Ciência
04/08/2021 às 10:00•2 min de leitura
O processamento de alimentos ocorre desde que a humanidade descobriu o fogo e começou a cozinhar carnes e outros vegetais. Quando desenvolveram a agricultura, nossos ancestrais já faziam a fermentação para produzir pães, álcool e outros laticínios e conservavam a carne salgando-a.
Assim, podemos dizer que o processamento de alimentos foi essencial para a expansão da civilização. Mas como esse processo se tornou sinônimo de uma dieta pobre em nutrientes e rica em gordura, açúcar e sal? Por que esses alimentos podem ser prejudiciais à saúde?
Os alimentos ultraprocessados são aqueles prontos para comer ou para aquecer e os seus ingredientes, na maioria das vezes, são combinações de compostos e aditivos químicos com função de prolongar a vida útil do alimento. São exemplos os alimentos congelados, como pizza, lasanha, além dos biscoitos, bolos e embutidos.
Um estudo realizado em 2020 revisou 43 estudos de todo o mundo sobre o assunto, sendo que em 39 deles foram encontrados resultados adversos quando alimentos ultraprocessados são consumidos.
Existem cerca de 5 mil substâncias que são adicionadas à nossa alimentação. A maioria deles nunca foi testada por ninguém além da empresa que os usa. (Fonte: Pixabay/Reprodução)
Como dissemos, basicamente todo alimento passa por algum tipo de processamento, mas é importante optar por aqueles minimamente processados. Alimentos que vêm ensacados, como arroz, feijão, tapioca, passaram por um processamento mínimo, sem alterar o seu estado natural.
Já os altamente processados, como salgadinhos e hambúrgueres prontos, foram quimicamente alterados com sabores artificiais e outros aditivos, para serem “mais gostosos”, visualmente bonitos e duráveis.
O grande problema dos alimentos ultraprocessados é que eles são ricos em gordura, sal e açúcar. Esses ingredientes podem levar à obesidade, hipertensão e diabetes. Associados a um estilo de vida sedentário, a ingestão de ultraprocessados pode aumentar o risco de várias doenças e de morte.
Um estudo de cinco anos com mais de 100 mil pessoas mostrou que um aumento de 10% de consumo desse tipo de alimento, incorria em 12% de maior risco de ter câncer. Outros dois grandes estudos publicados no The BMJ chegaram à conclusão de que pessoas que comem alimentos ultraprocessados têm maior chance de desenvolver doenças cardíacas e morrer mais cedo do que pessoas que comem alimentos mais naturais.
Alimentos processados são projetados para estimular o centro de dopamina que gera bem-estar no nosso cérebro, fazendo com que fiquemos viciados nessa sensação. (Fonte: Pixabay/Reprodução)
Um dos estudos mostrou que comer mais de quatro porções diárias de alimentos ultraprocessados aumenta o risco em 62% de morte prematura em comparação com comer pouco ou nenhum desses alimentos. O outro estudo mostrou que a cada aumento de 10 pontos percentuais na parcela da dieta composta desses alimentos aumenta-se o risco de doenças cardiovasculares em mais de 10%.