Ciência
18/06/2024 às 20:00•2 min de leituraAtualizado em 19/06/2024 às 13:43
Esportes são incríveis e megacuriosos e esta é uma série de matérias do Mega Curioso que conta histórias sensacionais sobre as mais diversas práticas esportivas, do popular futebol, passando por esportes históricos, até os mais desconhecidos da atualidade. Confira no fim desta matéria outras histórias incríveis sobre esportes curiosos!
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Ao lado dos GPs de Indianápolis e Mônaco, as 24 Horas de Le Mans estão entre as corridas automobilísticas mais tradicionais do mundo. No entanto, a prova de resistência realizada desde 1923 na França também é marcada por uma grande tragédia.
Na corrida iniciada em 11 de junho de 1955, a expectativa era grande diante da presença de pilotos como o argentino Juan Manuel Fangio e os britânicos Stirling Moss e Mike Hawthorn. Cerca de 250 mil pessoas lotavam o circuito, esperando uma corrida emocionante.
Os favoritos seguiam revezando na liderança até que na 35ª volta aconteceu o desastre. Enquanto se dirigia aos boxes, Hawthorn quase colidiu com o carro de Lance Macklin, que precisou desviar para a esquerda, mas não percebeu a presença de dois competidores atrás.
Com a manobra, Macklin foi atingido pela Mercedes do francês Pierre Levegh, que se deslocava a 240 km/h. No impacto, o carro de Levegh “decolou”, chocando-se com a barreira de proteção, enquanto destroços do veículo voaram em direção à arquibancada.
A batida provocou a desintegração da Mercedes e jogou o corpo de Levegh de volta à pista, causando a morte do piloto. Já as peças lançadas no público causaram a decapitação de muitos espectadores, enquanto a traseira do carro explodiu, iniciando um incêndio que durou oito horas.
Dados oficiais apontam que o desastre de Le Mans em 1955 teve 84 mortes, incluindo Levegh e 83 espectadores, e pelo menos 120 feridos. Mas não há um consenso em relação aos números, com algumas fontes sugerindo que mais de 120 pessoas morreram.
Mesmo com as dezenas de corpos espalhadas pelas arquibancadas, os feridos aguardando socorro e as chamas tomando conta da área do acidente, a organização optou por continuar a prova. Os destroços que estavam na pista foram recolhidos e a corrida terminou com a vitória de Hawthorn e seu copiloto, Ivor Bueb.
Os responsáveis pelo evento alegaram que o cancelamento da corrida dificultaria a chegada dos serviços de emergência, devido aos congestionamentos nas estradas próximas, decisão até hoje bastante contestada.
Completando 69 anos em 2024, o pior acidente da história do automobilismo teve como consequências a Mercedes se retirando do automobilismo por décadas, voltando apenas em 1987, e a proibição de corridas na Suíça até 2022. Alemanha, Espanha e França chegaram a seguir o mesmo caminho, mas mudaram de ideia pouco depois.
Após a tragédia, o circuito francês passou por mudanças estruturais visando oferecer maior segurança para pilotos e o público, incluindo melhorias na pista e a demolição da arquibancada da reta dos boxes. Além disso, os carros se tornaram muito mais seguros que os daquela época.
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