Por que algumas pessoas consideram Marilyn Monroe uma modelo plus size?

22/04/2017 às 04:003 min de leitura

Marilyn Monroe. Esse é o nome de uma das mulheres mais belas e intrigantes de todos os tempos. É praticamente impossível encontrar alguém que não saiba quem é ela ou que, talvez, não a ache incrivelmente bonita e charmosa. Tanto isso é verdade que, apesar de vivermos em um mundo onde mulheres como Gisele Bündchen e Megan Fox representam os padrões de beleza com maestria, os encantos de Marilyn nunca foram esquecidos.

Em 1945, quando tinha apenas 19 anos, a jovem Norma Jeane assinou um contrato com a agência de modelos Blue Book. O cadastro de Norma, que em breve passaria a ser conhecida como Marilyn, nos permite finalmente saber quais eram as medidas da mulher que, inegavelmente, ainda é referência quando o assunto é beleza e sensualidade.

De busto, tinha 91 cm; de cintura, 60; e, de quadril, 86. Pesava quase 54 kg e tinha 1,65 m de altura. Na anotação feita pela recepcionista da agência, consta que Marilyn vestia uma numeração de calça que, nos padrões brasileiros, ficaria entre a numeração 40 e 42. Sabe-se também que o responsável pela empresa que agenciou Marilyn a teria definido como “muito roliça, mas de um jeito bonito”.

Plus size, será?

O fato é que muitas vezes as imagens de Marilyn foram comparadas com as de outras modelos, justamente por ter uma estatura mais baixa e um corpo com mais curvas. Desde sua morte, em 1962, a popularidade de Marilyn aumentou ainda mais, e a loira, que já tinha se tornado símbolo sexual de toda a década de 1950, nunca mais saiu de foco. Um dos fatores que contribuem para isso, além do trabalho de Marilyn como atriz e modelo, são as medidas dela, que por muito tempo foram desconhecidas.

Ainda que pesasse menos de 55 kg, muitas agências e críticos de moda já chegaram a dizer que Marilyn poderia ser considerada uma modelo plus size. Muito já foi debatido sobre essa questão, inclusive com relação à autoimagem feminina de modo geral; afinal, se uma mulher de 55 kg é considerada acima do “peso ideal”, o próprio nicho plus size passa a ser reduzido e, consequentemente, excludente.

O que faz com que essa questão de Marilyn como uma modelo plus size ainda seja debatida é o fato de que, à medida que os padrões de moda mudam, a numeração de roupas parece sofrer pequenas alterações também. É correto dizer, então, que um modelo 42 dos anos de 1950 não tem as medidas iguais às da mesma numeração de hoje em dia. E mesmo as de hoje parecem variar; afinal, é comum usarmos numerações distintas em relação a marcas de roupas diferentes.

Mudanças de padrão

Hoje as roupas que realmente são focadas em um bom caimento são feitas a partir de medidas exatas para cada parte: busto, cintura, ombros, comprimento dos braços e por aí vai. Isso não acontecia antes da Segunda Guerra Mundial, por exemplo, quando tanto roupas feitas para mulheres quanto as masculinas eram medidas a partir do tamanho do busto, apenas.

Nos anos seguintes, no entanto, as numerações das roupas começaram a ser padronizadas com base em outras partes do corpo, e as peças confeccionadas para as mulheres passaram a ser feitas com base nas medidas de busto, altura, quadril e cintura.

Esse padrão de tamanhos e modelos se consolidou nos anos de 1980, quando as marcas começaram a perceber que o apelo à vaidade era um ótimo acelerador de vendas – e ainda é. Em relação aos manequins norte-americanos, por exemplo, se em 1950 o menor tamanho era o 8, atualmente existe até a numeração 00 – para converter medidas de roupas, você pode utilizar a calculadora deste site.

Então, a discussão a respeito de Marilyn ter sido uma modelo plus size tem diversos vieses. Primeiro: o manequim dela era 40 ou 42 naquela época, mas dificilmente seria esse nos padrões atuais – estamos falando de uma pessoa de 1,65 e aproximadamente 55 kg, lembra? Segundo viés: ainda que ela usasse uma calça tamanho 40 nos padrões atuais, já é suficiente para ela ser considerada plus size? Nesse sentido, as mulheres que usam manequins acima do 48 não são representadas nem mesmo dentro do padrão plus size. Como fica para elas, então?

O fato é que, se usássemos as medidas atuais, seria correto dizer que Marilyn usava roupas de numeração 36 ou 38. Colocando essas mudanças de padrão em consideração, fica fácil entender, de uma vez por todas, que Marilyn não poderia ser considerada uma modelo plus size. Pode parecer bobagem, mas esse tipo de nomenclatura afeta, e muito, a questão da autoimagem feminina.

Enquanto o universo plus size for representado por mulheres que usam roupas em tamanhos “normais”, as mulheres que realmente precisam encontrar modelos em tamanhos maiores vão continuar não sendo devidamente representadas. Se por um lado as que usam um manequim 40 já começam a pensar que são plus size, as que usam numerações acima do 48 não encontram opções de compra com facilidade. Aí fica realmente complicado.

*Publicado em 3/8/2015

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