não sabemos o que foi. Não há indicação de que foi uma maçã," disse o Rabino, que também é professor de neurociência na Universidade de Bar-Ilan, em Israel. Ainda segundo ele, não há também qualquer informação sobre o tipo de árvore presente no relato bíblico.

A culpa (não) é da maçã

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Uma possível explicação para as maçãs serem conhecidas como o fruto proibido teria a ver com a descrição da cena em si. O texto hebraico usa a palavra "peri", um termo hebreu bastante genérico usado para se referir a frutas em geral, para aludir ao consumo da fruta proibida.

Séculos depois, em 382 d.C., o Papa Dâmaso I pediu a um estudioso para traduzir o texto de hebraico para latim, quando a palavra "peri" teria sido então substituída pro "malum." E é aí que a coisa começa a ficar interessante: como explica o Rabino, a palavra "malum" tem o mesmo sentido genérico para se referir a frutas, mas também pode ser traduzido como — adivinhe só — maçã!

Além disso, dependendo da entonação usada na hora de dizer a palavra, além de maçã, a palavra "malum" pode significar "fruta" ou "mal", o que teria sido um dos motivos pelo qual o tradutor optou por seu uso na versão traduzida do texto hebraico em latim. Ou seja, no final das contas, a maçã pode ter ganhado sua má fama bíblica por um simples trocadilho!

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