Ciência
30/10/2023 às 08:00•2 min de leitura
A divulgação do Censo 2022 entrou na quarta etapa e agora os dados sobre a idade da população foram revelados. Em linhas gerais, o Brasil segue uma tendência mundial de envelhecimento dos seus habitantes, porém, a pesquisa mostra muito mais sobre as especificidades de cada região em relação ao sexo e a idade de seus habitantes.
Talvez o achado mais significativo dos novos dados divulgados pelo Censo 2022 é relativo ao crescimento da quantidade de pessoas com mais de 65 anos. O número de idosos cresceu 57,4% desde o último censo, em 2010. Em 1980, esse recorte representava 4% da população brasileira; em 2010, o número chegou a 7,4% e em 2022, atingiu 10,9% — cerca de 22 milhões de pessoas.
No outro extremo da pirâmide etária, o número de pessoas de 0 a 14 anos era de 38,2% da população em 1980; passou para 24% em 2010 e em 2022, alcançou a menor porcentagem, com 19,8% — o que representa 40 milhões de pessoas.
Com esse crescimento da população mais idosa no país, o indicador da idade mediana do Brasil mudou. Este número divide a população entre a metade mais velha e a metade mais nova. Em 2010, a idade média do brasileiro era de 29 anos e chegou a 35 anos em 2022.
Izabel Marri, gerente de estudos e análises da dinâmica demográfica do IBGE, afirmou em comunicado, que esta pesquisa consolida uma tendência encontrada desde a década de 1940. Lá, a melhora das condições de saúde diminuiu a taxa de mortalidade, o que afeta inicialmente o aumento da quantidade de crianças, mas também reduz a morte em todos os grupos. A partir da década de 1980, as taxas de fecundidade começam a cair, principalmente nas regiões industrializadas. Com o aumento constante da expectativa de vida e as famílias optando por terem menos filhos, o envelhecimento da população é inevitável.
População brasileira tem crescimento significativo no número de idosos e de mulheres. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
As regiões mais envelhecidas do país neste recorte entre população jovem e a idosa são a Sudeste e a Sul, com 18% e 18,2% de jovens e 12,2% e 12,1% de idosos respectivamente. Essas regiões também são as que apresentaram a maior queda na taxa de fecundidade.
No Centro-oeste, as crianças de até 14 anos são 20,9% da população, enquanto os idosos são 8,9%. No Nordeste, os jovens são 21,1% e os idosos 10,1%. A região Norte apresenta a população mais jovem do Brasil — as crianças até 14 anos são 25,2%, enquanto os idosos acima de 65 anos são 7%.
Segundo o Censo 2022, o Brasil tem 6 milhões de mulheres a mais do que homens. Do total das pessoas ouvidas na pesquisa, 104.548.325 eram mulheres (51,5% da população), enquanto 98.532.431 eram homens (48,5% do total). A razão de sexo alcançou o menor índice histórico, 94,2. O número demonstra que existem 94,2 homens para cada 100 mulheres no país. Em 1980, o índice era de 98,7 e em 2010 foi de 96.
A região com o menor número de homens é a Sudeste, onde a razão de sexo foi de 92,9. Em seguida está o Nordeste, com 93,5; depois o Sul, com 95 e o Centro-oeste, com 96,7. A região com a proporção mais igualitária entre homens e mulheres é a Norte, onde existem 99,7 homens para cada 100 mulheres.