Ciência
17/11/2024 às 11:00•2 min de leituraAtualizado em 17/11/2024 às 11:00
A internet está repleta de histórias sobre o que, supostamente, encontramos na nossa comida e bebida. De insetos em frutas a químicos perigosos, esses boatos geralmente são espalhados de forma exagerada e até sensacionalista. Aqui, vamos esclarecer seis mitos populares sobre o que, de fato, está nos seus alimentos.
Você já deve ter ouvido que algumas figueiras selvagens são polinizadas por vespas, que depositam seus ovos dentro da fruta. Nesse processo, a vespa acaba ficando presa no figo e, eventualmente, é decomposta pelas enzimas naturais da fruta. Isso realmente pode acontecer.
No entanto, a maioria dos figos que encontramos no mercado hoje vem de variedades autopolinizadoras, que não envolvem vespas. Ou seja, o risco de você consumir uma vespa sem saber é praticamente inexistente.
Esse é um mito que surgiu devido à liberação de compostos químicos — como aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos — quando a carne é grelhada em temperaturas muito altas. Esses compostos mostraram potencial de causar câncer em estudos com animais.
No entanto, não há provas concretas de que o consumo moderado de carne grelhada cause câncer em seres humanos. A chave está na moderação e em técnicas de preparo, como virar a carne com frequência e evitar que ela queime demais, o que pode reduzir a formação desses compostos.
As sementes de maçã contêm amigdalina, que pode liberar cianeto quando metabolizada. No entanto, para atingir uma dose perigosa, seria necessário consumir uma quantidade enorme de sementes de uma vez — algo bem improvável em uma mordida casual de maçã.
Portanto, engolir algumas sementes acidentalmente não oferece risco à saúde e não é motivo para preocupação.
O castóreo é uma substância retirada das glândulas anais dos castores, com um cheiro e sabor que lembram a baunilha. No passado, ele era usado em pequenas quantidades como aromatizante natural, tanto em alimentos quanto em perfumes.
Com o tempo, o uso do castóreo na indústria alimentícia diminuiu, principalmente por causa do alto custo e da dificuldade de extração, sem contar as questões éticas envolvidas. Hoje, a maioria dos produtos com sabor de baunilha são feitos com baunilha natural ou com essências artificiais.
O extrato da raiz de alcaçuz contém uma substância chamada glicirrizina, que, se consumida em grandes quantidades, pode causar desequilíbrios nos eletrólitos do corpo. Isso pode levar a problemas como pressão alta e arritmias cardíacas.
No entanto, a maioria dos doces com sabor de alcaçuz usa aromatizantes artificiais ou outros ingredientes, como o anis, que reproduzem o sabor sem trazer riscos. Além disso, para a maioria das pessoas, consumir alcaçuz puro com moderação não oferece perigo.
O glutamato monossódico (MSG) é um ingrediente muito usado na culinária asiática para intensificar o sabor dos pratos, e sempre gerou polêmica.
Algumas pessoas acreditam que ele pode causar sintomas como dor de cabeça e náusea, mas estudos científicos não encontraram evidências fortes de que o MSG, quando consumido em quantidades normais, tenha esses efeitos. Então, a famosa “síndrome do restaurante chinês” é, na verdade, mais um mito do que uma reação real ao MSG.