CIA usava pombos espiões para registrar fotos na União Soviética

19/05/2024 às 14:002 min de leituraAtualizado em 19/05/2024 às 14:00

Existe um grupo de pessoas que acredita que parte dos pássaros não são de carne e osso, tendo sido substituídos por drones que funcionam como espiões, criando, inclusive, uma teoria da conspiração sobre esses pássaros robôs. Mas, de onde surgiu essa ideia maluca?

Os seguidores do movimento “Birds Aren’t Real” (“Pássaros não são reais”, em tradução livre), argumentam que 12 bilhões de aves foram exterminadas pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), entre 1959 e 1971, por meio de um vírus. Elas teriam sido trocadas por aves mecânicas.

Os EUA estavam de olho em Moscou durante a Guerra Fria. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Os EUA estavam de olho em Moscou durante a Guerra Fria. (Fonte: Getty Images)

Curiosamente, a CIA usou pombos como espiões em missões secretas durante a Guerra Fria na década de 1970, como revelou a BBC em 2019, mas as aves eram de verdade. Segundo a publicação, os pássaros tinham câmeras acopladas a seus corpos.

Realizando disparos automáticos, esses equipamentos registravam locais estratégicos enquanto os pombos sobrevoavam a União Soviética, que duelava com os americanos pela liderança geopolítica do planeta naquela época. A operação que teve a participação das aves recebeu o codinome “Tacana”.

A grande vantagem dos pombos

Os pombos já participaram de várias missões durante as guerras. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Os pombos já participaram de várias missões durante as guerras. (Fonte: Getty Images)

Segundo a reportagem, o uso dos pombos pela CIA para fotografar o território inimigo foi motivado, principalmente, pela capacidade da espécie de voltar para casa. Mesmo soltos há grandes distâncias dos locais em que haviam sido treinados, eles conseguiam retornar trazendo o filme com as fotos.

Nas missões de teste, as aves carregavam uma câmera que pesava 35 gramas com um rolo de filme para 140 fotos. Em uma dessas viagens, o pombo solto próximo a uma prisão em Washington (EUA) fez fotos com qualidade superior à dos satélites de espionagem, mostrando detalhes nítidos de pessoas e carros na região.

Segundo o relatório, uma das missões com participação dos pombos fotógrafos aconteceu em setembro de 1976 em Leningrado (atual São Petersburgo). O objetivo era fotografar os estaleiros onde estavam sendo construídos submarinos soviéticos de última geração, mas não se sabe se a operação deu certo, pois a agência americana mantém os arquivos sob sigilo.

Despistando os soviéticos

Os pombos espiões registraram fotos de boa qualidade. (Fonte: Unsplash)
Os pombos espiões registraram fotos de boa qualidade. (Fonte: Unsplash)

Os agentes secretos americanos tomavam uma série de cuidados para evitar que os antecessores dos drones fossem descobertos. Havia o receio de que cidadãos soviéticos tropeçassem em uma dessas aves enquanto elas estivessem no solo e descobrissem o equipamento fotográfico, acabando com a missão.

Para evitar que isso acontecesse, os espiões americanos soltavam os pombos com câmeras perto do alvo, de maneira discreta — eles poderiam estar escondidos em um sobretudo grosso ou em um buraco embaixo de um carro estacionado, por exemplo. Depois, bastava aguardar a ave retornar ao local onde foi treinada com as fotos para revelar.

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