Ciência
21/11/2019 às 13:00•1 min de leitura
O artigo divulgado por Jennifer J. Manly na revista Neurology aponta que, através de pesquisa realizada com 983 pessoas com média de idade de 78 anos, questões ligadas à alfabetização, memória e outras características neurológicas podem interferir diretamente no processo de demência ao logo da vida. Desse grupo, os 238 analfabetos representaram um índice três vezes maior de perda de memória do que os demais.
Como já se podia esperar, o estudo constatou que as pessoas analfabetas desenvolveram demência mais cedo do que as pessoas alfabetizadas. Embora estudos anteriores não tivessem conseguido provar a relação entre os fatores, à nova pesquisa apresenta dados consistentes que referenciam a importância de manter a mente ativa ao longo da vida com atividades como a leitura e a escrita.
O estudo que acompanhou o grupo por 23 anos apontou um índice maior de demência em pessoas analfabetas, cerca de 35%, e apresentou algo em torno dos 18% no outro grupo. Homens e mulheres apresentaram índices muito semelhantes no estudo, embora mulheres costumeiramente sejam mais afetadas por doenças como o Alzheimer. Heather M. Snyder, vice-presidente de uma das divisões da Associação de Alzheimer do país entende que o estudo contribui de forma significativa para as pesquisas sobre a longevidade, mas ainda é preciso levar outros fatores em consideração.
O Departamento de Educação dos Estados Unidos estima que 32 milhões de adultos americanos sejam analfabetos. Também por isso, a ciência tem se preocupado cada vez mais em buscar soluções para manter a longevidade aliada à qualidade de vida e a boa memória.