
Ciência
04/07/2012 às 13:19•2 min de leitura
Fonte: Getty Images
(Reuters) - Uma categoria emergente de viajantes ricos da China, Rússia e Brasil está motivando redes varejistas a ampliarem sua presença em aeroportos do mundo inteiro.
Grifes como Estée Lauder e Louis Vuitton, do conglomerado de luxo LVMH, são presença tradicional em aeroportos e outros locais frequentados por viajantes, mas nos últimos anos seu faturamento nesses ambientes teve uma alta expressiva em comparação a outros segmentos, o que motiva a expansão da presença das marcas de luxo.
A joalheria Tiffany, por exemplo, pretende inaugurar neste ano uma segunda loja no aeroporto Changi, em Cingapura, e se instalar no ano que vem no novo aeroporto de Berlim, chegando assim a oito unidas. A Hublot, fabricante suíça de relógios e também parte do LVMH, está de olho no aeroporto de Frankfurt.
Enquanto isso, a Estée Lauder, vendendo produtos de beleza em quase mil lojas de aeroportos, está se espalhando para terminais domésticos em cidades menores da China e do Brasil, para buscar um maior crescimento entre o público que viaja e garantir espaço em lugares que um dia podem se tornar os principais destinos de férias da China.
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"É o momento de nos perguntarmos qual é a Saint-Tropez da China", disse o executivo-chefe Fabrizio Freda numa recente entrevista. O faturamento da Estée Lauder com viajantes teve uma alta superior ao crescimento geral da empresa.
No mundo todo, as vendas de perfumes, cosméticos e outros produtos de luxo em aeroportos, seja em lojas "duty-free" ou comuns, saltou 28,3% entre 2008 e 2011, segundo a empresa sueca de pesquisas Generation Research, que prevê um crescimento de mais 25% até 2014, chegando a 44,5 bilhões de dólares.
Para efeitos de comparação, o Boston Consulting Group prevê que a venda total de artigos de luxo suba 14,5% até 2014.
O crescimento dos últimos anos é puxado pela emergente classe média chinesa. Segundo a Associação Global de Empresas de Viagens, a China deve ganhar cem novos aeroportos na próxima década, e cidades "de segundo escalão", como Chongqing e Wuhan, estão atraindo a atenção dos varejistas.
Gastar milhares de dólares por uma bolsa num aeroporto é um hábito muito mais difundido entre clientes ricos de países emergentes do que entre pessoas de nações desenvolvidas.
"Os chineses adoram comprar quando viajam – é uma cultura", disse o presidente da Hublot, Jean-Claude Biver, observando que essa clientela tem impulsionado o faturamento das lojas da marca na Suíça.
(Reportagem de Phil Wahba)