A vacina contra o HPV se provou capaz de reduzir riscos do câncer cervical

10/04/2019 às 06:002 min de leitura

No ano de 2008, o Reino Unido introduziu um programa de vacinação para meninas de 12 a 13 anos contra o HPV 16 e 18 — conhecidos por causar câncer. De acordo uma pesquisa publicada na revista médica British Medical Journal, o número de mulheres que possuíam células pré-cancerígenas no cólo do útero caiu em 89% em pouco menos de uma década. 

Algumas pacientes declararam que a vacina levou diretamente a uma "redução dramática" nas doenças cervicais. Não foi analisado, no entanto, como que o programa interferiu nas taxas do câncer de colo de útero; mas os autores da pesquisa acreditam que os números devem cair significativamente.

(Reprodução/Abril Bebê)

Uma equipe de pesquisadores de várias universidades da Escócia, no Reino Unido, foi responsável pela pesquisa citada. Neste estudo, foram analisados registros médicos de 138.692 mulheres do país com o objetivo de averiguar quais efeitos gerais da vacina contra o HPV. Para tanto, as taxas de células pré-cancerígenas provenientes de neoplastia intra-epitelial cervical (desenvolvimento anormal das células do cólo de útero feminino) foram observadas. Os públicos de análise e comparação foram mulheres não imunizadas nascidas em 1988 e mulheres devidamente vacinadas, nascidas entre 1995 e 1996.

Curiosamente, os resultados também demonstraram que as mulheres não vacinadas obtiveram benefícios ao passo que uma queda considerável nos níveis da doença foi identificada. Mas, afinal, qual é a relação desse fato com o programa de vacinação do Reino Unido?

Imagem do papiloma vírus humano (Reprodução/Click Guarulhos)

Esse efeito é conhecido como "imunidade coletiva" ou "proteção de grupo", no qual pessoas não imunizadas também são protegidas de uma determinada doença contagiosa caso uma boa parte da população tenha tomado a vacina. Nessa situação, a doença é incapaz de se espalhar com facilidade, uma vez que muitos indivíduos estão protegidos e interrompem o ciclo de contágio.

O HPV é extremamente comum, existem mais de 100 tipos distintos dessa doença. De acordo com o Centro de Controle de Doenças e Prevenção (US CDC) dos Estados Unidos, 79 milhões de norte-americanos estão atualmente infectados com o vírus do papiloma humano. Além disso, o US CDC declarou que "quase toda pessoa sexualmente ativa terá HPV em algum momento de sua vida se não for imunizada". 

(Reprodução/Portal da Folha)

A maioria das manifestações dessa doença são inofensivas, causando sintomas relativamente leves — como as irritantes verrugas, por exemplo. No entanto, pelo menos 14 tipos de HPV são conhecidos por causar câncer. Estima-se que o HPV 16 e o 18 sejam os culpados por 70% dos diagnósticos de carcinoma cervical, o 4º câncer mais comum entre a população feminina.

Essa não é a primeira história de vacinação contra o HPV que obtém sucesso no mundo. A Austrália, por exemplo, está a um passo de se tornar o primeiro país a erradicar o câncer de colo de útero graças ao seu abrangente sistema de vacinação. A expectativa, segundo cientistas, é de que essa doença seja erradicada até 2100 em 149 de 181 países caso as atuais taxas de progresso continuem.

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