Estilo de vida
26/08/2023 às 07:00•2 min de leitura
Telas se tornaram uma exigência para sobreviver ao dia a dia moderno, seja no trabalho ou no conforto do lar, e fugir delas se tornou uma tarefa impossível. Um estudo de 2022 da Lenstore indicou que 75% da população mundial entre 16 e 24 anos está passando mais tempo em seus telefones, enquanto 45% aumentaram a quantidade de tempo nos computadores.
Olhar por um período prolongado para telas tem o potencial de acarretar vários problemas de saúde relacionado aos olhos, incluindo tensões oculares e dores de cabeça. Muito embora a tensão ocular contínua e as dores possam indicar a necessidade de uma prescrição atualizada para lentes de contato ou o uso de óculos, reduzir o tempo olhando para as telas também pode ajudar a diminuir seu impacto.
Segundo Bhavin Sha, optometrista comportamental, olhar para essas telas pode ter um impacto na visão embaçada transitória, aumento da necessidade de usar óculos, no desconforto dos olhos e no desempenho no próprio trabalho. E essas são apenas algumas maneiras como as telas podem prejudicar a saúde dos nossos olhos.
(Fonte: Getty Images)
Todo ser humano nasce com hipermetropia, ou seja, quando bebês, tendemos a ver objetos distantes mais claramente do que de perto. "À medida que crescemos, nossos olhos respondem ao ambiente visual e aos sinais genéticos para chegar à visão perfeita", disse Neema Ghorbani Mojarrad, professora assistente da Universidade de Bradford, no Reino Unido, em entrevista à LiveScience.
Em casos de pessoas com miopia, o olho não consegue parar esse processo de ajuste e continua a crescer em comprimento, aumentando a distância entre sua lente e a retina sensível à luz na parte de trás do olho. Portanto, o excesso de contato com as telas é um fator que pode impulsionar essa mudança prejudicial a longo prazo.
Isso porque os músculos ciliares dos olhos se ajustam à forma da lente, ou seja, se contraem, quando eles se concentram em algo próximo, dando a ela uma forma mais esférica para focar a imagem na retina.
Esse excesso de contração pode levar os músculos a uma espécie de engrossamento, não só enfraquecendo a capacidade do olho de relaxar quanto a devolver à lente sua forma achatada, podendo alongar o globo ocular, causando mudanças permanentes em sua estrutura e capacidade de focar a luz na retina. O ato de olhar para objetos distantes com olhos alongados é o responsável por fazer os objetos parecerem embaçados.
(Fonte: Getty Images)
Segundo um levantamento de 2020 do Myopia Profile, das 7 bilhões de pessoas no mundo, 2,65 bilhões são míopes. E esse problema pode se agravar ainda mais até 2050. Estima-se que metade da população mundial possa se tornar portadora da condição até lá. O que poucos sabem, no entanto, é que a miopia é de uma das principais causas de cegueira permanente no mundo, como previu um estudo de 2016 com base em uma revisão de dados sobre a mudança na prevalência da miopia.
A miopia pode causar cegueira permanente porque abre precedentes para outras doenças oculares. Publicado na Community Eye Health, um estudo de 2019 descobriu que o risco de desenvolver "degeneração macular míope", uma condição que pode levar à perda significativa e permanente da visão, aumenta conforme a gravidade da miopia. O descolamento de retina também é cinco a seis vezes provável naqueles com miopia leve ou grave.
No momento, as crianças são o maior grupo de risco para desenvolverem a condição, visto que seus olhos ainda não se fortaleceram completamente durante essa fase. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda não mais do que uma hora diária de tela para crianças menores de 5 anos, e nenhuma para aquelas com menos de 1 ano.