Descoberta de fósseis pode mudar o atual mapa da evolução humana

11/04/2013 às 12:172 min de leitura

De acordo com o site The Verge, uma equipe internacional de pesquisadores publicará nesta sexta-feira diversos estudos que podem reescrever o mapa da evolução humana. As pesquisas descrevem as conclusões do time sobre a Australopithecus sediba, uma espécie pré-humana que habitou o nosso planeta há 2 milhões de anos.

Baseados na forma como essas criaturas caminhavam, mastigavam e se locomoviam, os cientistas acreditam que os humanos sejam descendentes diretos dos A. sediba, em uma teoria alternativa à de que o nosso ancestral mais provável seja o Homo habilis, que surgiu 100 mil anos depois desses pré-humanos. Além disso, a mistura de características humanas e primatas dos A. sediba também apontam para uma diferente linha evolutiva.

Evidências pré-humanas

Fonte da imagem: Reprodução/The Verge

Uma análise da estrutura dental do A. sediba revelou várias semelhanças com os espécimes do gênero Homo sp. Por outro lado, a mesma avaliação também mostrou disparidades com relação ao A. afarensis, um tipo de hominídeo que inclui o famoso esqueleto de Lucy, descoberto no leste da África em 1974 e que é comumente aceito como o ancestral que deu origem a todos os pré-humanos.

Além da estrutura dental, os pesquisadores descobriram outros vestígios que parecem compor melhor esse mosaico evolutivo. Tanto o tórax como a espinha dorsal e a mandíbula do A. sediba mostram características surpreendentemente humanas, e apesar de os braços e mãos apresentarem qualidades ideais para subir em árvores, os membros inferiores mostram sinais de terem sido utilizados para movimentos bípedes.

Outro vestígio importante é a presença de dedões alongados nas mãos, sugerindo que, assim como os primeiros humanos, os A. sediba provavelmente os utilizavam para segurar ferramentas e outros objetos. Segundo os pesquisadores, não importa a estrutura avaliada, dos pés à cabeça, os esqueletos mostram evidências claras de evolução, da transição dessas criaturas ao gênero Homo sp., mais do que qualquer outra espécie de australopiteco já estudada.

Descoberta acidental

Fonte da imagem: Reprodução/Duke University

Os ossos de A. sediba foram descobertos por acaso em 2008, em uma caverna na África do Sul. Desde então eles vêm sendo estudados, e os surpreendentes resultados devem compor o mais completo estudo de uma espécie pré-humana já realizado. Essas criaturas contavam com pouco mais de 1,2 metro de altura e cérebros pequenos que, apesar de parecidos aos dos primatas, apresentavam um formato e organização mais semelhante ao dos humanos.

Os paleontólogos admitem que as descobertas estão abertas a novas interpretações, posto que os registros fósseis continuam incompletos. Entretanto, eles também afirmam que as evidências encontradas fortemente sugerem que, se os A. sediba não forem os ancestrais diretos do gênero Homo sp., eles certamente foram um “parente” muito próximo desses ancestrais.

Controvérsias

Fonte da imagem: Reprodução/Duke University

Como era de se esperar, já existe uma avalanche de contestações com relação aos resultados da pesquisa, muitas alegando que os A. sediba seriam jovens demais para terem sido ancestrais dos humanos, citando a descoberta de fósseis — muito deteriorados e duvidosamente identificados — de Homo habilis com 2,3 milhões de anos.

E é justamente a falta de fósseis bem preservados de outras espécies que torna o trabalho de comparação entre as criaturas tão complicado. Isso faz com que o traçado do mapa evolutivo dos seres humanos continue incerto e, apesar de os A. sediba abrirem uma nova e gigantesca possibilidade, essa discussão seguirá envolta em uma densa nuvem de especulações.

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