Ciência
06/06/2022 às 10:00•3 min de leitura
A Mulher Maravilha é uma das personagens mais populares da cultura pop. E neste mês do orgulho LGBTQIA+, a atriz Lynda Carter, que é provavelmente a intérprete mais famosa da Mulher Maravilha, manifestou-sobre a importância dela na cultura queer.
Lynda escreveu em sua conta de Twitter: “Eu não escrevi a Mulher Maravilha, mas se você quer argumentar que ela de alguma forma não é um ícone queer ou trans, então você não está prestando atenção. Toda vez que alguém vem até mim e diz que a Mulher Maravilha o ajudou a sair do armário, eu me lembro do quão especial é esse papel”.
No 75º aniversário da Mulher Maravilha, em 2016, a DC Comics produziu uma HQ em que revelava que Diana de Themyscira (o nome real da heroína) é oficialmente queer. E por que isso é muito importante? É o que discutimos neste texto.
(Fonte: Allure)
A revelação da Mulher Maravilha como personagem queer é importante por vários aspectos. Nas histórias em quadrinhos e na cultura pop em geral, muitos relacionamentos LGBTQIA+ sempre foram retratados de forma "codificada", nas entrelinhas. Muitas vezes isso era feito no intuito de agradar os fãs gays, mas buscando não irritar os demais fãs.
Mas o fato é que esse cuidado de não desagradar fãs heterossexuais é, de alguma forma, perpetuar o desrespeito à comunidade LGBTQIA+, pois, afinal, não há essa preocupação em relação a eles e ao que os ofenderia.
(Fonte: IMDB)
A história da Mulher Maravilha é fundada em uma mitologia que, embora fictícia, empresta elementos de mitologias que realmente existiram. Ela é um das amazonas, uma raça de guerreiras femininas que receberam dos deuses do Olimpo um ilha chamada Themyscira, onde ficariam separadas do mundo dos homens.
Sem a presença dos homens e do sexismo, elas teriam a oportunidade de evoluir em muitos aspectos, tornando-se mulheres poderosas e inteligentes, ainda que também guerreiras altamente treinadas. Embora preparadas para a luta, são partidárias da paz e das diferenças, mantendo-se alheias ao desejo masculino pela guerra.
Diana e Steve acabam se apaixonando. No entanto, muitos estudiosos da personagem se perguntam sobre a história da Mulher Maravilha antes que ela conhecesse este primeiro homem. Deveriam acreditar que, numa ilha cheia de mulheres, elas nunca se apaixonaram umas pelas outras?
(Fonte: CBS News)
Muitos fãs achavam nas HQs algumas pistas sobre a heroína ser gay, fato que foi confirmado por Greg Rucka, um dos escritores de suas histórias. Em entrevista, ele afirmou que a Mulher Maravilha é queer, o que, em suas palavras, significa que ela possui, "embora não necessariamente exclusivamente, interesse romântico e/ou sexual por pessoas do mesmo sexo".
Greg Rucka diz que esse posicionamento é importante, pois recontextualiza a ideia de muitos fãs, perpetuada por várias histórias, de que Diana deixou a ilha Themyscira por conta de Steve Trevor. Na versão de Rucka, ela sai de sua casa porque "quer ver o mundo e alguém deve ir fazer isso. E ela decidiu que deve ser ela a fazer esse sacrifício".