Artes/cultura
10/05/2017 às 12:05•4 min de leitura
A escrita surgiu por volta do ano 4 mil a.C. e, apesar de não ser possível especificar exatamente qual povo deu início a tal atividade, sabemos que culturas de diversas partes do mundo — das Américas, da Ásia e da África — começaram a desenvolver essa “ferramenta” em épocas próximas.
O interessante é que a escrita seguiu os passos do homem e foi se tornando cada vez mais diversificada e complexa. E, após a humanidade encontrar uma forma de gravar o que era falado, foi só uma questão de tempo até as diferentes culturas começarem a transmitir não só o conhecimento, mas as mais variadas sensações e fantasias também.
E também foi uma questão de tempo até que começassem a surgir figuras incrivelmente habilidosas no uso das palavras — pessoas que se tornaram verdadeiros mestres das letras. Falaremos, então, de quatro escritores que entraram para a História como alguns dos maiores nomes da literatura internacional. Confira:
Nascido em Florença, na Itália, no ano de 1265, Dante é considerado como o maior poeta italiano de todos os tempos. Sua obra máxima, “A Divina Comédia”, foi escrita entre 1304 e 1308 — embora existam divergências sobre o período exato — em um dialeto parecido ao atual italiano e não em latim, como era mais comum na época, e se trata de um poema épico-teológico divido em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso.
Dante Alighieri
Seus pais eram Alighiero di Bellincione e Bella degli Abati. No entanto, não há consenso sobre o real nome da mãe de Dante, uma vez que sua tradução significa “a bela dos abades”. Ambos morreram quando Alighieri era ainda jovem; a mãe quando ele tinha cinco, e o pai, quando ele tinha dezoito anos.
Teve seu casamento arranjado aos 12 anos com uma mulher chamada Gemma, com quem teve pelo menos quatro filhos: Pietro, Jacopo, Antonia e Giovani. Em 1301, após brigas políticas e desentendimentos até com o Papa, Dante foi exilado e, depois de muito “perambular”, ele foi morar em Ravenna a convite do príncipe Guido da Polenta. Ele morreu três anos depois, em 1321, de malária, e seus restos mortais permanecem nessa cidade italiana até hoje.
Nascido em Stratford-upon-Avon, na Inglaterra, em 23 de abril de 1564, William era filho de John Shakespeare, conselheiro e depois prefeito da cidade, e de Mary Arden. É considerado o maior dramaturgo e escritor inglês da História e um dos autores mais influentes do mundo.
William Shakespeare
Com suas 38 peças, mais de 150 sonetos e mais de uma dezena de tragédias, o “Bardo de Avon”, como era conhecido, influencia ainda hoje toda a sorte de escritores pelo mundo. Não existem muitos registros sobre sua vida íntima, contudo, sabe-se que foi casado com Anne Hathaway e que o casal teve três filhos, sendo a mais velha Susana, seguida dos gêmeos Hamnet e Judith.
Já o período de trabalho de Shakespeare se deu no reinado de Elizabeth I, uma época de ouro para as artes. Shakespeare se destacou apresentando-se em Londres, no Globe Theatre, através de sua companhia Lord Chamberlain’s Men, que passaria a se chamar King’s Men com a morte de Elizabeth e a ascensão de James I.
Morreu na mesma Stratford-upon-Avon aos 52 anos, e dentre suas maiores obras estão: as tragédias “Hamlet”, “Romeu e Julieta”, “Rei Lear”, “Macbeth” e “Otelo, o Mouro de Veneza”; as comédias “Noite de Reis”, “O Mercador de Veneza” e “Os Dois Cavaleiros de Verona”; sua última obra foi a peça “A Tempestade”.
Uma curiosidade sobre Shakespeare era o medo que tinha de que sua sepultura fosse profanada. Então, ele pediu que sua lápide trouxesse o seguinte recado: “Bom amigo, por Jesus, abstém-te de profanar o corpo aqui enterrado. Bendito seja o homem que respeite essas pedras e maldito o que remover meus ossos”.
O maior expoente da literatura lusitana, Luís Vaz de Camões provavelmente nasceu em Lisboa, em 1524, e foi um grande aventureiro. Segundo os poucos registros sobre sua vida, fez constantes viagens, envolvia-se constantemente em amores perigosos e levava uma vida boêmia e cheia de encrencas. Foi também soldado do exército português na África, quando se exilou por frustrações pessoais. Foi nesse período, aliás, que perdeu um olho — conforme pode-se ver em muitos dos retratos que foram feitos dele.
Luís Vaz de Camões
Quando retornou do continente africano, após se meter em uma confusão, acabou preso. Mas recebeu a anistia, partiu para a Ásia — mais especificamente a Índia —, e lá, além de se envolver nas mais variadas enrascadas, combateu ao lado das tropas lusitanas no oriente.
Foi durante os vários anos em que esteve no oriente que Camões escreveu sua obra máxima, “Os Lusíadas”, poema nacionalista português, marco na literatura lusitana e mundial. Quando voltou a Portugal e publicou sua magnum opus, recebeu uma pensão vitalícia de El Rei Dom Sebastião. Ele morreu em Lisboa, no ano de 1580, e cerca de 15 anos depois, todos os seus poemas foram reunidos, bem como apócrifos adicionais, sob o título de “Rimas”.
Representante da língua castelhana na literatura, Cervantes é um marco não só para os espanhóis, mas para a literatura ocidental em geral. Autor de “Dom Quixote”, considerado como o primeiro romance moderno, sua importância é tão grande para o castelhano, que o idioma é frequentemente chamado “a língua de Cervantes”.
Miguel de Cervantes Saavedra
Filho do médico Rodrigo de Cervantes e de Leonor de Cortinas, especula-se que Miguel tenha nascido em 29 de setembro de 1547, dia do arcanjo Miguel, o que explicaria seu nome. Lutou na batalha do Lepanto, em 1571, e depois, ao retornar à Castela, foi capturado por um corsário do Império Otomano e permaneceu prisioneiro até 1580.
Viveu um tempo em Portugal, durante o reinado do espanhol Felipe, que herdou o trono português. Tentava assim o seu lugar ao Sol na corte espanhola do reino Lusitano. No ano de 1605, publicou a primeira parte de sua obra magna, “Dom Quixote de La Mancha”, que viria a ser terminada por volta de 1615, ano em que foi publicada. Cervantes escreveu também diversas narrações breves, novelas, comédias e dramas ao longo da vida.
Morreu então aos 68 anos na cidade de Madrid, e um fato curioso é que sua morte, coincidentemente, aconteceu no mesmo dia que a de William Shakespeare: 23 de abril de 1616. Um detalhe, porém, é que o calendário em uso na Inglaterra na época era o juliano, enquanto o espanhol já era o gregoriano. Sendo assim, embora conste que a data de falecimento dos dois escritores é a mesma, na verdade, Shakespeare faleceu 10 dias após Cervantes.
*Esta matéria é de autoria do nosso leitor e colaborador Matheus Campos.
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