Quem é o Aedes aegypti? Conheça o mosquito transmissor de 3 graves doenças

07/01/2016 às 19:004 min de leitura

Um mosquito tem incomodado muita gente no Brasil. É o Aedes aegypti, nome científico de um mosquito preto de manchas brancas com menos de 1 centímetro. Sabe aquele pernilongo chato que fica voando perto de você durante o dia? Ele pode ser o transmissor de três doenças seriíssimas: a dengue, a chikungunya e a zika, que estão se tornando verdadeiras pestes no país.

É desde 1896 que surtos de dengue acontecem por aqui, entretanto, nessa época, a principal preocupação com o mosquito era outra: a transmissão da febre amarela. Nos anos 50, o país conseguiu erradicar a presença do Aedes aegypti e controlou os casos de febre amarela, mas o enfraquecimento das medidas nos anos seguintes e a presença do vetor em outras partes da América fizeram com que o mosquito retornasse a todo o território, dessa vez com o vírus da dengue.

O mosquito, que é originário do Egito, embarcou nos navios que faziam o transporte de escravos para as Américas e para a Ásia. Em alguns casos, morria tanta gente que as embarcações ficavam quase vazias, verdadeiros navios fantasmas à deriva no oceano.

Nessa espécie de mosquito, só a fêmea pica, pois precisa do sangue do ser humano para desenvolver os ovos dentro de seu próprio corpo após o acasalamento. Então, elas escolhem uma série de locais seguros para colocar seus ovos, o que dá mais chance de sobrevivência a eles, e os deposita bem próximo da água limpa, com pouca matéria orgânica, e na sombra, como naqueles pratinhos que ficam embaixo das flores ou nos restos de material de construção que você vem acumulando há anos no seu quintal.

Do tamanho de um grão de areia, os ovos do mosquito Aedes aegypti são imperceptíveis ao olho humano. Também são extremamente resistentes e podem durar mais de um ano, até que as condições sejam favoráveis para a eclosão. Em ambiente chuvoso e quente, tudo isso acontece em apenas 7 dias!

As larvas já podem, sim, nascer com os vírus no organismo, caso a mãe tenha sido portadora antes. Ainda, as fêmeas tornam-se vetores da doença ao ingerir o sangue de um ser humano infectado, reiniciando o ciclo de vida do mosquito.

Dengue, zika e chikungunya

A primeira menção a uma doença semelhante à dengue é do ano de 992, encontrada numa enciclopédia chinesa. Só na época da Segunda Guerra Mundial é que o vírus começou a ser estudado e foram identificados não apenas um, mas quatro subtipos, cada um deles carregando genes distintos graças a mutações que ocorreram ao longo dos anos. Isso permitiu que o vírus se tornasse mais agressivo após sucessivas ocorrências na mesma pessoa, já que ele consegue entrar nas células de defesa já criadas nas primeiras vezes e assim, escondido, atingir todo o sistema imunológico.

Já o vírus zika surgiu em um macaco que era cobaia de testes em pesquisas sobre a febre amarela na floresta de Zika, na Uganda, África. É por isso que a doença tem esse nome. Em 1948, foram encontrados em mosquitos da região esse mesmo vírus.

A febre chikungunya é a mais recente, identificada pela primeira vez na Tanzânia em 1952. O nome chikungunya é uma palavra maconde (língua local) para “aqueles que se dobram”, pois a doença está associada a muita dor nas articulações.

As três doenças têm sintomas muito parecidos e é difícil até mesmo para os médicos mais experientes diagnosticar cada uma delas. Em todas surgem dores pelo corpo e manchas avermelhadas na pele, mas fique esperta! Cada doença tem uma particularidade:

  • Dengue: dores no corpo todo e atrás dos olhos, manchas vermelhas que não coçam e febre de até 40º graus; pode ser identificada com teste sorológico;
  • Chikungunya: dores de cabeça e nos músculos, dores fortes nas articulações (mãos, cotovelos, ombros, joelhos e tornozelos), manchas avermelhadas que não coçam e febre de até 40º graus; é diagnosticada com exame de sangue chamado PCR;
  • Zika: dores nas juntas, manchas avermelhadas que provocam coceira, vermelhidão nos olhos e febre baixa, de até 38º. Entretanto, 80% dos infectados não sentem nenhum desses sintomas. Também é identificada no exame de sangue PCR.

Não há remédios específicos para as doenças, só é possível tratar os sintomas com antitérmicos e analgésicos, sempre recomendados pelo médico. Também é necessário ingerir bastante líquido e ficar em repouso, de preferência em ambiente fechado e com repelente. Dessa forma, evita-se nova picada do mosquito, que pode levar o vírus para outra pessoa.

No caso do zika, o vírus pode ocasionar síndrome de Guillain-Barré, inflamação do sistema nervoso que causa fraqueza ou paralisia no ser humano. Já em mulheres grávidas infectadas pelo vírus principalmente no primeiro trimestre da gestação, o zika é responsável por casos de microcefalia em bebês, quando o crânio do recém-nascido é menor que 32 centímetros de diâmetro. A microcefalia pode levar à morte em casos extremos ou em sequelas para os sobreviventes, como dificuldade para se movimentar, para falar e nas funções cognitivas. Não existem vacinas preventivas contra nenhuma das três doenças, mas há testes para a de dengue.

Não vacile! 10 atitudes para eliminar o mosquito

Está claro que o mosquito Aedes aegypti não é bem-vindo na casa de ninguém, mas esse visitante indesejado pode estar aí zunindo no seu ouvido agora mesmo! A única forma de mandá-lo embora é acabando com todos os focos possíveis de água limpa, parada e exposta, que são ainda mais comuns no período de chuvas de verão.

Certifique-se que você está seguro cumprindo todas as tarefas abaixo e alertando seus vizinhos, familiares e amigos para fazerem o mesmo em seus lares.

  • Mantenha recipientes como garrafas e vasilhas sempre de boca para baixo ou tampados;
  • Cuidado com as flores! Acrescente areia ou terra nos pratos que ficam sob os vasos ou descarte-os de vez. Também é aconselhável evitar o cultivo de plantas que possam armazenar água em suas pétalas ou folhas, como as bromélias;
  • Até os lugares que não imaginamos podem acumular água. Limpe com frequência as calhas de sua casa e, se identificar entupimentos, providencie reparo com urgência;
  • Se for guardar pneus, coloque-os em local protegido da chuva e retire a água que eles pode, estar armazenando;
  • Não acumule entulho em sua própria casa nem os jogue em terrenos baldios;
  • É importante manter sua lixeira bem fechada e, na hora de descartar o saco plástico, lembre-se de amarrar bem;
  • Feche e vede sua caixa-d’água. Mesmo em períodos de seca, quando é costume armazenar água da chuva, não esqueça de se proteger;
  • Piscinas, fontes e estátuas devem passar pela devida limpeza frequentemente;
  • Atenção com as lajes! Este é um espaço que costuma ter diversos itens descobertos. Deixe-os abrigados das chuvas;
  • Além de retirar toda a água exposta, é recomendável lavar os objetos que serão usados novamente (como a lata de lixo e os pratos de flores com terra ou areia). Lembre-se que o mosquito coloca seus ovos próximos à água, e que eles são muito resistentes;
  • Como o ciclo de desenvolvimento do Aedes aegypti é de uma semana, é importante realizar uma pequena faxina a cada sete dias;
  • Além das atitudes acima, fique alerta para outros possíveis focos e lembre-se que este vilão não é visível para nós humanos, então, se encontrar água limpa e parada, tem que jogar fora devidamente ou lavar e utilizar de maneira responsável.

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