Saúde/bem-estar
06/06/2014 às 07:32•5 min de leitura
Sexta-feira é dia de Próxima Parada e, se você é daqueles que se encanta pela cultura dos países da América Latina – nossos hermanos –, chegou a hora de conferir mais um destino não muito distante daqui. Depois de passarmos pelo Uruguai, pelo Chile e pela Argentina, desembarcamos agora no Peru.
A República do Peru – como é oficialmente conhecida – é um país antigo. Estima-se que os primeiros habitantes tenham chegado lá cerca de 15 mil anos atrás. Comunidades começaram a se desenvolver na costa oeste há mais de 5 mil anos e então passaram a explorar o que havia continente adentro.
Neste panorama, o Império Inca (que viveu no território cerca de 600 anos atrás) marcou profundamente a cultura peruana. A cidade de Cusco, que foi escolhida como capital dos incas, ainda hoje é uma das cidades mais importantes do país. O império foi responsável por alguns dos principais templos e construções do Peru – como a misteriosa fortaleza de Machu Picchu. Mas o Peru vai muito além das ruínas andinas e, para conhecer tudo o que existe de extraordinário nesse país, é só me acompanhar!
O Peru é o terceiro maior país da América do Sul, ficando atrás somente do Brasil e da Argentina. E, para quem planeja uma viagem para o país, o território garante paisagens para todos os gostos: lá, é possível encontrar montanhas, praias, desertos e florestas.
A maior parte da população se concentra costa do Oceano Pacífico, onde fica Lima, que é a capital e maior cidade do país. Localizado na costa oeste, em uma faixa de 2.500 quilômetros está o deserto de Nazca, originalmente habitado pelos Chimú – uma cultura que chegou à região milhares de anos atrás. O deserto corresponde somente a 10% da área do país, mas serve de lar para mais de metade da população. É lá também que estão as famosas e misteriosas Linhas de Nazca, que foram consideradas patrimônio mundial pela UNESCO em 1994.
Outra beleza natural é a floresta amazônica, que é bem conhecida por nós, brasileiros, e cobre quase 60% do território peruano. Com uma flora e uma fauna invejáveis, a floresta abriga plantas e animais que não existem em nenhuma outra parte do planeta.
Os Andes, que formam a segunda maior cadeia de montanhas do mundo, também estão presentes no território peruano. Por sua altura impressionante, os incas acreditavam que os Andes eram deuses. As montanhas se estendem de norte a sul e podem ser vistas do litoral do país. O ponto mais alto do Peru é o Monte Huascarán, que tem incríveis 6.768 metros de altitude.
O país também merece destaque pelo Lago Titicaca, que está localizado ao sul do Peru e é considerado o maior lago da América do Sul e o lago navegável mais alto do mundo, já que ele está a mais de 3.800 metros do nível do mar. Por fim, as dunas de Cerro Blanco – que ficam no deserto de Nazca – ocupam o segundo lugar entre as mais altas do mundo, medindo 1.176 metros da base ao ponto mais alto.
Com a chegada dos espanhóis em 1532, as línguas nativas passaram a dividir espaço com o espanhol. Isso fez com que o país ficasse marcado pela pluralidade por causa da presença de vários idiomas – como o quíchua e o aimará, de origem indígena –, que ainda são falados em diferentes partes do país, principalmente nos Andes. Contando também com os idiomas falados pelas comunidades da Amazônia, o Peru tem 43 línguas nativas.
Desde o período pré-hispânico, a música e a dança sempre ocuparam um espaço fundamental na cultura peruana. Os especialistas na história do país acreditam que os habitantes do deserto de Nazca tenham sido importantes músicos da região. Utilizando conchas, canas e ossos de animais, os povos desenvolveram diferentes instrumentos de sopro. Por esse motivo, a flauta de pã acabou se tornando um dos símbolos do Peru.
A combinação da diversidade e do folclore resultou em manifestações artísticas que misturam expressões indígenas com a influência espanhola. A Marinera é uma das danças típicas peruanas mais conhecidas e tem suas raízes em ritmos espanhóis e andinos. Nesta e em outras danças tradicionais do país, é comum vermos as mulheres usando vestidos com saias bufantes que deixam a coreografia ainda mais bonita.
Os festivais também fazem parte da cultura peruana. A união de crenças e costumes deu origem a cerca de 3 mil festas populares que são comemoradas anualmente no Peru. Procissões, rituais, carnavais e celebrações em homenagem a santos padroeiros são alguns exemplos das festividades que buscam expressar a crença em Deus e o respeito pela natureza. A maior parte da população peruana expressa a fé católica, que é mais uma das heranças deixadas pelos espanhóis.
A culinária peruana é um reflexo da identidade nacional, ou seja, reúne as múltiplas culturas que fazem parte da história e da formação do Peru – que é uma característica que pode ser observada em diferentes aspectos do país. Essa mistura de influências fez com que os peruanos se tornassem experts em experimentar outros sabores, harmonizar aromas e explorar novas alternativas quando o assunto é gastronomia.
A diversidade geográfica – que apresenta cerca de 90 microclimas diferentes, o que faz com que o Peru seja um dos países com maior biodiversidade do mundo – e o talento dos chefs locais fizeram com que a culinária peruana ganhasse reconhecimento mundial. Uma prova disso é o fato de que Lima já recebeu o título de Capital Gastronômica da América.
Para os turistas que desembarcam no país, provar o famoso ceviche (considerado parte do patrimônio cultural do Peru) é obrigatório. Consiste basicamente em uma preparação de peixe cru marinado em suco de lima que tem seu sabor acentuado com pimenta ou outros temperos. Para acompanhar o prato, são servidas preparações com milho ou batata – que são duas opções que também não podem faltar na gastronomia peruana. Além do ceviche, o pisco sour é considerado a bebida nacional do Peru. O drink é feito à base de pisco – que é uma aguardente de uva produzido no país –, suco de limão, clara de ovo, bitter e gelo.
Quem está planejando passar pelo Peru também não pode deixar de conferir o artesanato tradicional. As peças produzidas pelos artesões locais refletem a cultura do povo e ainda demonstram as incríveis habilidades que foram passadas de geração em geração ao longo da História.
Desde o período pré-hispânico, o artesanato peruano ficou marcado pela descoberta da tecelagem e do trabalho com cabaças, madeiras, pedras, metais preciosos e até mesmo argila. Essa herança ancestral pode ser encontrada até os dias de hoje na região costeira, nas montanhas e nas cidades localizadas na floresta.
Filigranas de prata, cabaças esculpidas, altares de Ayacuchana, esculturas em madeira e pedra de Huamanga, as cerâmicas de Chulucanas e os ponchos de Monsefú são alguns exemplos da produção artesanal do Peru que não podem deixar de ser admirados por quem quer que visite o país.