Quem é a Maria do "banho-maria"?

13/04/2024 às 16:002 min de leituraAtualizado em 13/04/2024 às 16:00

Quem cozinha, sabe: o "banho-maria" é um processo culinário (embora também seja usado na indústria) que consiste em aquecer lenta e uniformemente a substância de um recipiente através do contato com o vapor de água. É usado, por exemplo, para preparar leite condensado, engrossar molhos e derreter chocolate.

Mas, afinal, quem seria a tal Maria que deu nome a esse processo muito usado nas cozinhas brasileiras? A seguir, você tem finalmente a resposta a essa dúvida.

A origem do banho-maria 

(Fonte: Wikipedia/ Reprodução)
O banho-maria remete aos processos da alquimia na Alexandria. (Fonte: Wikimedia Commons)

No francês, o processo se chama de "bain-marie", mas o termo original é "balneum mariae". Há teorias que tentam explicar a origem desse nome, associando-o à Virgem Maria ou à Maria Antonieta. Porém, o provável é que o termo tenha sido criado por conta de uma alquimista judia que viveu no Egito.

A história remete ao antigo Mediterrâneo, em uma época em que a ciência, a magia e a culinária se entrelaçavam. O método costumava ser usado pelos antigos gregos para fazer remédios, e já havia sido descrito por Hipócrates no século V a.C.

Já no século V d.C., um livro de receitas romano chamado Apicius apresentou pratos que eram preparados na "água quente", método que também era recomendado para manter os alimentos aquecidos — caso os convidados fossem chegar em horários diferentes para um jantar, por exemplo. Acontece que, nessas primeiras menções, o nome Maria ainda não aparecia.

Quem foi Maria?

Há várias teorias sobre quem seria a Maria do
Há várias teorias sobre quem seria a Maria do "banho-maria". (Fonte: Wikimedia Commons)

Para entender quem foi essa Maria, é preciso compreender um pouco sobre alquimia, uma prática ancestral que envolvia a manipulação de materiais e elementos químicos para compreender as suas propriedades. Um dos objetivos últimos da alquimia era conseguir transformar chumbo em ouro, ou criar o chamado "elixir da vida".

Essa tradição se iniciou ainda na Alexandria, no Egito, no início do primeiro milênio. Nessa época, o Egito era uma província romana e possuía grande influência dos gregos. Por volta do ano 300, um alquimista chamado Zósimo de Panópolis escreveu livros sobre o tema que sobreviveram até hoje. 

Em um desses escritos, ele fala de uma mulher a quem reverencia por sua sabedoria. Zósimo a chama de "a divina Maria", "Maria, a judia", "Maria, a profetisa" e "uma das sábias". Ocorre que os alquimistas escreviam suas obras de forma propositadamente enigmática, e por isso não traziam detalhes sobre quem eram os sábios.

É bem possível que a tal alquimista existisse, pois a antiga Alexandria tinha uma vasta população judaica, incluindo mulheres que praticavam essa ciência misturada com misticismo. Mas fontes posteriores tentaram esclarecer quem era a tal Maria. Ela já apareceu em relatos como tutora de filósofos gregos e mesmo como Miriam, que aparece na Bíblia como irmã de Moisés.

De acordo ainda com os escritos de Zósimo, sabe-se que Maria inventou vários dispositivos químicos. Um deles era o kerotaki, um cilindro fechado no fundo do qual havia uma chama que aquecia uma plataforma no centro do forno, no qual era colocada uma massa de mercúrio ou enxofre. Era usado para fazer ligas de metal, de uma forma parecida com o banho-maria. 

Então, na próxima vez em que você for preparar um pudim utilizando esse método, saiba que isso só é possível por conta da alquimia da época dos antigos egípcios.

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