Ciência
07/07/2024 às 20:00•3 min de leituraAtualizado em 07/07/2024 às 20:00
Barbie e Ken são dois brinquedos que, por décadas, têm sido muito adorados pelas meninas. Mas o que talvez os fabricantes dos bonecos jamais esperariam é que eles "inspirariam" um casal de serial killers que assassinou e estuprou uma série de mulheres entre os anos 1980 e 1990.
Paul Bernardo e Karla Homolka pareciam ser apenas um casal apaixonado. Mas mal se imaginava que eles ganhariam um apelido sombrio: "Ken e Barbie do crime".
Antes de conhecer Karla, Paul Bernardo provavelmente já nutria uma veia sádica: basta lembrar que ele citava Psicopata Americano, romance de Bret Easton Ellis, como seu livro favorito. Nascido em 1964 no Canadá, ele era filho de um casal de classe média alta, e não enfrentou muitas dificuldades na vida.
Até que aconteceu uma reviravolta: em 1975, seu pai, Kenneth Bernardo, foi acusado de abuso sexual infantil, incluindo uma suspeita de ter molestado a própria filha. Paul, aparentemente, não foi muito afetado por esse escândalo, mas mais verdades começariam a aparecer na sua adolescência. Aos 16 anos, ele descobriu que era filho de um caso extraconjugal da mãe.
A partir de então, ele começou a insultar a mãe frequentemente. Quando foi estudar na Universidade de Toronto, passou a conhecer mulheres em bares para depois humilhá-las e espancá-las. Por ser bonito e charmoso, ele conseguia fazer isso com relativa facilidade.
Em 1987, veio à tona o caso de três assaltos com estupros ocorridos em situações semelhantes. As vítimas eram mulheres entre 15 e 21 anos, e o homem que teria realizado os atos passou a ser chamado de "estuprador de Scarborough". Ao fim de cinco anos, Paul Bernardo havia estuprado ou tentado estuprar pelo menos 19 jovens.
Paul e Karla se conheceram em 1987. Ele então tinha 23 anos e ela 17. A moça havia nascido em 1970 em Ontario, e também levava uma vida normal. Quando se conheceu, ambos belos e loiros, pareciam um casal feito um para o outro.
Só que, diferente de outras mulheres que ele já havia namorado, Karla também possuía fantasias sadomasoquistas, nas quais Paul agia como um mestre e ela como uma escrava. Durante todo o namoro, ele seguiu estuprando meninas em Scarborough – e a namorada sabia de tudo.
O namoro "vingou" e eles ficaram noivos. Três anos depois do noivado, Paul começou a se interessar pela cunhada Tammy, de 15 anos, e foi encorajado pela noiva – que prometeu a ele a virgindade da irmã como um presente de Natal, por mais horrível que isso possa parecer.
Em 23 de dezembro de 1990, Karla deu à irmã bebidas com analgésicos para que Tammy ficasse inconsciente. Em uma cena terrível, ela a segurou enquanto o noivo a estuprava e eles filmavam tudo. O crime só cessou porque Tammy começou a engasgar com o próprio vômito, e acabou morrendo.
Mesmo assim, o casal não foi pego, pois o assassinato não foi constatado. Assim, Karla seguiu atraindo adolescentes para a casa em que vivia com Paul Bernardo, levando a outros estupros. No dia 29 de junho de 1991, os dois se casaram e continuaram cometendo o mesmo tipo de crime. Enquanto isso, a polícia investigava e começava a conectar os assassinatos.
Um retrato falado, que se assemelhava a Paul Bernardo, fez que novas pistas surgissem, levando com que ele fosse finalmente preso em fevereiro de 1993. Enquanto isso, Karla Homolka conseguiu um acordo de delação premiada para depor contra o agora ex-marido. Por conta do acordo, ela relatou o estupro de 30 mulheres em troca de 12 anos de prisão por sua cooperação nos crimes.
Paul Bernardo recebeu a pena de prisão perpétua pelos crimes, mas nunca admitiu em tribunal ter qualquer tipo de remorso pelo que causou. Já Karla Homolka foi solta em 2005, se casou novamente e teve um filho. Para sempre, eles devem ficar ligados à história mórbida de terem sido "Ken e Barbie do crime".