Estilo de vida
24/09/2024 às 03:00•2 min de leituraAtualizado em 24/09/2024 às 03:00
Qualquer pessoa do bem sabe que tomar café todo dia é uma das melhores coisas da vida. Agora, uma equipe de pesquisadores da Suécia e da China descobriu que, além do prazer sensorial, a ingestão habitual da bebida ou outras com cafeína, principalmente moderadamente, “foi associada a um menor risco de multimorbidade cardiometabólica”.
Na prática, isso significa que a cafeína consumida todo dia no café ou no chá pode reduzir o risco de duas, ou mais, doenças relacionadas ao coração, de forma especial quando várias xícaras são consumidas por dia.
Conforme diversos estudos publicados, ter dois ou mais distúrbios ao mesmo tempo, em vez de só um, pode mais que dobrar o risco de morte. Essas condições incluem hipertensão, acidente vascular cerebral, diabetes ou doença cardíaca coronária. Esses distúrbios cardiometabólicos, afirma o estudo publicado na revista The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, têm menor chance de se desenvolver em amantes de café e chá.
A pesquisa prospectiva usou dados do grande estudo dietético longitudinal UK Biobank, sendo 172.315 participantes para análise de cafeína e 188.091 para análise de chá e café. Nenhum dos indivíduos, entre 37 e 73 anos, tinha qualquer tipo de doença cardiometabólica. A saúde dos participantes foi rastreada por uma média de 11 anos.
A definição de multimorbidade cardiometabólica (CM na sigla em inglês) foi definida no estudo como sendo a coexistência de pelo menos duas das seguintes condições: diabetes tipo 2, doença cardíaca coronária e derrame.
Já a identificação dos resultados das doenças cardiometabólicas foi feita a partir de condições médicas autorrelatadas pelos próprios participantes, além de dados de cuidados primários, registros de internação hospitalar e atestados de óbitos vinculados ao UK Biobank.
A análise dos dados revelou que, quando comparados aos não consumidores ou consumidores de menos de 100 mg de cafeína por dia, os consumidores de três doses diárias de café (considerados moderados), ou 200 a 300 mg diárias de cafeína, tiveram um risco 48,1% ou 40,7% menor para CM de início recente.
Em um comunicado de imprensa, o autor principal do estudo, Chaofu Ke, da Faculdade de Medicina de Suzhou da Universidade Soochow, em Suzhou na China, explicou que “Consumir três xícaras de café, ou 200-300 mg de cafeína, por dia pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver multimorbidade cardiometabólica em indivíduos sem nenhuma doença cardiometabólica”.
O estudo vai além e destaca que adotar a ingestão de quantidades moderadas de café ou cafeína como um hábito alimentar por pessoas saudáveis pode prevenir a CM no longo prazo.