Ciência
15/09/2014 às 05:45•4 min de leitura
Quando pensamos em assassinos em série geralmente nos lembramos de casos famosos como os de Jack, o estripador, que aterrorizou a cidade de Londres; Albert Fish, o sequestrador, estuprador e canibal que chegava a enviar cartas aos parentes de suas vítimas para contar como elas haviam morrido; e, claro, o brasileiro Maníaco do Parque, que atraía suas vítimas garantindo a elas uma promissora carreira de modelo.
A verdade é que, por mais que os assassinos em série mais famosos sejam homens, há muitas mulheres assassinas também. Confira:
Estamos falando de uma mulher que viveu nos anos 1800 e que, rica, de cabelos escuros e pele clara, chamava a atenção por onde passava. Sua aparência quase angelical enganava quem não sabia que Delphine era, na verdade, cruel e sanguinária a ponto de castigar fortemente qualquer um de seus escravos que não fizessem exatamente o que ela pedia. Uma de suas escravas chegou a morrer ao pular da janela do segundo andar para tentar fugir das crueldades de Delphine.
A casa dos Lalaurie pegou fogo em 1834 e, durante a inspeção do local, uma equipe de bombeiros entrou em um cômodo depois de sentir um cheiro ruim muito forte. Lá, encontraram diversos corpos de escravos mortos, pendurados, amarrados, algemados. Uma das mulheres tinha a boca costurada, outra não tinha mais a pele do corpo. Ainda não se sabe exatamente o número de pessoas que Delphine matou, mas as estimativas indicam que ela tenha feito até 90 vítimas.
Os Lalauries escaparam e nunca mais foram vistos de novo. Investigações descobriram que havia muitos corpos de escravos queimados na residência. Delphine e o marido nunca foram punidos.
Juana Barraza foi a responsável por pelo menos 40 assassinatos, sendo que suas vítimas eram sempre mulheres idosas. Juana agia na Cidade do México, geralmente se passando por assistente social para conseguir entrar nas casas de suas vítimas. Ela então usava o que estivesse ao seu alcance e estrangulava as senhoras.
Felizmente Juana foi encontrada, em 2006, depois de estrangular uma senhora de 82 anos com um estetoscópio. Suas digitais estavam presentes nas cenas de pelo menos 10 assassinatos de velhinhas. A polícia demorou a encontrar a assassina porque não tinha certeza se era um homem ou uma mulher – na verdade, os investigadores achavam que era um homem, devido à força utilizada nos assassinatos. Juana foi condenada a 759 anos de prisão.
Amelia era uma inglesa que, na Era Vitoriana, divulgava seus trabalhos como babá. Casada, com 50 anos de idade, vivendo uma vida cristã, Amelia parecia a babá perfeita. Pelo menos era essa a imagem que ela passava.
A criminosa agia da seguinte forma: assim que estava com uma criança nova, ela a levava para casa e a estrangulava. Em seguida, colocava o corpo do bebê em um saco e jogava no rio Tâmisa. À época a polícia descobriu que 12 mortes de bebês estavam relacionadas com a babá assassina, mas apenas seis mortes foram realmente confirmadas. Acredita-se que ela tenha matado 50 crianças.
A polícia chegou até a assassina quando encontrou o corpo de um bebê no Tâmisa. A criança estava enrolada em um papel que depois foi examinado pelos policiais. No papel havia um endereço escrito e, então, os policiais entraram em contato, por meio de uma mulher que fingiu precisar dos serviços da babá. Quando Amelia abriu a porta para receber sua nova cliente, deu de cara com a polícia.
Ao todo, 12 bebês foram encontrados no rio, todos com uma corda no pescoço. A casa de Amelia era cheia de brinquedos de crianças e objetos relacionados a bebês. Depois que os crimes da babá foram denunciados, muitas outras mulheres foram até a polícia dizendo que seus bebês também haviam sumido. Amelia foi condenada à morte.
Marie e Arthur Noe tinham se casado há pouco tempo, quando tiveram o primeiro filho, no dia 7 de março de 1948. Um mês depois, porém, o recém-nascido chegou ao hospital já sem respirar. Os médicos atribuíram a morte do bebê à síndrome da morte súbita infantil.
Marie teve mais um filho, em setembro de 1950. Em fevereiro do ano seguinte, a mulher voltou ao hospital com o bebê morto, e o laudo médico concluiu que a criança tinha passado pelo mesmo problema do outro. Não havia qualquer tipo de marca, nenhum osso quebrado, hematoma ou sinal de maus tratos.
Os enfermeiros repararam, no entanto, que a mãe nunca lamentava a morte dos filhos e, inclusive, uma das enfermeiras chegou a ouvir a mulher ameaçar uma criança que teve mais tarde. A verdade é que dos dez filhos que teve, nenhum viveu mais do que dois anos.
Em 1998 o caso de Marie foi lembrado por um jornalista da Philadelphia Magazine, que sugeriu que a polícia investigasse melhor as mortes dos filhos de Marie. Quando a polícia interrogou a mulher, ela admitiu ter sufocado quatro de seus filhos, mas não sabia o que tinha acontecido com os outros quatro. Dois de seus filhos realmente morreram de causas naturais.
Marie foi condenada em junho de 1999, sentenciada a 20 anos de prisão, sendo que os primeiros cinco anos foram cumpridos em regime domiciliar.
Entre o final do ano 1800 e o início de 1900, Enriqueta era uma espécie de curandeira muito popular em Barcelona, na Espanha. Seus “pacientes” iam até ela para comprar os caros remédios caseiros que ela vendia dizendo que curariam casos graves de sífilis e outras doenças.
O que ninguém sabia era que Enriqueta atraía crianças para sua casa, afinal elas eram o ingrediente dos remédios milagrosos que ela vendia. A curandeira matava suas vítimas e retirava pele, gordura, ossos, músculos e cabelos, que ela misturava nas poções que fazia para vender. Antes de matar, ela chegava a obrigar as crianças a se prostituírem.
A criminosa só foi capturada em 1912, quando duas de suas prisioneiras conseguiram fugir e chegaram até a polícia, contando os crimes de Enriqueta. Os policiais foram até a casa da curandeira e acharam partes de corpo, jarras de sangue, gordura humana e inclusive um livro de receitas escrito pela própria Enriqueta, deixando claro como ela fazia suas poções. A mulher foi presa e assassinada na prisão antes de ir a julgamento.