Será que a Síndrome de Ovários Policísticos é hereditária?

02/05/2019 às 04:002 min de leitura

A Síndrome do Ovário Policístico é uma doença incurável que acontece devido a determinadas disfunções hormonais femininas e, infelizmente, não existe muito conteúdo científico acerca desse assunto. Ademais, a síndrome — também conhecida por sua abreviação "SOP" — é a principal causadora de infertilidade e de diabetes tipo 2 nas mulheres. 

Os fatores que causam essa disfunção hormonal são ainda desconhecidos, mas a investigação sobre os mecanismos genéticos envolvidos nessa doença pode auxiliar tratamentos e diagnósticos futuros. Pelo menos, é o que defende os autores do novo estudo sobre Síndrome de Ovários Policísticos publicado no Jornal de Endocrinologia Clínica e Metabolismo (The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism).

Reprodução/IFL Science

Qual o funcionamento desse estudo?

Os pesquisadores reuniram mulheres de 62 famílias com histórico de SOP e sequenciaram seus DNA's em uma observação detalhada. Por meio desse método, foi possível identificar variantes raras do gene DENND1A, responsável pela regulação da testosterona no organismo. Esse gene foi encontrado em pelo menos metade das participantes, o que levantou a possibilidade de a síndrome ter um caráter hereditário.

"O nosso atual entendimento é de que existe sim uma forte suscetibilidade genética relacionada à SOP.", aponta a líder da pesquisa, Andrea Dunaif, em entrevista ao IFL Science. "A perspectiva é que, a partir de testes genéticos, possamos identificar antecipadamente pessoas com alto risco de desenvolverem a síndrome."

Reprodução/Ferticlin

Níveis elevados de hormônios reprodutivos e metabólicos são frequentemente encontrados em casos de SOP, e estão associados às raras variações do gene DENND1A mencionadas acima. É importante comentar esse fato, porque nos faz entender um dos sintomas-chave dessa disfunção: a intensificação da produção de testosterona.

Segundo os pesquisadores, a previsão da síndrome a partir de um exame genético não só irá mapear mulheres com maior  propensão à doença, como viabilizar um tratamento especializado. Nota-se que existem expectativas altas acerca desse estudo. "Poderemos encontrar maneiras de alterar o aumento da atividade do DENND1A que acontece na SOP para tratar a doença em si, ou até mesmo curar pacientes.", afirma Dunaif sobre as conclusões da análise feita.

Reprodução/Conexão Saúde

A pesquisa se apresenta promissora, mas ainda há muito o que ser revisto acerca do assunto. Diversos testes com o gene DENND1A precisam ser feitos para comprovar a ideia levantada pela equipe. Além disso, vale ressaltar que a análise foi limitada, uma vez que as participantes eram apenas de descendência europeia e compunham uma amostra muito pequena. 

"Seja qual for a razão, a SOP é muito comum e mal compreendida. Muitas mulheres precisam ver até 4 médicos para obterem um diagnóstico. Por não sabermos a causa da doença, todos os tratamentos são sintomáticos e é muito frustrante não termos chegado a uma cura ainda.", declarou Andrea Dunaif.

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