Práticas funerárias no Levante revelam como neandertais e Homo sapiens competiam por território e recursos, influenciando-se mutuamente.

As práticas funerárias dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/metaforas-o-superpoder-que-separou-humanos-de-neandertais" rel="noopener noreferrer" target="_blank">neandertais</a> e Homo sapiens no Levante, região que compreende parte do Oriente Médio, intrigam os pesquisadores. Estudiosos acreditam que ambas as espécies começaram a enterrar seus mortos aproximadamente ao mesmo tempo, há cerca de 120 mil anos.&nbsp;Esse fenômeno não parece ser uma coincidência, e sim uma resposta ao aumento da competição entre os grupos, que disputavam por território e recursos numa área onde as duas populações se encontraram e interagiram.&nbsp;Os locais de sepultamento mais antigos de neandertais e Homo sapiens estão todos concentrados nessa região, sugerindo que o costume de enterrar os mortos tenha se originado ali, antes de se espalhar para outros lugares.<h2 style="text-align:justify;">Encontro das espécies</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/18/18223039566005.jpg" alt="Neandertais e Homo sapiens disputaram território no Levante. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Neandertais e Homo sapiens disputaram território no Levante. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Essa interação no Levante, durante o Paleolítico Médio, ocorreu quando os neandertais, vindos da Europa, e os Homo sapiens, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nos-humanos-surgimos-na-africa-mas-por-que-especificamente-la" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oriundos da África</a>, migraram para a região. A partir desse encontro, essas espécies passaram a dividir os mesmos nichos ecológicos, utilizando os mesmos recursos e, às vezes, até habitando as mesmas cavernas.&nbsp;Diante dessa convivência próxima, as práticas funerárias emergiram como uma forma simbólica de demarcar território, sugerem os pesquisadores. Enterrar os mortos, nesse contexto, seria uma maneira de reivindicar a posse de uma área em um momento em que os recursos se tornavam escassos.Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/nas-raizes-da-morte-quais-foram-os-primeiros-sepultamentos-da-humanidade" rel="noopener noreferrer" target="_blank">primeiros exemplos de sepultamentos</a> de Homo sapiens foram descobertos nas cavernas Qafzeh e Skhul, em Israel, enquanto os neandertais deixaram vestígios funerários na caverna Tabun, também em Israel, e na famosa caverna Shanidar, no Iraque. Curiosamente, nenhum desses grupos parece ter desenvolvido práticas de enterro em seus locais de origem.&nbsp;No Quênia, por exemplo, o sepultamento humano mais antigo conhecido data de apenas 78.000 anos, muito posterior ao período em que os Homo sapiens já enterravam seus mortos no Levante. Da mesma forma, os neandertais não apresentaram evidências de sepultamentos na Europa tão antigos quanto os encontrados no Oriente Médio.<h2 style="text-align:justify;">Diferenças importantes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/18/18222916453003.jpg" alt="Neandertais preferiam sepultar seus mortos nas cavernas. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Neandertais preferiam sepultar seus mortos nas cavernas. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Apesar das semelhanças nas práticas funerárias das duas espécies, algumas diferenças chamam a atenção. Neandertais preferiam sepultar seus mortos dentro de cavernas, enquanto os Homo sapiens optavam por enterrar os corpos fora delas, em terraços ou abrigos de pedra.&nbsp;Além disso, os Homo sapiens frequentemente posicionavam os corpos de forma supinada, com as <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/69933-veja-o-que-acontece-dentro-da-articulacao-quando-voce-estrala-uma-junta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">articulações</a> flexionadas, enquanto os neandertais variavam bastante na disposição dos cadáveres, às vezes utilizando pedras como apoio para a cabeça, sugerindo um cuidado especial com a forma como os corpos eram dispostos.Outro detalhe interessante é que ambos os grupos enterravam indivíduos de todas as idades, de crianças a adultos, demonstrando um respeito geral pelos mortos. O hábito de deixar bens funerários também era comum, com neandertais depositando restos de animais e Homo sapiens se destacando pelo uso de conchas e ocre, materiais de grande <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125680-conheca-o-significado-de-7-simbolos-nos-cemiterios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">simbolismo</a>.O fato de que as práticas funerárias parecem ter surgido no Levante, e não nos locais de origem das duas espécies, suscita a possibilidade de que essas tradições tenham sido influenciadas pelo contato entre os grupos. Assim, o desenvolvimento dessas práticas poderia estar relacionado à necessidade de estabelecer fronteiras e garantir a posse de recursos, numa espécie de “competição simbólica” pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127405-humanos-ja-ultrapassaram-6-dos-9-limites-que-mantem-a-terra-habitavel-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ocupação da terra</a>.As evidências sugerem que os rituais funerários de neandertais e Homo sapiens no Levante, longe de serem práticas isoladas, faziam parte de um processo maior de interação e possível influência mútua. Nesse contexto, a morte não representava apenas o fim de um ciclo, mas também uma forma de afirmar presença e controlar o território.

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Neandertais e sapiens podem ter começado a enterrar seus mortos simultaneamente

Pesquisas estiveram em andamento desde que uma mulher grávida teve seu sangue coletado em 1972 e não apresentou molécula encontrada em outros glóbulos vermelhos conhecidos.

Em 1972, durante um exame de rotina em uma mulher grávida, médicos se depararam com algo inusitado:&nbsp;seu sangue não tinha uma molécula que, até então, era encontrada em todas as células vermelhas conhecidas. O mistério intrigou pesquisadores por décadas e, após 50 anos de investigações, cientistas do Reino Unido e de Israel finalmente parecem ter encontrado um novo sistema de grupo sanguíneo em humanos.Louise Tilley, hematologista do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, celebrou a descoberta como um grande marco. "Representa uma enorme conquista, e o culminar de um longo esforço em equipe, para finalmente estabelecer esse novo sistema de grupo sanguíneo e oferecer o melhor cuidado a pacientes raros, mas importantes", destacou. A identificação do novo grupo sanguíneo, batizado como sistema sanguíneo MAL, pode ter implicações diretas no tratamento de pacientes que possuem condições raras e específicas.<h2>Classificação de grupos sanguíneos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/18/18170416592335.jpg" alt="Embora o sistema de grupos sanguíneos ABO seja o mais conhecido, ele não é o único. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Embora o sistema de grupos sanguíneos ABO seja o mais conhecido, ele não é o único. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Os sistemas sanguíneos mais conhecidos pela maioria das pessoas são o ABO e o fator Rh — sendo positivo ou negativo —, mas existem muitos outros sistemas baseados em proteínas e açúcares que revestem as células do sangue. Esses marcadores atuam como "identificadores" que ajudam o corpo a distinguir o que é próprio e o que pode ser uma ameaça.&nbsp;Quando esses marcadores não coincidem durante uma transfusão de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124323-5-animais-que-nao-possuem-sangue-vermelho.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sangue</a>, o corpo pode reagir negativamente, tornando o procedimento fatal em alguns casos. Muitos dos principais grupos sanguíneos foram descobertos no início do século 20. No entanto, alguns sistemas, como o Er (descrito apenas em 2022), afetam um número muito pequeno de pessoas.&nbsp;O mesmo se aplica ao sistema MAL. "O trabalho foi difícil porque os casos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121199-o-que-e-o-dna-e-como-ele-se-parece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">genéticos</a> são extremamente raros", explica Tilley. Isso é evidenciado pelo fato de que mais de 99,9% das pessoas possuem o antígeno AnWj, que estava ausente no sangue da paciente examinada em 1972. A ausência desse antígeno levou à identificação do novo grupo sanguíneo.<h2>Estudo revolucionário</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/18/18170506266337.jpg" alt="Escassez de pacientes com genes do tipo MAL dificultou trabalho de pesquisadores. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Escassez de pacientes com genes do tipo MAL dificultou trabalho de pesquisadores. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A proteína MAL desempenha um papel essencial na estabilidade das membranas celulares e no transporte celular.&nbsp;No entanto, quando mutações ocorrem em ambas as cópias dos genes MAL, o indivíduo pode acabar com um tipo de sangue AnWj-negativo, como no caso da paciente de 1972. Segundo Tilley e sua equipe, três pacientes com esse <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120540-por-que-ha-diferencas-entre-os-tipos-de-sangue.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tipo sanguíneo</a> raro foram identificados até agora, o que sugere que, em certos casos, distúrbios sanguíneos também podem suprimir o antígeno."MAL é uma proteína muito pequena, com propriedades interessantes que dificultaram sua identificação. Precisamos seguir múltiplas linhas de investigação para acumular as provas necessárias para estabelecer este sistema de grupo sanguíneo", afirmou o biólogo celular da Universidade do Oeste da Inglaterra, Tim Satchwell. Após décadas de pesquisa,&nbsp;os cientistas confirmaram que estavam no caminho certo ao inserir o gene MAL normal em células sanguíneas que eram AnWj-negativas, o que serviu para restaurar o antígeno.Agora que ele foi finalmente desvendado, pacientes poderão ser testados para identificar se possuem o tipo sanguíneo MAL-negativo por herança ou se sua ausência é causada por outra condição. Com isso, essa descoberta abre novas portas para diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes para indivíduos com condições sanguíneas raras.

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Novo grupo sanguíneo é identificado após mistério de 50 anos

As quatro plantas consumidas por gorilas e usadas por curandeiros na medicina tradicional demonstraram propriedades antibacterianas e antioxidantes.

Se o medicamento receitado por seu médico foi ineficaz contra uma bactéria resistente, talvez seja hora de procurar... um gorila. Estudos recentes têm demonstrado que certas plantas usadas por animais podem ter também <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127518-ozempic-e-outros-5-remedios-derivados-de-veneno-de-animais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os mesmos propósitos terapêuticos em seres humanos</a>.&nbsp;Esse ramo da etologia, chamado zoofarmacognosia, investiga os comportamentos de automedicação de animais não humanos, explorando o potencial das substâncias naturais de origem vegetal, animal ou mineral como remédios.Recentemente, uma equipe de cientistas do Centro Interdisciplinar de Pesquisa Médica de Franceville, no Gabão, passou um tempo observando gorilas-das-planícies-ocidentais (Gorilla gorilla gorilla) do Parque Nacional Moukalaba-Doudou. O objetivo foi descobrir quais plantas eles estavam comendo, e pesquisar seus efeitos medicinais.<h2>Testando as propriedades dos remédios dos gorilas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/15/15122317852004.jpg" alt="Todas as plantas consumidas pelos gorilas tinham propriedade medicinais. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Todas as plantas consumidas pelos gorilas tinham propriedades medicinais. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Entrevistando curandeiros e herbalistas locais, os autores identificaram quatro espécies de plantas nativas regularmente consumidas por gorilas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128107-6-plantas-medicinais-que-voce-deve-ter-em-casa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">e usadas na medicina tradicional</a>: a árvore fromager (Ceiba pentandra), a amoreira-amarela gigante (Myrianthus arboreus), a teca africana (Milicia excelsa) e as figueiras (Ficus).&nbsp;Em seguida, eles testaram amostras das cascas de cada uma das plantas para possíveis propriedades antibacterianas e antioxidantes, e pesquisaram sua composição química. As quatro plantas analisadas continham compostos que têm efeitos medicinais, diz o estudo, incluindo fenóis, alcaloides, flavonoides e proantocianidinas.O mais surpreendente foi encontrar, nas quatro cascas, propriedades antibacterianas contra pelo menos uma cepa multirresistente da bactéria Escherichia coli, causa comum de infecções, especialmente urinárias e gastrointestinais. A árvore fromager mostrou “atividade notável” contra todas as cepas de E. coli testadas, segundo o estudo.&nbsp;<h2>Qual a utilidade das novas plantas descobertas?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/15/15123003211005.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os gorilas poderiam fornecer novas dicas de tratamento, dizem os autores. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>As propriedades excepcionais dessas plantas podem ser bastante úteis, principalmente em um cenário mundial <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128218-como-evitar-que-bacterias-criem-resistencia-a-antibioticos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">onde a resistência antimicrobiana pode ter contribuído para 4,95 milhões de mortes em 2019</a>, segundo um estudo da Organização Mundial de Saúde. Por isso, os autores apoiam a ideia de ficarmos de olho em nossos colegas de escala evolutiva, para obtermos novas dicas de tratamentos. &nbsp;Em um comunicado de imprensa, os autores reconhecem que: "Esses resultados mostram que o extrato bruto da casca dessas plantas pode ser usado como um tratamento eficaz para doenças provocadas por radicais livres e por cepas bacterianas resistentes a antimicrobianos".Isso faz da "farmacopeia" dos grandes primatas, a tal da zoofarmacognosia, um poderoso arsenal terapêutico a ser explorado, principalmente pela afinidade genética entre os humanos e os grandes símios, explicam os autores. E concluem: "Medicamentos e terapias alternativas oferecem esperança definitiva para a resolução de muitos problemas de saúde pública presentes e futuros".A pesquisa com o estudo observacional foi publicada na revista PLOS ONE.

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Gorilas se automedicam com plantas de reconhecido efeito antibacteriano

Descubra fatos fascinantes sobre um dos habitantes mais encantadores e adaptáveis dos desertos.

A raposa-do-deserto, ou feneco, é realmente fascinante! Conhecida cientificamente como Vulpes zerda, ela se destaca entre as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/raposas-podem-ter-sidos-animais-domesticos-no-passado" rel="noopener noreferrer" target="_blank">raposas</a> devido à sua aparência peculiar, muito pequena e com orelhas enormes. Mas a excentricidade dessa espécie não para por aí. Veja, a seguir, sete fatos interessantes sobre esse pequeno canídeo!<h2>1. É a menor raposa do mundo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/12/12115926915123.jpg" alt="A raposa-do-deserto é menor que um gato doméstico. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A raposa-do-deserto é menor que um gato doméstico. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Seu pequeno tamanho é realmente impressionante. Para ter uma ideia, a raposa-vermelha — a espécie mais conhecida e distribuída no mundo — mede cerca de 91 cm de comprimento, 61 cm de altura e pesa entre 2,7 e 13,6 kg na idade adulta. Já o feneco tem apenas 40 cm de comprimento (sem a cauda), 20 cm de altura e pesa entre 0,9 e 1,4 kg.<h2>2. Tem orelhas enormes e multifuncionais</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/12/12120112707124.jpg" alt="Suas orelhas enormes parecem com as dos morcegos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Suas orelhas enormes parecem com as dos morcegos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>As enormes orelhas da raposa-do-deserto — que podem medir até metade do seu tamanho — não impressionam apenas pelo tamanho; elas ampliam a audição e permitem que o feneco escute suas presas no subsolo. Além disso, as orelhas também ajudam a regular sua temperatura, irradiando o calor para longe do corpo.<h2>3. Tem pés muito peludos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/12/12123516173162.jpg" alt="Os pelos extras nos pés ajudam a lidar com as temperaturas extremas do deserto. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os pelos extras nos pés ajudam a lidar com as temperaturas extremas do deserto. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O feneco tem pés incrivelmente peludos, e isso é mais importante do que parece. O pelo espesso ajuda essas raposas a se manterem aquecidas durante as noites frias e protegem as patas da areia quente durante o dia. Além disso, o pelo extra garante uma boa tração, ajudando o animal a se locomover com mais facilidade nas dunas e na areia solta.<h2>4. Não precisa beber água</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/12/12124156062169.jpg" alt="A raposa-do-deserto é perfeitamente ajustada às condições extremas do seu habitat. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A raposa-do-deserto é perfeitamente ajustada às condições extremas do seu habitat. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O feneco é tão <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107201-conheca-alguns-animais-que-vivem-no-deserto-do-saara.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">adaptado ao deserto</a> que consegue passar longos períodos sem beber água. Em vez disso, ele se hidrata comendo folhas, frutos e pequenos animais, e aproveita a umidade que se forma em sua toca durante a noite. Além disso, seus rins são altamente eficientes, permitindo que ele conserve água.<h2>5. Tem um parceiro para a vida toda</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/12/12124834988170.jpg" alt="Os fenecos são monogâmicos e ficam com um parceiro por toda a vida. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os fenecos são monogâmicos e ficam com um parceiro por toda a vida. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os fenecos formam <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122899-mundo-animal-6-especies-monogamicas-e-suas-relacoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pares para a vida toda</a>. Um casal costuma ter uma ninhada por ano, com dois a cinco filhotes. Enquanto a fêmea está grávida e amamentando, o macho fica responsável por trazer comida e protegê-la. Os filhotes ficam com os pais até serem desmamados, aos dois meses. Essas pequenas raposas podem viver até 10 anos na natureza.<h2>6. Vive em comunidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/12/12130512862181.jpg" alt="A vida em comunidade é uma parte importante do dia a dia dessas pequenas raposas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A vida em comunidade é uma parte importante do dia a dia dessas pequenas raposas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os fenecos adoram estar em grupo e vivem em comunidades, que podem incluir uma ou mais famílias. Eles são animais muito sociáveis, apreciando a companhia uns dos outros e brincando, até quando adultos. O tamanho desses grupos varia conforme a oferta de alimentos.<h2>7. É mestre na comunicação</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/12/12130800998183.jpg" alt="As raposas-do-deserto são verdadeiras especialistas em comunicação. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As raposas-do-deserto são verdadeiras especialistas em comunicação. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os fenecos usam uma gama impressionante de sons, como latidos, guinchos, rosnados, e até gritos, para interagir entre si. Essas vocalizações ajudam a estabelecer laços sociais, tanto durante brincadeiras quanto para definir hierarquias dentro do grupo. Essa habilidade de se comunicar é essencial para manter a coesão e a ordem dentro de suas comunidades.

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Conheça 7 curiosidades sobre a raposa-do-deserto

Embora a concha do trompete-australiano seja descrita desde o século 17, somente nos anos 2000 foi feito um estudo sobre os hábitos alimentares do molusco.

Isolada geograficamente do resto do mundo, a Austrália normalmente exibe uma fauna única e diversificada. Por isso, é comum encontrar no continente, e em seus mares, algumas espécies endêmicas, ou seja, aquelas que você só encontra lá. Um desses animais singulares, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121567-por-que-lesmas-morrem-com-sal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o trompete australiano, é o maior caramujo do mundo</a>.Quem quiser conhecer esse “bichinho”, conhecido cientificamente como Syrinx aruanus, terá que mergulhar nas planícies de areia lamacenta, normalmente submersas, de Withnell Bay, uma zona de conservação ambiental perto da cidade de Karratha, na costa noroeste da Austrália Ocidental.Acumulando também o título de maior gastrópode vivo, o trompete tem uma grande concha de cores que vão do creme ao alaranjado, com ângulos e arestas bem definidos, ou seja, não é arredondada, mas tem as voltas de sua espiral bem pronunciada. Sobre um pé amarelo vibrante, o S. aruanus pode chegar aos 91 cm de comprimento e pesar até 18 kg.<h2>Como vive o caramujo-trompete-australiano?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/06/06172859935325.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O trompete-australiano se alimenta de grandes vermes poliquetas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um estudo de 2003, chamado “Alimento dos gigantes: observações de campo sobre a dieta de Syrinx aruanus, o maior gastrópode vivo", descreve o encontro dos autores com o caramujo: "Ao afastar suavemente os animais do sedimento, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128502-por-que-os-caracois-e-as-lesmas-sao-tao-lentos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">viu-se que alguns indivíduos tinham probóscides</a> [trombas de alimentação] inseridas em grandes tubos de poliquetas [vermes marinhos]”.Observações de campo posteriores e análise fecais do caramujo-trompete mostraram que o molusco se delicia com esses anelídeos marinhos como Polyodontes, Loimia e Diopatra, que são mais “parrudos”, chegando a atingir um metro de comprimento. Os Syrinxes são predadores ativos e sua probóscide de até 25 cm é considerado muito eficiente para sugar os vermes de seus abrigos.Os caramujos-trompetes-australianos são ovíparos e se reproduzem com as fêmeas depositando seus ovos para incubação na água. Quando nascem, as larvas permanecem na coluna de água como plânctons, até se fixarem no fundo e se tornarem adultos.&nbsp;<h2>Por que o nome trompete?</h2><iframe width="560" height="316" src="https://www.youtube.com/embed/3C5DyBLA0AQ" title="Syrinx Shell Demo - Don Chilton" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Até o estudo de 2003, o caramujo-trompete-australiano só era conhecido pela sua concha, que vem sendo reproduzida desde 1681, quando o jesuíta Filippo Bonanni criou o primeiro guia prático ilustrado para colecionadores de conchas.<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/por-que-nao-devemos-retirar-conchas-das-praias" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Item disputado entre colecionadores, essas conchas vazias são usadas</a>, como o nome indica, como trompete ou trombone primitivo até mesmo em orquestras. Trompetistas de conchas são capazes de extrair diversos sons, que podem variar de tom ou volume, conforme a técnica do instrumentista e do tamanho e design da concha utilizada.Apesar de não estar oficialmente na lista de conservação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o S. aruanus enfrenta alguns riscos justamente pela intensa coleta para o comércio de conchas, além da degradação de habitats marinhos, como os recifes de coral, fundamentais para sua sobrevivência.

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Trompete-australiano: maior caramujo do mundo tem quase 1 m de comprimento

Todo inverno e primavera, tubarõesç migram da costa da Califórnia para uma área remota no Pacífico — e os cientistas estão desvendando o porquê.

Todo ano, durante o inverno e a primavera, tubarões-brancos que normalmente vivem próximos à costa da Califórnia, embarcam em uma jornada de milhares de quilômetros para um ponto remoto no meio do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/6-coisas-estranhas-e-misteriosas-do-oceano-pacifico" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oceano Pacífico</a>, entre Baja Califórnia e o Havaí. Conhecido como White Shark Café, esse local misterioso intriga cientistas há anos, já que foi por muito tempo considerado um "deserto" oceânico, com pouca vida marinha. Então, por que esses gigantes do mar se reúnem ali?A primeira descoberta sobre essa migração ocorreu no final dos anos 1990, quando a professora Barbara Block, da Estação Marinha Hopkins da Universidade de Stanford, começou a acompanhar os tubarões-brancos utilizando tags eletrônicas. Entre 1999 e 2000, Block e sua equipe marcaram seis tubarões na costa da Califórnia e rastrearam seus movimentos por seis meses.O resultado foi surpreendente: quatro dos tubarões nadaram rumo ao sudoeste, em direção ao Havaí, e passaram longos períodos em uma área remota do oceano. Foi nesse momento que os cientistas perceberam que, diferente do que se pensava, os tubarões-brancos do Pacífico Norte passam muito tempo longe da costa.<h2 style="text-align:justify;">Oásis no deserto do oceano</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/09/09154829964279.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>White Shark Café é considerado um oásis para tubarões pela diversidade de alimentos encontrados. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O enigma só cresceu com o tempo. Se as águas da Califórnia oferecem um verdadeiro banquete de focas e outros mamíferos marinhos para os tubarões, por que viajar para uma área aparentemente sem vida? Em 2018, uma equipe de pesquisadores, liderada novamente por Block, decidiu acompanhar de perto esses animais em sua jornada.&nbsp;Vinte tubarões foram marcados com tags&nbsp;via satélite, e a equipe conseguiu recuperar 10 desses dispositivos, que revelaram dados detalhados sobre os padrões de mergulho e as condições ambientais do White Shark Café. Contrariando a ideia de um "deserto oceânico",&nbsp;o local se mostrou um verdadeiro&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/guelta-darchei-um-oasis-escondido-no-saara" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oásis</a>&nbsp;subaquático.&nbsp;Os pesquisadores encontraram uma rica camada de algas microscópicas e uma diversidade impressionante de peixes de profundidade e lulas, como Block explicou: "Encontramos uma grande diversidade de peixes e lulas de águas profundas, que, junto com observações feitas por veículos operados remotamente e sequenciamento de DNA, demonstram uma fonte de alimento viável para sustentar grandes organismos pelágicos, como tubarões e atuns." Esses achados indicam que o Café oferece um cardápio atraente, o que poderia explicar a migração dos tubarões para essa área.<h2>Mergulhos misteriosos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/09/09154932040281.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Segundo pesquisadores, ponto de encontro pode auxiliar a reprodução de tubarões. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Mas a alimentação não é a única explicação para os hábitos dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127838-5-ideias-sobre-os-tubaroes-que-te-ensinaram-errado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tubarões</a> no White Shark Café. Os padrões de mergulho observados, especialmente entre os machos, levantaram outra hipótese intrigante: a reprodução.&nbsp;Em abril, os machos aumentam significativamente sua atividade de mergulho, descendo até 140 vezes por dia. No entanto, as fêmeas não mostram o mesmo comportamento, o que deixou os cientistas intrigados. Poderia essa diferença estar relacionada ao comportamento de acasalamento?Apesar dessas descobertas, muitas questões permanecem sem resposta. Por que os tubarões optam por essa região em vez de permanecer em áreas com alimentos abundantes? O White Shark Café seria também um ponto de encontro para a reprodução? Para os pesquisadores, essas são perguntas que só serão respondidas com mais estudos, mas uma coisa é certa: o Café está longe de ser apenas um ponto vazio no mapa do oceano.

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O misterioso ponto de encontro dos tubarões-brancos no meio do Pacífico

Cientistas descobriram que uma fêmea grávida de tubarão-sardo foi devorada por um predador ainda maior, revelando uma surpreendente interação entre grandes tubarões nas profundezas do oceano.

Em um dos eventos mais intrigantes do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124942-7-dos-mais-estranhos-monstros-marinhos-pre-historicos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mundo marinho</a>, cientistas que estudavam um tubarão-sardo (Lamna nasus) nas águas de Cape Cod descobriram que a criatura foi devorada por um predador ainda maior. A vítima? Uma fêmea grávida, marcada com dispositivos de rastreamento para monitorar seus movimentos.&nbsp;Em março de 2021, 158 dias após sua liberação, os dados transmitidos revelaram algo inesperado: o tubarão foi comido por outro tubarão, em uma reviravolta digna de um filme de suspense. O predador? Provavelmente, um gigantesco tubarão-branco, o maior assassino dos mares.<h2 style="text-align:justify;">Era uma vez um predador</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/08/08203818096012.jpg" alt="Terá sido um tubarão-branco o grande responsável pela tragédia marinha? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Terá sido um tubarão-branco o grande responsável pela tragédia marinha? (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A história começa em outubro de 2020, quando cientistas implantaram um transmissor e uma etiqueta de satélite no tubarão-sardo, esperando monitorar seus movimentos ao longo do tempo. O animal, que tinha 2,2 metros de comprimento, nadou tranquilamente por meses. Mas em março, os cientistas notaram mudanças estranhas nos dados de profundidade e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125675-o-que-significam-tantos-recordes-de-temperaturas-altas-recentemente-no-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">temperatura</a>, sinais claros de que algo havia acontecido.A temperatura constante de 22°C, muito diferente das temperaturas das águas onde o tubarão nadava, indicava que a etiqueta havia sido engolida por um predador endotérmico, ou seja, um animal de sangue quente.Os pesquisadores sabiam que estavam lidando com uma predação, e os dados de profundidade deram uma pista importante: o tubarão grávido havia sido puxado para as profundezas, algo que só um grande predador poderia fazer. O principal suspeito era o famoso tubarão-branco (Carcharodon carcharias), conhecido por ser um caçador poderoso e oportunista.&nbsp;No entanto, outro tubarão, o mako (Isurus oxyrinchus), também foi considerado. Os makos são famosos por seus mergulhos rápidos e profundos, mas esse padrão não foi observado nos dados do rastreamento. Em vez disso, a profundidade constante sugeria um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127348-predadores-estao-longe-de-serem-os-viloes-da-natureza-defende-pesquisador.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">predador</a> que não tem a mesma tendência de mergulhar tão abruptamente, o que apontou diretamente para o tubarão-branco.<h2 style="text-align:justify;">O mistério da predação marinha</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/08/08202747595008.jpg" alt="O tubarão-sardo sofre com a diminuição da sua população, em grande parte por causa da pesca. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O tubarão-sardo sofre com a diminuição da sua população, em grande parte por causa da pesca. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Embora pareça surpreendente que um tubarão tão grande quanto o sardo tenha sido alvo de um predador, esse evento levanta questões sobre o que realmente acontece no mundo subaquático.&nbsp;Segundo os especialistas, a predação provavelmente foi oportunista, já que ocorreu a cerca de 300 metros de profundidade, um ambiente onde as presas não são facilmente encontradas. Para um tubarão-branco, capturar um tubarão-sardo grávido de 2,2 metros seria uma refeição considerável e valiosa, ainda mais em um ambiente tão inóspito.Esse episódio, no entanto, trouxe um alerta importante. Além de perder uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/a-maioria-dos-mamiferos-machos-nao-sao-maiores-que-as-femeas-diz-estudo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fêmea</a> reprodutiva, a população de tubarão-sardo também perdeu todos os filhotes que a fêmea carregava. Como uma espécie com baixa taxa reprodutiva, o sardo já está ameaçado pela sobrepesca e agora enfrenta um novo desafio: a predação por tubarões ainda maiores.A descoberta mostra que, apesar de serem predadores temidos, os tubarões também são vulneráveis. O tubarão-sardo, por exemplo, com sua força e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128509-dente-de-megalodon-e-encontrado-em-profundezas-inexploradas-de-3-mil-metros-pela-primeira-vez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dentes afiados</a>, não está a salvo de ataques de parentes maiores. Com novos avanços tecnológicos, os cientistas estão entendendo melhor essas interações entre predadores.O caso do tubarão-sardo devorado é o primeiro exemplo documentado desse tipo de predação, mas pode levar a novas descobertas sobre as interações entre grandes tubarões. Para os especialistas, a tecnologia pode revelar eventos de predação antes desconhecidos, apresentando um quadro ainda mais complexo das profundezas oceânicas.&nbsp;

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Predador devorado: tubarão é engolido por misterioso gigante dos mares

Pesquisa revela que o som das fêmeas ativa a visão dos machos e pode ser uma chave para novos métodos de controle de mosquitos transmissores de doenças. 

Com o fim do verão no Hemisfério Norte, os casos de doenças transmitidas por <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-aconteceria-com-o-mundo-se-todos-os-mosquitos-sumissem" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mosquitos</a> estão aumentando em algumas regiões do planeta. Enquanto isso, a ameaça da malária permanece em outras partes do mundo, mesmo com a distribuição de vacinas. Pesquisas recentes sobre o comportamento de acasalamento dos mosquitos, no entanto, estão abrindo caminho para técnicas mais eficazes de controle desses insetos.Um estudo publicado na revista Current Biology revelou um novo entendimento sobre como os mosquitos Anopheles coluzzii, conhecidos por transmitir malária na África, reagem ao som das asas das fêmeas durante o voo. Essa descoberta pode ser um ponto de partida para o desenvolvimento de armadilhas mais eficientes para capturar esses mosquitos,&nbsp;acreditam os pesquisadores.&nbsp;Quando um macho ouve o zumbido característico das asas de uma fêmea, sua visão é ativada, permitindo que ele localize sua parceira em potencial, mesmo em meio a grandes enxames.<h2>Os pontos fracos dos mosquitos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/02/02224908339038.jpg" alt="Pesquisadores pretendem mexer com estímulos sonoros de mosquitos para combatê-los. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Pesquisadores pretendem mexer com estímulos sonoros de mosquitos para combatê-los. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Os mosquitos são responsáveis por transmitir diversas doenças letais, incluindo <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128726-dengue-proteina-de-mosquito-pode-ser-a-chave-para-bloqueio-do-virus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dengue</a>, febre do Nilo Ocidental e Encefalite Equina Oriental. Estima-se que picadas de mosquitos infectados causem 219 milhões de casos de doenças e mais de 400 mil mortes por ano no mundo todo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar de serem tão perigosos, esses insetos possuem algumas vulnerabilidades que podem ser exploradas.O estudo focou nas espécies de mosquitos com visão fraca, como o Anopheles coluzzii. Embora esses mosquitos sejam mais conhecidos por formar grandes enxames ao entardecer, onde o risco de colisões é alto, eles demonstraram uma surpreendente habilidade de usar seus sentidos para encontrar um parceiro.&nbsp;A pesquisa mostra que, ao ouvir o som das asas das fêmeas, os machos ativam seu sistema visual e ajustam seu voo para evitar colisões enquanto se dirigem ao alvo. Esse comportamento revela uma complexa interação entre os sentidos dos mosquitos, que pode ser explorada para o desenvolvimento de novas armadilhas.<h2>Armadilhas sonoras</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/02/02225139751042.jpg" alt="Ineficácia de inseticidas têm dificultado combate aos mosquitos causadores de doenças. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Ineficácia de inseticidas têm dificultado combate aos mosquitos causadores de doenças. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>De acordo com os investigadores, o novo estudo mostra dados interessantes sobre o desenvolvimento de novas formas de controle de mosquitos que envolvem estímulos visuais e auditivos. A atração forte e consistente dos machos pelas pistas visuais ao ouvir o zumbido das fêmeas é um ponto fraco que os pesquisadores podem utilizar para projetar novas armadilhas.Essas armadilhas sonoras, que poderiam reproduzir o som das asas das fêmeas, podem ser eficazes em atrair os machos para longe dos humanos, reduzindo assim as picadas e a transmissão de doenças. Segundo os pesquisadores, métodos tradicionais, como o uso de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112813-dengue-inseticida-artesanal-pode-matar-larvas-do-mosquito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inseticidas</a>, estão se tornando menos eficazes devido à resistência dos mosquitos.Isso só tem aumentado a necessidade da criação de novas abordagens para lidar com a situação. A integração entre som e visão pode ser a chave para criar soluções inovadoras e de alta precisão para o controle desse grande problema de saúde.&nbsp;&nbsp;&nbsp;

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Como o zumbido das fêmeas pode revolucionar o controle de mosquitos

Baseada nos estudos de Charles Darwin, a Árvore da Vida vem mapeando as relações entre todos os seres vivos que existem no planeta. 

A ideia de que todas as espécies, vivas ou extintas, estão conectadas pode parecer um tanto quanto bizarra, mas a ciência tem buscado explicá-la por meio de um conceito: a Árvore da Vida. Esse é um estudo que remonta o trabalho de <a href="https://www.megacurioso.com.br/personalidades/42150-6-coisas-que-talvez-voce-nao-saiba-sobre-charles-darwin.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Charles Darwin</a>, mostrando como plantas, animais e outros organismos estão interligados por meio de um "tronco" comum que se ramifica em milhões de "galhos", cada um representando uma nova forma de vida.&nbsp;"O grande ponto com Darwin é que ele apresentou um mecanismo para essas ramificações", explicou Ian Barnes, biólogo evolutivo do Museu de História Natural do Reino Unido, em entrevista à Live Science. Darwin propôs que toda a vida na Terra compartilha um único ancestral&nbsp;e décadas de pesquisas vêm reforçando a ideia do "<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/estudo-encontra-caminho-para-identificar-ancestral-de-toda-vida-na-terra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">último ancestral comum universal</a>" (LUCA, em inglês).<h2>O papel do DNA na evolução</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/29/29201133475013.png" alt="Páginas dos cadernos de Charles Darwin mostram primeiro esboço da árvore da vida. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Páginas dos cadernos de Charles Darwin mostram primeiro esboço da Árvore da Vida. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>LUCA teria sido uma célula que viveu há cerca de 4,2 bilhões de anos e da qual toda a vida evoluiu. Ele representaria a base da Árvore da Vida, que se divide em três ramos principais: bactérias, eucariotas e arqueas. A partir desses ramos, todas as formas de vida surgiram e se desenvolveram.No entanto, o avanço da análise de DNA mudou completamente esse cenário. O estudo do material genético agora permite que os cientistas compreendam com maior precisão o grau de parentesco entre duas espécies. "Mesmo hoje, se gerarmos mais dados de sequências de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121199-o-que-e-o-dna-e-como-ele-se-parece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a> ou analisarmos de uma maneira diferente, mudamos as relações na árvore", aponta Barnes.Um exemplo marcante seria o ramo dos eucariotas, que abrange todo tipo de vida multicelular. Com o tempo, essa grande ramificação foi sendo subdividida em clados, que são grupos que incluem um ancestral e todos os seus descendentes.&nbsp;<h2>Mudanças na Árvore da Vida</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/29/29201234796016.jpg" alt="Árvore da vida tem sido usada por pesquisadores como ferramenta para entender relação entre todos os seres da Terra. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Árvore da Vida tem sido usada por pesquisadores como ferramenta para entender relação entre todos os seres da Terra. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Embora o formato básico da Árvore da Vida tenha sido confirmado pelo DNA, novas descobertas continuam a redesenhar algumas de suas ramificações. "Mesmo agora, se gerarmos mais dados ou analisarmos de maneira diferente, mudamos as relações na árvore", explica Barnes.A flexibilidade da Árvore da Vida faz dela uma ferramenta para entender as relações entre os seres vivos, bem como para alguns usos práticos. Ao olhar para essa estrutura, cientistas conseguem identificar novas espécies com potencial para tratamentos médicos e analisar a extinção de espécies ao longo do tempo.A Árvore da Vida também tem revelado como a vida evolui, fluindo e mudando ao longo dos milênios. Ela nos ajudou a entender as taxas de extinção do passado e compará-las com as atuais, lançando luz sobre os fatores que influenciam esses processos. "Não é apenas um desenho das relações entre organismos, mas um verdadeiro instrumento de análise", conclui Barnes.

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O que é a "Árvore da Vida"?

Pouco conhecidas e depreciadas, as salpas são um exemplo fascinante de como pequenos organismos podem ter impactos positivos na ecologia da Terra.

Um dos animais marinhos mais abundantes no mundo, as salpas continuam relativamente pouco conhecidas, além de serem injustamente associadas a apelidos depreciativos como “bolas de gelatina” ou “baldes de meleca”. Outra confusão frequente é associá-las às águas-vivas que, apesar de também gelatinosas, têm uma biologia e ecologia diferentes.Enquanto as águas-vivas são cnidários, as salpas são tunicados, parentes dos vertebrados e não portadoras das células que causam queimaduras em banhistas. &nbsp;Elas têm o corpo cilíndrico e transparente, e se locomovem por propulsão jato. Enquanto filtram partículas de alimentos, as salpas se contraem ritmicamente e expulsam a água por uma abertura atrial,&nbsp;Além de sua classificação biológica, elas também são consideradas zooplânctons durante parte de suas vidas, quando flutuam livremente na coluna d'água e são arrastadas pelas correntes oceânicas. Salpas são os animais multicelulares com crescimento mais rápido da Terra, atingindo sua maturidade em apenas 48 horas, e aumentando seu crescimento em 10% por hora.<h2>Reprodução das salpas: machos se transformam em fêmeas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/31/31201546956008.jpg" alt="Salpas agregadas em um longa cadeia. (Fonte: L. Madin/Instituto Oceanográfico Woods Hole)"><figcaption>Salpas agregadas em um longa cadeia. (Fonte: L. Madin/Instituto Oceanográfico Woods Hole)</figcaption></figure></figure>Por ter um ciclo de vida relativamente curto, as salpas tiveram que desenvolver uma estratégia reprodutiva que permitisse uma multiplicação rápida, feita de forma assexuada, mas que continuasse preservando sua diversidade genética. Por isso, alternam ciclicamente para a reprodução sexuada, conforme fatores ambientais, como densidade populacional e disponibilidade de nutrientes,Na fase assexuada, uma salpa sozinha consegue se reproduzir por brotamento, formando longas correntes de clones. A fase é ideal para quando existe grande disponibilidade de alimento no ambiente. Essas correntes se desenvolvem em blastozoides que se reproduzem sexuadamente, atuando como hermafroditas sequenciais.A princípio, a cadeia inteira é de machos, que produzem espermatozoides, mas, depois de um período, esses blastozoides se tornam fêmeas e produzem ovos. Essa alternância de sexo (protandria) faz com que a fertilização aconteça dentro da mesma corrente de salpas, pois o espermatozoide liberado pelos blastozoides mais jovens fertiliza os óvulos dos blastozoides mais velhos.&nbsp;<h2>Salpas reduzem o CO2 da atmosfera terrestre</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/31/31202004290013.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reproduçao)"><figcaption>A alimentação das salpas faz com que produzam fezes ricas em carbono. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Seja na superfície do oceano ou a 800 metros de profundidade, as salpas desempenham um papel vital na saúde dos oceanos. Elas são eficientes filtradoras de água, alimentando-se de fitoplâncton e outras partículas orgânicas.&nbsp;Ao fazer isso, elas ajudam a manter o equilíbrio ecológico, removendo grandes quantidades de carbono da água e transferindo-o para as profundezas do oceano, tanto em suas fezes densas que afundam rapidamente na coluna d'água, como em seus corpos, quando encerram suas breves vidas.Um enxame de salpas espalhadas por uma área de 100 mil quilômetros quadrados consegue capturar, em uma única noite, cerca de 4 mil toneladas de CO2. Esse processo de sequestro de carbono é importante na mitigação das mudanças climáticas, pois reduz a quantidade de dióxido de carbono no sistema de circulação superficial oceano-atmosfera.&nbsp;

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