Vacina sem agulha: adesivo criado por cientistas previne a gripe

19/09/2019 às 11:002 min de leitura

Há aproximadamente duas décadas, cientistas têm estudado a vacinação com uma abordagem livre de agulhas, mas nenhuma tecnologia desenvolvida alcançou eficácia suficiente para ter uma perspectiva de utilização em massa — pelo menos até esse ano. Benjamin L. Miller, professor de dermatologia no Centro Médico da Universidade de Rochester em Nova York, é o principal autor de um novo artigo científico sobre vacinas adesivas contra a gripe. 

O artigo, publicado na revista Journal of Investigative Dermatology, fala sobre uma invenção com potencial para substituir o método atual de vacinação com agulhas. Os adesivos dispensam a aplicação por um profissional da saúde e não produzem resíduos de risco biológico, como as seringas. Vale dizer que testes em humanos ainda não foram realizados.

Pele, a maior barreira do nosso corpo

(Reprodução/ Prefeitura de Itapevi via Visualhunt)

É importante ressaltar que desenvolver uma tecnologia capaz de transportar grandes moléculas, como as proteínas da vacina contra a gripe, pela pele é um desafio e tanto, afinal, a pele tem o objetivo de manter “agentes estranhos” fora do corpo, não deixá-los entrar. Lisa A. Beck, co-autora do artigo e também professora de dermatologia, descobriu que uma proteína chamada “claudin-1” induz a fortificação da barreira e, por outro lado, reduz a permeabilidade da pele. Apesar da descoberta interessante, era preciso criar um cenário perfeito em que a barreira fosse rompida apenas por tempo suficiente para liberar as proteínas contra a gripe, sem permitir que agentes indesejados entrassem.

Entrando pela porta da frente

(Reprodução/Visualhunt)

Depois de muitos testes em ratos, os pesquisadores conseguiram criar a versão ideal do adesivo, de modo que a vacina fosse “injetada” adequadamente sem que uma situação de vulnerabilidade no sistema imune fosse causada. "Quando aplicamos o adesivo com o peptídeo (que inibe a claudin-1), a pele do rato se tornou permeável por um curto período de tempo", declarou Matthew Brewer, outro coautor do artigo. “Mas assim que o adesivo foi removido, a barreira da pele começou a se fechar. Após 24 horas, a pele voltou ao normal — o que é uma ótima notícia do ponto de vista de segurança”.

Vacinação para todos

(Reprodução: DFID — Departamento de Desenvolvimento Internacional via Visualhunt)

As vacinas atuais são eficazes, mas exigem que profissionais especializados as apliquem, causam riscos biológicos e os pacientes ficam ansiosos por causa da dor. Todos esses fatores representam barreiras à vacinação em países em desenvolvimento. "Esses países não têm mão de obra para vacinar populações inteiras", declarou Lisa Beck. "Além disso, há uma aversão aos cuidados de saúde em muitas dessas comunidades. Uma agulha é dolorosa, é invasiva e dificulta as coisas quando você lida com um viés cultural que tem resistências à medicina preventiva". Nesse contexto, então, um adesivo contra a gripe seria uma maneira não invasiva de administrar vacinas de forma rápida e barata a um grande número de pessoas.

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