Entenda o truque que permite que jogadores façam mágicas com a bola

17/07/2015 às 04:113 min de leitura

Você já ouviu falar a respeito do Efeito Magnus? Pode até ser que você jamais tenha escutado falar sobre ele, mas com certeza você já o viu em ação. Aliás, você provavelmente ficou coçando a cabeça e se perguntando “como é possível?” depois de testemunhar o efeito sendo executado! Muito usado por jogadores de futebol — e de outros esportes também —, é ele que permite que os craques façam mágicas com a bola, como as que você pode ver seguir:

O Efeito Magnus, que recebeu esse nome em homenagem ao cientista alemão Heinrich Gustav Magnus, basicamente se refere ao fenômeno físico no qual a trajetória de um objeto esférico ou cilíndrico através de um fluido — água ou ar — é afetada pela sua rotação.

Na verdade, o efeito é resultado de vários fenômenos — que incluem o Princípio de Bernoulli —, e ele depende da velocidade de rotação do objeto, bem como da quantidade de ar que ele arrasta enquanto gira. Além disso, quanto mais lisa for a superfície do objeto, menos intenso será o efeito. Veja mais um vídeo demonstrativo a seguir:

*Você pode ativar as legendas automáticas em português no menu do vídeo, mas como a tradução não ficou legal, incluímos uma descrição logo abaixo.

O vídeo foi produzido pelo pessoal do canal Veritasium do YouTube, e a demonstração com a bola de basquete foi realizada do alto da represa Gordon, localizada na Tasmânia, Austrália, que conta com 126,5 metros de altura. Como você viu, primeiro os rapazes soltam a bola sem girá-la, deixando que ela caia livremente. E a bola, apesar de sofrer um pouco de desvio por conta da ação do vento, segue uma trajetória mais ou menos reta até chegar ao solo.

Depois, antes de a bola ser liberada novamente, os rapazes fazem com que ela gire levemente para trás, e a bola vai parar longe! Segundo a explicação do vídeo, a bola faz isso porque, conforme ela ganha velocidade, o ar que passa na parte da frente se move na mesma direção em que ela está girando e, portanto, acaba sendo desviado para a parte de trás da bola.

Já na parte traseira da bola, o ar se move na direção oposta à que ela está girando, fazendo com que o fluxo de ar se separe em vez de ser desviado. O resultado disso é que a bola empurra o ar em uma direção, e o ar, por sua vez, aplica a mesma força na outra direção, fazendo com que a bola mude de trajetória.

Curiosamente, de acordo com o pessoal do Veritasium, apesar de o fenômeno ter recebido o nome em homenagem a Heinrich Gustav Magnus — que o descreveu em 1852 —, Isaac Newton já havia falado a respeito do efeito quase dois séculos antes, quando ele relatou suas observações sobre o voo das bolas de tênis na Universidade de Cambridge.

E o vídeo prossegue explicando que o Efeito Magnus é superimportante em esportes como o futebol, o tênis e o golfe, assim como possui aplicações fora do mundo dos esportes. Um exemplo mencionado é o do barco que você pode ver a seguir, dotado de duas estruturas cilíndricas que se parecem com chaminés gigantes:

Essas estruturas se chamam “Flettner Rotor” e substituem as velas, fazendo com que a embarcação se mova adiante graças ao Efeito Magnus. Outro exemplo é o avião que você pode ver logo abaixo, que usa o mesmo princípio — tendo cilindros no lugar das asas. Contudo, segundo o vídeo, apesar de essas estruturas gerarem mais força de elevação do que as asas tradicionais, elas também criavam mais arrasto, tornando o voo impraticável. Veja:

O tal avião levantou voo apenas uma vez — e caiu! Por sorte, existem alguns experimentos em andamento atualmente: um envolvendo uma aeronave que usa a força gerada pelo giro dos cilindros para voar, e o outro envolvendo uma embarcação que conta com quatro estruturas cilíndricas para aumentar a sua eficiência e reduzir o consumo de combustível.

Assim, segundo o pessoal do Veritasium, é possível que no futuro o Efeito Magnus tenha mais utilidades além de simplesmente permitir que alguns esportistas façam verdadeiras mágicas com a bola. E a título de curiosidade, os rapazes não foram até a represa para fazer experimentos aerodinâmicos! Na verdade, eles estavam lá para tentar quebrar o recorde de cesta de basquete mais alta já marcada — e parece que eles conseguiram a façanha.

Você sabe como é que os jogadores de futebol conseguem fazer com que as bolas percorram trajetórias curvas? Compartilhe a sua teoria no Fórum do Mega Curioso

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