Como mouse e teclado podem revelar seu nível de estresse?

23/04/2023 às 13:002 min de leitura

Nos dias de hoje, muitas pessoas passam boa parte do seu tempo em frente a computadores, seja para trabalho, estudos ou lazer. E, durante esse tempo, é comum utilizar o mouse e teclado para realizar diversas tarefas. O que muitos não sabem é que a forma como utilizam esses equipamentos pode revelar muito sobre seus níveis de estresse no trabalho.

De acordo com um estudo publicado na revista científica International Journal of Human-Computer Interaction, a maneira como as pessoas usam o mouse e o teclado pode indicar se estão estressadas ou não.

O objetivo do estudo é prevenir o estresse crônico, que pode ter consequências graves para a saúde física e mental das pessoas.

Resultados da pesquisa

Quanto maior o estresse, maior a possibilidade de erros no trabalho. (Fonte: GettyImages/Reprodução)Quanto maior o estresse, maior a possibilidade de erros no trabalho. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

O estudo utilizou um modelo de aprendizagem de máquina para detectar os níveis de estresse no trabalho com base no uso do teclado e do mouse. Os pesquisadores registraram os comportamentos de 90 participantes ao utilizar os equipamentos, enquanto mediam seus batimentos cardíacos.

Com base nisso, puderam analisaram a velocidade e a pressão que aplicada sobre os periféricos e descobriram que aqueles que estavam mais estressados tendiam a digitar mais rapidamente e com mais força.

O estudo também revelou que o estresse pode afetar a precisão dos movimentos do mouse. Os participantes que estavam sob pressão apresentaram uma maior probabilidade de clicar em locais incorretos ou de arrastar itens de forma imprecisa na tela.

Teoria do ruído neuromotor

O estresse altera a maneira que o cérebro processa as informações. (Fonte: GettyImages/Reprodução)O estresse altera a maneira que o cérebro processa as informações. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

O modo como o estresse afeta a capacidade do cérebro de processar as informações é explicada pela teoria do ruído neuromotor. Os estressores físicos e cognitivos podem aumentar o ruído neuromotor no sistema de processamento de informações do cérebro, o que pode atrapalhar tarefas complexas, mas facilitar tarefas mais simples.

A teoria propõe que a adaptação biomecânica a níveis mais elevados de ruído neuromotor ocorre em níveis mais elevados de rigidez dos membros. Essa adaptação pode explicar a melhoria do desempenho em atividades mais simples e a piora em ações mais complexas sob estresse.

Aplicação no mundo real

Apesar dos avanços da pesquisa e da evolução da aprendizagem de máquina, os pesquisadores consideram que a metodologia tem limitações para a aplicação no mundo real.

O estudo foi realizado apenas com 90 participantes em um ambiente controlado. A alta variabilidade interindividual na resposta ao estresse significa que os modelos de detecção de estresse não generalizam bem para dados de indivíduos não vistos. Para calibrar a ferramenta, seria necessário coletar mais dados.

“A única maneira de as pessoas aceitarem e usarem nossa tecnologia é se pudermos garantir que os dados fiquem anônimos. Queremos ajudar os trabalhadores a identificar o estresse precocemente, não criar uma ferramenta de monitoramento para as empresas”, explicou Jasmine Kerr, psicóloga e coautora do estudo.

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