Imagem de Pesquisadores descobrem que girinos comem sapos adultos no megacurioso

No México, um grupo de pesquisadores encontraram girinos da espécie Tripion petasatus se alimentando da rã Smilisca baudinii. A curiosa descoberta fo


<p>No México, um grupo de pesquisadores encontraram girinos da espécie <em>Tripion petasatus</em> se alimentando da rã <em>Smilisca baudinii</em>. A curiosa descoberta foi divulgada em um artigo publicado no <em>Herpetological Review</em>.</p>



<p>Naturalmente, estes anfíbios costumam se alimentar de algas, invertebrados, ovos e até mesmo outras larvas. Contudo, a escassez de alimentos parece ter levado as pequenas criaturas a comerem sapos adultos.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/01/01140450199240.jpg" alt="Corpo do Smilisca baudinii encontrado pelos pesquisadores." /><figcaption>(Fonte: &nbsp;Herpetological Review/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Os pesquisadores da Reserva da Biosfera de Calakmul observaram o comportamento após encontrarem o corpo de uma rã morta sendo roído lentamente por um girino em um dos tanques artificiais.</p>



<p>Esses ambientes controlados foram criados para preservar a população de <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/45727-9-sapos-e-seus-superpoderes-incriveis.htm">anfíbios</a> da Península de Yucatán, pois nos últimos anos, os reservatórios temporários têm diminuído e, com isso, o ciclo inicial da vida de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115842-conheca-o-sapo-de-vidro-e-seu-curioso-corpo-transparente.htm">sapos e rãs</a> está ficando mais complicado.</p>



<p>Portanto, com menos fontes de alimentos, espécies como o <em>T. petasatus</em> passam a praticar canibalismo e se alimentar de outros larvas iguais. Entretanto, os especialistas não esperavam que eles fossem tão “ousados” a ponto de comer adultos de outra espécie.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/01/01140611324241.jpg" alt="Girinos foram encontrados com partes de sapos mortos na boca." /><figcaption>(Fonte: &nbsp;Herpetological Review/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<h2>Alimentação nutritiva acelera o crescimento</h2>



<p>O artigo destaca que os nutrientes consumidos no início da vida têm grande influência no crescimento dos anfíbios. Assim, uma dieta bem nutritiva colabora para que eles se desenvolvam mais rápido e deixem de ser indefesos.</p>



<p>Então, os pesquisadores definem que o comportamento do <em>T. petasatus</em> não está apenas relacionado à falta de alimentos, &nbsp;mas talvez seja também um esforço para acelerar o crescimento ao ingerir algo mais nutritivo.</p>



<p>“Serem alimentadores oportunistas reduz a quantidade de tempo gasto no estágio larval vulnerável. Essa é uma informação extremamente útil sobre a sobrevivência e relação predador-presa”, explicou o pesquisador Alexandros Theodorou.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/01/01140659309242.jpg" alt="T. petasus na fase adulta." /><figcaption>(Fonte: Maximilian Paradiz/WikiMedia/Reprodução)&nbsp;</figcaption></figure></div>



<h2>Fato inédito</h2>



<p>A descoberta dos especialistas da Reserva da Biosfera de Calakmul é o primeiro registro de um girino se alimentando de um sapo adulto de outra espécie. Com isso, ainda há muito o que se descobrir sobre os anfíbios.</p>



<p>“Devido ao estilo de vida enigmático, a herpetofauna é frequentemente esquecida. Nosso conhecimento sobre a maior parte do desenvolvimento básico deles ainda é limitado. Cada informação ajuda a preencher nosso mosaico sobre a <a href="https://www.megacurioso.com.br/fenomenos-da-natureza/">natureza</a>”, afirmou Theodorou.</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:02.886Z

Pesquisadores descobrem que girinos comem sapos adultos

Imagem de Cientista usa próprio braço para alimentar milhares de mosquitos no megacurioso

O entomologista Dr. Perran Stott-Ross, da Universidade de Melbourne, na Austrália, emprestou seu braço para que milhares de mosquitos pudessem se ali


<p>O entomologista Dr. Perran Stott-Ross, da Universidade de Melbourne, na Austrália, emprestou seu braço para que milhares de mosquitos pudessem se alimentar, a fim de se manterem saudáveis para futuras baterias de testes laboratoriais.&nbsp;</p>



<p>O sacrifício do especialista é parte de um processo científico para realizar pesquisas sobre a contenção do vírus da dengue, e a estratégia vem se provando bastante promissora.</p>



<p>Desde 2011, cientistas australianos vêm liberando na natureza enxames de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116156-apartamentos-chineses-sao-tomados-por-plantas-e-imagens-assustam.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">mosquitos</a> que hospedam a bactéria <em>Wolbachia</em>, responsável por inibir a proliferação do vírus da dengue através de um bloqueio natural.&nbsp;</p>



<p>Como resultado, nos últimos anos as taxas de contaminação da população vem caindo substancialmente, como no caso do extremo norte de Queensland e outras regiões. &#8220;O extremo norte de Queensland é agora essencialmente uma área livre de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116178-dengue-pode-gerar-imunidade-contra-a-covid-19-sugere-estudo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">dengue</a> pela primeira vez em mais de 100 anos&#8221;, disse o médico Richard Gair, diretor de Serviços de Saúde Pública Tropical, em Cairns.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/01/01085353132045.jpg" alt="(Fonte: Perran Ross/Twitter)" /><figcaption>(Fonte: Perran Ross/Twitter)</figcaption></figure></div>



<p>Porém, para permitir a criação de enormes grupos de mosquitos que possam ser enviados com a difícil missão de transmitir a bactéria entre gerações, Stott-Ross deve manter os insetos saudáveis e bem alimentados. Coube, então, para seu braço ser a dieta necessária para que os sugadores de sangue continuem a ser testados.</p>



<p>“Às vezes pode doer um pouco se eles te picam no lugar certo, mas principalmente é apenas uma leve irritação. Definitivamente a coceira vem depois. Assim que tiro meu braço, tenho que resistir à vontade de coçar&#8221;, disse Ross em entrevista.</p>



<figure class="wp-block-embed-twitter wp-block-embed is-type-rich is-provider-twitter"><div class="wp-block-embed__wrapper">
<blockquote class="twitter-tweet" data-width="550" data-dnt="true"><p lang="en" dir="ltr">Time-lapse mosquito feeding <a href="https://t.co/AJx5iy1gqr">pic.twitter.com/AJx5iy1gqr</a></p>&mdash; Perran Ross (@MosWhisperer) <a href="https://twitter.com/MosWhisperer/status/940472111461789702?ref_src=twsrc%5Etfw">December 12, 2017</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>
</div></figure>



<p>O especialista em insetos postou em suas redes sociais diversas etapas dos processos de alimentação dos mosquitos, e as imagens chocam ao mostrar seu braço ocupado por milhares de fêmeas prestes a receber a bactéria em seus organismos.&nbsp;</p>



<p>Em certo momento, o cientista chegou a ser picado por 5 mil insetos, algo inimaginável para quem não consegue lidar com um sequer incomodando e voando por perto.</p>



<h2>A bactéria <em>Wolbachia</em></h2>



<p>Transmitida entre gerações de mosquito, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116170-conheca-a-bacteria-que-expira-eletricidade-e-como-ela-faz-isso.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">bactéria</a> <em>Wolbachia&nbsp;</em>já se mostrou eficaz no combate ao vírus da dengue e não afeta o organismo humano de forma prejudicial. Diferentemente do <em>Aedes aegypti</em>, o micro-organismo não surge naturalmente no ambiente natural e deve ser criado em laboratórios para que haja a contaminação em massa de espécies de insetos.</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:02.834Z

Cientista usa próprio braço para alimentar milhares de mosquitos

Imagem de Por que algumas cobras estão comendo apenas as vísceras de sapos? no megacurioso

Um estudo publicado em 11 de setembro no periódico Herpetozoa analisou o motivo das cobras kukri asiáticas (Oligodon fasciolatus) serem vistas recent


<p>Um estudo publicado em 11 de setembro no periódico Herpetozoa analisou o motivo das <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/70202-5-das-cobras-mais-venenosas-que-existem-no-planeta.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">cobras</a> kukri asiáticas (<em>Oligodon fasciolatus</em>) serem vistas recentemente comendo apenas as vísceras de <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/45727-9-sapos-e-seus-superpoderes-incriveis.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">sapos</a> na <a href="https://www.megacurioso.com.br/proxima-parada/52360-proxima-parada-tailandia-um-pais-exotico-fascinante-e-historico.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Tailândia</a>.&nbsp;</p>



<p>Elas, que possuem dentes bem largos, conseguem mergulhar suas cabeças nas cavidades abdominais desses anfíbios para comer seus órgãos internos. No entanto, tudo isso acontece enquanto as criaturas ainda estão vivas, deixando o resto do cadáver intocado.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/30/30105346798247.jpg" alt="(Fonte: Winai Suthanthangjai/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Winai Suthanthangjai/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>De acordo com a pesquisa, os animais atacados são venenosos e pertencentes à espécie <em>Duttaphrynus melanostictus</em>, também conhecidos como sapos-comuns asiáticos ou sapos-manchados asiáticos. Eles costumam lutar por sua sobrevivência secretando uma substância branca tóxica, o que levou os cientistas a acreditar que a estratégia das víboras pode ser uma forma de evitar esta toxina.</p>



<h2>Cobras versus Sapos</h2>



<p>As <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/46799-as-9-cobras-mais-bizarras-ja-conhecidas.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">cobras</a> kukri são chamadas assim porque seus dentes cortantes se assemelham a um facão curvado comumente encontrado no <a href="https://www.megacurioso.com.br/proxima-parada/69954-proxima-parada-nepal-o-pais-com-as-montanhas-mais-altas-do-planeta.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Nepal</a>.&nbsp;</p>



<p>Os pesquisadores analisaram três ocorrências das cobras comendo sapos na Tailândia. Na primeira delas, em 2016, o sapo já estava morto quando as testemunhas descobriram a cena, aparentemente, o réptil teria cortado o corpo da presa balançando a cabeça de um lado para o outro, e em seguida, inserido-a lentamente na ferida.</p>



<p>“Posteriormente, retirou órgãos como fígado, coração, pulmão e parte do trato gastrointestinal&#8221;, explicou Henrik Bringsøe, autor principal do novo estudo.&nbsp;</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/30/30105404376248.jpg" alt="(Fonte: Winai Suthanthangjai/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Winai Suthanthangjai/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>As outras ocorrências aconteceram neste ano e uma delas teria durado quase três horas. A kukri atacou a criatura, mas foi detida temporariamente por causa do veneno. Depois de finalmente neutralizar a toxina, ela conseguiu engolir os órgãos que tanto queria, mas o mais chocante é que sua vítima ainda respirava.</p>



<p>O estudo ainda levantou algumas hipóteses sobre os dois animais para análises futuras. Entre elas está o fato de que as víboras podem ser imunes às toxinas do <em>Duttaphrynus</em>. No entanto, ainda não há dados suficientes para afirmar com certeza.</p>



<p>&#8220;Continuaremos a observar essas cobras fascinantes na esperança de descobrir outros aspectos interessantes de sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/biologia/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">biologia</a>&#8220;, finalizou Bringsøe.&nbsp;</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:02.814Z

Por que algumas cobras estão comendo apenas as vísceras de sapos?

Imagem de Cromossomo Y poderia determinar mais do que só o gênero biológico no megacurioso

Um novo estudo publicado na revista Scientific Reports pode indicar novas relações orgânicas envolvendo o cromossomo Y. Determinante do gênero biológ


<p>Um novo estudo publicado na revista <em>Scientific Reports</em> pode indicar novas relações orgânicas envolvendo o cromossomo Y. Determinante do gênero biológico masculino, sua responsabilidade nos sistemas — além do reprodutor — sugere que essa estrutura é capaz de regular inúmeros processos celulares, inclusive fornecendo respostas mais concretas sobre as diferenças biológicas existentes entre os indivíduos.</p>



<p>Segundo o pesquisador e autor do projeto, Christian F. Deschepper, do Instituto de Pesquisas Clínicas de Montreal, no Canadá, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111956-cromossomo-y-pode-desaparecer-em-futuro-distante.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">cromossomo Y</a> possui uma classe de genes reguladores que impactam funcionalmente no comportamento celular do organismo. O artigo teve como base descobertas anteriores sobre a participação dos cromossomos na saúde dos humanos, incluindo um estudo de março deste ano, realizado pela Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, que investigava a longevidade das vidas XX em relação às XY.</p>



<p>Para avaliar os efeitos do cromossomo Y nos organismos, os cientistas modificaram geneticamente grupos de camundongos, que tiveram genes subtraídos dessa estrutura. Pouco tempo depois da mutação artificial, os especialistas perceberam que o tecido cardíaco dos animais passou a se desenvolver de forma anômala, comprometendo as atividades do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115742-doencas-cardiacas-poderao-ser-detectadas-atraves-de-selfies.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">sistema cardiovascular</a>.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><a class="fonte_imagem" href="https://blog.bhf.org.uk/7-things-we-learnt-about-heart-disease-this-month-a49ba5f702c"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/30/30172504295557.jpeg" alt="(Fonte: British Heart Foundation/Reprodução)"/></a><figcaption>(Fonte: British Heart Foundation/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Como resultado, proteínas de mitocôndrias — organela importante para a respiração celular — foram alteradas e as células cardíacas deixaram de responder aos ácidos graxos, que são estruturas de extrema importância para a manutenção da energia celular. Dessa forma, o corpo ficou mais suscetível a doenças cardíacas.</p>



<h2>Impacto em rede celular</h2>



<p>A mutação cromossômica não teve impacto apenas no desenvolvimento e na &#8220;recarga&#8221; de uma célula, mas em uma rede periférica que atingiu os genes vizinhos, sugerindo que a estrutura do material genético funciona como uma unidade sistemática que pode enfrentar muito mais problemas com a ausência de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115979-cientistas-inventam-material-que-se-lembra-de-sua-forma.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">proteínas</a> e de outras macromoléculas.</p>



<p>&#8220;Nossa descoberta fornece uma melhor compreensão de como os genes masculinos no cromossomo Y permitem que as células masculinas funcionem de maneira diferente das células femininas&#8221;, explicou Christian Deschepper. “No futuro, esses resultados podem ajudar a lançar alguma luz sobre por que algumas doenças ocorrem de maneira diferente em homens e mulheres.”</p>



<p>O projeto deverá continuar uma série de testes para ajudar a compreender como o cromossomo Y realmente impacta nas funções do corpo.</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:02.535Z

Cromossomo Y poderia determinar mais do que só o gênero biológico

Imagem de Percepção do tempo pode ser alterada por células cerebrais 'cansadas' no megacurioso

Na escola, na faculdade ou no trabalho, às vezes experimentamos sensações de tempo muito diferentes. Você já deve ter tido a impressão de que uma man


<p>Na escola, na faculdade ou no trabalho, às vezes experimentamos sensações de tempo muito diferentes. Você já deve ter tido a impressão de que uma manhã “voou” ou que uma tarde se arrastou indefinidamente, mesmo que, no relógio, o tempo seja exatamente o mesmo de outros dias em que a sensação de tempo foi “normal”. </p>



<p>Segundo um estudo, as responsáveis por essa diferença na percepção do tempo são as <a href="https://www.megacurioso.com.br/neurociencia/28898-confira-um-neuronio-em-pleno-funcionamento-video-.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">células cerebrais</a> cansadas. Os pesquisadores concluíram que, quando os neurônios sofrem fadiga, a transmissão de sinais que organizam a experiência de tempo pode ser afetada.</p>



<h2>Experimento</h2>



<p><img src="https://cdn.pixabay.com/photo/2016/10/14/11/28/neurons-1739997_960_720.jpg" alt="Neurônios, Células Do Cérebro, Estrutura Do Cérebro"><br>Cientistas perceberam que a fadiga das células cerebrais altera a percepção de tempo. (Fonte: Pixabay)</p>



<p>Para chegar a essa conclusão, cientistas do Centro de Redes Neurais e de Informação do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação do Japão expuseram pessoas a dois diferentes estímulos: parte do grupo via um círculo cinza em um fundo preto por 250 milissegundos, por trinta vezes consecutivas; a outra parte, por 750 milissegundos.</p>



<p>Após esse estímulo, participantes de ambos os grupos ouviram um ruído branco: sinal sonoro que contém todas as frequências na mesma potência. Essa escolha se deu porque um estímulo auditivo estaria menos propenso a ser afetado pelo estímulo visual anterior.</p>



<p>Os cientistas questionaram os participantes sobre a percepção do tempo após esses testes iniciais: eles deveriam dizer se o estímulo do teste visual era mais longo ou mais curto do que o estímulo sonoro. </p>



<p>A conclusão foi interessante: o grupo exposto a um estímulo mais longo superestimou o tempo do ruído branco; já o grupo estimulado visualmente por menos tempo subestimou o tempo do estímulo sonoro. </p>



<h2>Sensação</h2>



<p><img src="https://cdn.pixabay.com/photo/2014/07/09/12/17/live-concert-388160_960_720.jpg" alt="Concerto Ao Vivo, Clube De Dança, Discoteca, Laser"><br>O estudo permite entender por que a sensação de tempo é afetada após estímulos intensos. (Fonte: Pixabay)</p>



<p>Para os cientistas, esse resultado auxilia no entendimento do funcionamento dos neurônios: quando há mais repetição, os neurônios ficam mais “cansados” e se acomodam ao ritmo do estímulo. </p>



<p>Isso ajuda a explicar por que tendemos a enxergar o mundo com a mesma velocidade de um estímulo ao qual fomos submetidos por longo tempo, seja o ritmo calmo de um concerto musical, seja a aceleração de um filme de suspense. </p>



<p>É por isso também que aquela <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/43244-a-ciencia-comprova-palestras-sao-chatas-e-ineficientes.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">aula interminável</a> ou aquela <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/114825-trabalho-chato-rende-indenizacao-de-us-45-mil-a-ex-funcionario.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">reunião chata no trabalho</a> deixam você entediado ao longo do dia. Então já sabe: depois de uma atividade lenta, coloque uma música bem agitada e deixe que ela reprograme você para as outras atividades ao longo do dia.</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:02.496Z

Percepção do tempo pode ser alterada por células cerebrais 'cansadas'

Imagem de Três estranhos idênticos: o horrível experimento em trigêmeos no megacurioso

Em meados de 1980, o jovem Bobby Shafran, aos 19 anos, entrou para a faculdade pública Sullivan Community College, localizada em Loch Sheldrake, inte


<p>Em meados de 1980, o jovem Bobby Shafran, aos 19 anos, entrou para a faculdade pública Sullivan Community College, localizada em Loch Sheldrake, interior de Nova York (EUA). Imediatamente, ele foi recebido por vários estranhos que o cumprimentavam de uma maneira muito amigável e íntima, com abraços exagerados e comentários como se o conhecessem.</p>



<p>“Os caras me davam tapinhas nas costas, e as garotas me abraçavam e beijavam”, lembrou Shafran mais tarde. Apesar de se sentir acolhido, achou muito estranho que eles o chamavam de Eddy, e não de Bobby.</p>



<p>Foi o estudante Michael Domnitz que indagou Shafran se ele era adotado. Após a resposta afirmativa, Domnitz soltou o que Shafran menos esperava ouvir: “Acho que você tem um irmão gêmeo”. Ele se referia a Edward Galland, mais conhecido por todos como Eddy, o melhor amigo de infância de Domnitz.</p>



<h2>A surreal descoberta</h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/18/18154542739282.jpg" alt="(Fonte: Vogue/Reprodução)"/><figcaption>(Fonte: Vogue/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Por mais confuso que fosse, tudo começava a fazer sentido na cabeça de Shafran. Disposto a ficar frente a frente com seu possível irmão gêmeo, ele viajou com Domnitz até Long Island naquele mesmo dia, visto que Galland havia abandonado a faculdade no ano interior.</p>



<p>Depois de 19 anos, Shafran se encontrou com o irmão e não pôde acreditar em como eles eram exatamente idênticos, até mesmo no tom de voz. Entre conversas repletas de entusiasmo e choque, os dois descobriram que riam da mesma maneira, possuíam marcas de nascença iguais, praticavam luta, perderam a virgindade na mesma idade e até compartilhavam a mesma pontuação de QI (148). Porém, as surpresas estavam bem longe de acabar.</p>



<p>Quando um jornal local publicou a surpreendente história, David Kellman, um estudante do Queen’s College, também em Nova York, reconheceu o seu próprio rosto nas fotos dos irmãos e rapidamente entrou em contato. Eles então descobriram que eram trigêmeos.</p>



<h2>Ascensão e queda</h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/18/18155102788287.jpg" alt="(Fonte: New Scientist/Reprodução)"/><figcaption>(Fonte: New Scientist/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Uma vez juntos, os trigêmeos começaram a se conhecer cada vez mais e, pelo contato com a mídia, não demorou para que a história de vida deles se tornasse uma &#8220;sensação&#8221;. Eles souberam aproveitar bem a transformação pela qual estavam passando, tanto que decidiram se mudar para um apartamento e até abriram um restaurante em Nova York, chamado <em>Triplets</em> (trigêmeos, em inglês). Eles chegaram a fazer uma participação especial no filme <em>Desperately Seeking Susan</em>, estrelado por Madonna e Rosana Arquette.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/18/18155234991290.jpg" alt="(Fonte: Bouquets &amp; Brickbats/Reprodução)"/><figcaption>Cena do filme <em>Desperately Seeking Susan.</em> (Fonte: Bouquets &amp; Brickbats/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Eddy, David e Bobby se tornaram melhores amigos e se amavam profundamente, mas cada um deles tinha problemas pessoais, principalmente Eddy Galland. De acordo com Kellman, um dos problemas era que ele “nunca aprendeu a discutir e depois a fazer as pazes”.</p>



<p>Galland foi diagnosticado com transtorno afetivo-bipolar, um distúrbio psiquiátrico caracterizado pela alternância súbita de episódios intensos de depressão e euforia, também conhecidos como mania ou hipomania. Galland teria-se tornado tão obcecado em fazer parte da família que desenvolveu o hábito de seguir Kellman e sua esposa para onde quer que eles fossem. Kellman, inclusive, chegou a se mudar três vezes para tentar fugir do rastro do irmão, mas sem sucesso. Foi em meio a esse cenário que a relação deles se desgastou.</p>



<p>Nesse momento, os trigêmeos acharam que era o fim de tudo, mas era apenas o começo de uma história obscura.</p>



<h2>Um segredo</h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/18/18155533555293.jpeg" alt="Dr. Peter Neubauer. (Fonte: Peru24/Reprodução)"/><figcaption>Dr. Peter Neubauer. (Fonte: Peru24/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Em meados de 1995, Galland atingiu o pico de alteração causado pelo distúrbio, o que resultou em meses de uma psicose maníaca-depressiva que levou à sua internação em um hospital psiquiátrico. Naquele mesmo ano, infelizmente, Eddy Galland cometeu suicídio atirando contra a própria cabeça.</p>



<p>Tristes e abalados com toda a história, os outros dois irmãos acabaram se afastando e seguindo com a vida. Mais tarde, em 1995, o jornalista Lawrence Wright, vencedor do Prêmio Pulitzer, publicou um artigo expondo para o mundo um perturbador estudo psicológico realizado em 1960 com bebês gêmeos e como isso poderia ter alguma conexão com os trigêmeos que se tornaram uma sensação na década de 1980.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/18/18155707165294.jpg" alt="(Fonte: History Net/Reprodução)"/><figcaption>(Fonte: History Net/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Após terem acesso aos registros dos experimentos colocados no departamento secreto da Universidade de Yale, Kellman e Shafran descobriram que eles foram apenas uma das muitas cobaias usadas pelo psiquiatra Peter Neubauer.</p>



<p>O estudo científico de Neubauer recrutou participantes através de agências de adoção judaicas por toda a Nova York de 1960 para que ele pudesse entender como era o desenvolvimento de crianças com composições genéticas idênticas quando separadas após o nascimento. Ele queria saber quais traços específicos da personalidade de um indivíduo vem da natureza e quais da criação.</p>



<h2>Vítimas da ciência</h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/18/18160002151295.jpg" alt="(Fonte: Platform Magazine/Reprodução)"/><figcaption>(Fonte: Platform Magazine/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Sendo assim, ele separava os gêmeos para que fossem criados em ambientes diferentes. Shafran, Kellman e Galland nasceram de uma adolescente, em 12 de julho de 1961, no Long Island Jewish Hospital, e foram entregues pela agência de adoção Louise Wise Services para Neubauer e sua equipe.&nbsp;</p>



<p>Os irmãos foram designados para estilos de lares e níveis de renda familiar diferentes: Kellman cresceu em uma família pobre, Galland foi criado em um lar de classe média e Shafran em uma família de classe média-alta.</p>



<p>Fingindo serem agentes de saúde enviados pelo governo, a equipe de pesquisa de Neubauer observou os trigêmeos desde a infância até a puberdade. Eles eram visitados periodicamente, mas a frequência foi diminuindo conforme eles foram crescendo. Claire, mãe de Kellman, até se lembrou de um episódio em que um dos pesquisadores deu ao garoto pinos quadrados para que ele colocasse nos ouvidos e no nariz.</p>



<p>No final das contas, o experimento se provou cruel e indicou que a separação dos trigêmeos desencadeou traumas psicológicos profundos e incompreensíveis neles. Os pais adotivos relataram como as crianças costumavam bater a cabeça contra as barras do berço.&nbsp;</p>



<p>Ao longo de sua vida, Kellman teve muitos problemas emocionais e passou muito tempo se consultando com um psicólogo. Galland, por outro lado, desenvolveu um transtorno mental que causou a sua morte. Já Shafran estava em liberdade condicional após confessar ter se envolvido em um assalto que terminou com a morte de uma mulher em 1978.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/18/18160348465298.jpg" alt="David Kellman, o diretor Tim Wardle, e Bobby Shafran. (Fonte: Ladbible/Reprodução)"/><figcaption>David Kellman, o diretor Tim Wardle, e Bobby Shafran. (Fonte: Ladbible/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>“O que mais me revolta é que eles estudaram a gente e sabiam que estávamos passando por isso por causa da ansiedade da separação&#8221;, disse Shafran ao <em>The New York Post</em>.</p>



<p>O estudo nunca foi publicado pelo Dr. Neubauer e, quando ele morreu em 2008, tudo foi entregue à Universidade de Yale sob sigilo máximo para que fosse guardado até 2065 – tempo suficiente para que todos os envolvidos já estivessem mortos.</p>



<p>O estudo foi financiado com dinheiro público e privado, com bolsas da National Institute of Health. Shafran e Kellman entraram com uma ação judicial, porém na época o estudo não violou nenhuma lei ao longo de sua execução, apesar de tratá-los como ratos de laboratório. A mãe biológica permitiu a separação de seus filhos, e o estado de Nova York só homologou em 1981 uma lei que obrigasse as agências de adoção a manterem os irmãos juntos.</p>



<p>Dirigido por Tim Wardle, em 2018 foi lançado o documentário <em>Three Identical Strangers</em>, que relata com detalhes todo o esquema sujo e inescrupuloso da manipulação científica que arruinou a vida dos irmãos.</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:02.393Z

Três estranhos idênticos: o horrível experimento em trigêmeos

Imagem de O que os seres vivos respiravam antes de existir oxigênio? no megacurioso

Nós e a maioria dos animais inspiramos oxigênio e exalamos gás carbônico para respirar... Então, o que os primeiros seres vivos da Terra respiravam, 


<p>Nós e a maioria dos animais inspiramos oxigênio e exalamos gás carbônico para respirar&#8230; Então, o que os primeiros seres vivos da Terra respiravam, quando surgiram há 3,5 bilhões de anos, se o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111733-afinal-qual-e-a-origem-do-oxigenio-no-universo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">oxigênio só começou a existir</a> cerca de um bilhão de anos depois disso?&nbsp;</p>



<p>Os cientistas suspeitavam do ferro e do <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/100875-por-que-alguns-peidos-sao-mais-fedidos-do-que-outros.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">enxofre</a>, elementos que alguns micróbios usam para respirar até hoje. Mas, talvez, a resposta seja bem mais inusitada: novos estudos indicam que os micróbios desse período respiravam arsênico, um dos mais conhecidos tipos de veneno do mundo (<a href="https://www.megacurioso.com.br/fisica-e-quimica/45221-confira-quais-sao-as-cinco-substancias-mais-venenosas-do-mundo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">e um dos mais letais</a>).&nbsp;</p>



<p>Os arsênicos são compostos de arsênio — esse sim um elemento da família periódica, da mesma família do hidrogênio e bastante abundante em todo o planeta. Um dos tipos mais comuns é o trióxido de arsênio ou arsênico branco, muito usado na mineração, na indústria e como veneno, é claro. Para a respiração, só por esses micróbios mesmo&#8230;&nbsp;</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/28/28180431996249.jpg" alt="Parece apenas um pó branco, mas é um dos piores venenos do mundo: o trióxido de arsênio (Fonte: Wikimedia Commons)" /><figcaption>Parece apenas um pó branco, mas é um dos piores venenos do mundo: o trióxido de arsênio (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></div>



<h2>Que lugar tóxico!</h2>



<p>Os novos estudos que indicaram a respiração com arsênico foram realizadas com um grupo de micróbios <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/74123-conheca-as-adoraveis-ovelhas-do-mar-que-fazem-fotossintese-galeria.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">fotossintéticos</a> que vive em um lago no deserto do Atacama, onde simplesmente não existe oxigênio. Altas concentrações de sulfeto de hidrogênio e do próprio arsênico foram encontradas nas águas próximas da colônia.&nbsp;</p>



<p>Por mais inusitada que a descoberta pareça — já que se trata de um composto químico altamente tóxico — pesquisas científicas anteriores já observaram colônias que respiram arsênico no Pacífico, na Austrália e em lagos hipersalinos da Califórnia.&nbsp;</p>



<p>Agora, o próximo passo dos cientistas é descobrir se os micróbios do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/104639-isto-e-o-que-acontece-quando-chove-no-deserto-mais-seco-da-terra.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Atacama</a>, além de viverem em uma água cheia de arsênico, também metabolizam compostos derivados do arsênio em seus organismos.&nbsp;</p>



<p>Se isso for verdade, pode ser uma grande mudança no que sabemos sobre as primeiras formas de vida da Terra. Além disso, quando formos procurar evidências vida em outros planetas, o arsênico pode ser um dos compostos químicos pesquisados.&nbsp;</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:02.122Z

O que os seres vivos respiravam antes de existir oxigênio?

Imagem de Sequenciamento genético da USP mostra o futuro do ser humano no megacurioso

A população brasileira é o futuro da humanidade — pelo menos geneticamente falando. Essa é uma das conclusões a que chegaram pesquisadores internacio


<p>A população brasileira é o futuro da humanidade — pelo menos geneticamente falando. Essa é uma das conclusões a que chegaram pesquisadores internacionais ao analisarem os resultados alcançados pela equipe de geneticistas do Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco (CEGH-CEL) do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), que, há 10 anos, trabalha no sequenciamento do genoma completo de 1.171 idosos paulistanos.</p>



<p>Em 2012, o ecologista e biólogo evolutivo da Universidade Yale Stephen Stearns liderou um estudo que afirmava que a globalização, a imigração, a difusão cultural e a facilidade das viagens modernas, ao misturar africanos, nativos americanos e europeus, são responsáveis pela progressiva homogeneização das características físicas da população do planeta. Stearns acredita que &#8220;daqui a alguns séculos, todos nós nos pareceremos com brasileiros&#8221;.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f720458ac9ab.gif" alt="" class="wp-image-122294"/></figure>



<p>&#8220;É o maior banco de DNA de pessoas idosas da América Latina e de uma população altamente miscigenada como a brasileira&#8221;, disse à&nbsp;<em>Agência FAPESP</em>&nbsp;a geneticista Mayana Zatz, líder do trabalho que contou com o também geneticista Michel Naslavsky. Para receber os dados do sequenciamento, foi criado o Arquivo Brasileiro Online de Mutações (ABraOM), com acesso público.</p>



<h2>Múltiplas ancestralidades</h2>



<p>A escolha de voluntários idosos para o sequenciamento do genoma teve inúmeros motivos; um deles foi terem mais de 60 anos, idade em que começam a se manifestar doenças como Alzheimer e Parkinson. Além disso, São Paulo é uma das poucas cidades brasileiras que recebe não apenas imigrantes dos cinco continentes como também de todas as regiões do país.</p>



<p>No grupo estudado há desde indivíduos com um único ancestral (a primeira geração de imigrantes) até que carregam em si uma mistura (pela ordem de maior predominância) de europeus, africanos, ameríndios e asiáticos. Foram descobertas mais de 76 milhões de mutações genéticas; destas, 2 milhões não constavam de bancos de dados internacionais, já que populações altamente miscigenadas como a brasileira são sub-representadas.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f720458ac28a.gif" alt="" class="wp-image-122295"/></figure>



<h2>Mexicanos, não latinos</h2>



<p>&#8220;Essa diversidade genética é oposta à de países como os Estados Unidos, onde, mesmo com descendentes de africanos e caucasianos, é raro quem tenha mais de duas ancestralidades. Estes são classificados como latinos, quando na verdade são majoritariamente mexicanos, que não têm o mesmo perfil de ancestralidade genética das populações do Brasil e de outros países da América Latina&#8221;, disse Naslavsky.</p>



<p>No genoma dos idosos brasileiros, os pesquisadores ainda identificaram as doenças genéticas mais comuns por aqui: fibrose cística, anemia falciforme, surdez relacionada ao gene GJB2 e febre familiar mediterrânea — a duas últimas sendo as mais frequentes no país.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f720458d195c.gif" alt="" class="wp-image-122297"/></figure>



<p>O grupo vai terminar o sequenciamento do genoma de mais 400 idosos e acompanhar a família dos voluntários &#8220;para entender o genoma de pessoas da mesma geração que compartilham o ambiente, mas têm origem genéticas distintas”, explicou o geneticista.</p>



<h2>Sem financiamento</h2>



<p>O estudo será usado, ainda, para avaliar como variantes genéticas respondem ao novo&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/coronavirus" rel="noreferrer noopener" target="_blank">coronavírus</a>. &#8220;Enquanto a maioria dos idosos tem maior risco de sofrer complicações, há centenários contaminados que apresentam quadro leve ou a forma assintomática da doença. Queremos estudar se essas pessoas têm algum gene protetor&#8221;, disse Zatz.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f720458d185a.gif" alt="" class="wp-image-122296"/></figure>



<p>A diretora do CEGH-CEL, porém, teme pelo futuro da pesquisa com as mudanças&nbsp;<a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/177187-pl-governo-doria-retira-fundos-reserva-universidades.htm" target="_blank">anunciadas pelo governo de São Paulo</a>&nbsp;de obrigar universidades e instituições de financiamento a enviarem ao Tesouro estadual a verba em caixa todo fim de ano. &#8220;Se cortarem os recursos, estudos como o nosso podem ser interrompidos. Cada sequenciamento custa, no mínimo, mil dólares. Sem apoio financeiro não teríamos finalizado o estudo&#8221;, disse a geneticista.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204386-sequenciamento-genetico-usp-mostra-futuro-humano.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204386-sequenciamento-genetico-usp-mostra-futuro-humano.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Sequenciamento genético da USP mostra o futuro do ser humano</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:01.994Z

Sequenciamento genético da USP mostra o futuro do ser humano

Imagem de Aves têm cérebro mais parecido com o nosso do que imaginávamos no megacurioso

Aves têm cérebro mais parecido com o nosso do que imaginávamos


<p>Uma pesquisa recente, publicada na última quinta-feira (24) em formato de artigo no periódico científico <em>Science</em>, descobriu que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/42177-os-6-passaros-mais-estranhos-ou-assombrosos-da-mitologia.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">pássaros</a> possuem um <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/102375-mulheres-e-homens-tem-cerebros-diferentes-veja-o-que-a-ciencia-tem-a-dizer.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">cérebro</a> bem mais semelhante ao humano do que imaginávamos até agora. Durante muito tempo, membros da área da biologia presumiram que o órgão das <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/109260-10-provas-de-que-as-aves-podem-ser-excelentes-bichinhos-de-estimacao.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">aves</a> possuía funções limitadas, justamente por não terem o neocórtex — as áreas mais desenvolvidas do córtex, mas estavam errados.</p>



<p>Nos mamíferos, o neocórtex é a camada externa volumosa e evolutivamente moderna do cérebro que permite o desenvolvimento da cognição e da criatividade, constituindo a maior parte do que, nos vertebrados em geral, é chamado de pálio.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/25/25093647601105.jpg" alt="(Fonte: Unsplash/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Unsplash/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Com o novo estudo, foi possível perceber e analisar que os pássaros, de fato, possuem uma estrutura cerebral que pode ser comparada ao neocórtex, apesar de essa estrutura ser apresentada e configurada de uma forma diferente. Em nível celular, no entanto, essa região do cérebro das aves é muito parecida com a do órgão humano. Nesse sentido, isso pode explicar por que muitos pássaros exibem comportamentos e habilidades avançadas e que, de alguma forma, já conseguiram confundir os cientistas em muitas ocasiões.</p>



<h2>Pássaros inteligentes</h2>



<p>Onur Güntürkün, autor sênior da pesquisa e também neurocientista da Ruhr University Bochum, na Alemanha, escreveu em um dos artigos, junto a seus colegas, que analisaram regiões do cérebro das aves que estavam envolvidas no processamento de som e visão. Os pesquisadores descobriram que, tanto em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114745-conheca-os-34-pombos-mais-bonitos-e-diferentes-da-natureza.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">pombos</a> quanto em corujas, essas regiões cerebrais são construídas de maneira muito semelhante ao nosso neocórtex.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/25/25094559605107.jpg" alt="(Fonte: Unsplash/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Unsplash/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>“Agora podemos afirmar que essa organização em camadas semelhante a um córtex é, de fato, uma característica de todo o prosencéfalo sensorial na maioria, senão em todas, as aves”, afirmou Martin Stacho, coautor do estudo e colega de Güntürkün na Ruhr University Bochum, por meio de um comunicado.</p>



<p>Outras pesquisas realizadas no mundo já observaram um alto grau de inteligência nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107082-como-os-passaros-sabem-pra-onde-migrar.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">pássaros</a>. Com bastante treinamento, alguns pombos podem distinguir as obras de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Picasso e Monet</a>, por exemplo. No Japão, alguns <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/39743-10-fatos-sobre-os-corvos-que-vao-deixar-voce-fascinado.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">corvos</a> já deixaram intencionalmente algumas nozes na faixa de pedestres de um campus universitário esperando que o tráfego cotidiano as quebrasse.</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:01.857Z

Imagem de Por que os sapos têm olhos tão grandes em relação ao corpo? no megacurioso

Por que os sapos têm olhos tão grandes em relação ao corpo?


<p>Um artigo publicado no periódico <em>Proceedings of the Royal Society B</em> na última segunda-feira (23) esclarece porque <a rel="noopener noreferrer" href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115842-conheca-o-sapo-de-vidro-e-seu-curioso-corpo-transparente.htm" target="_blank">sapos e rãs</a> têm olhos tão grandes quando comparados com o tamanho do corpo. Conduzido por uma equipe do Museu de História Natural de Londres, o estudo envolveu 220 espécimes de anuros representando todas as 55 famílias atualmente conhecidas.</p>



<p>Sapos, rãs e pererecas (anfíbios da ordem <em>Anura</em>) existem em todas as formas e tamanhos imagináveis, mas alguns grupos compartilham características exageradas, como a potência do veneno por exemplo. <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/101410-13-fotos-para-voce-ver-as-ras-de-uma-maneira-diferente.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">As pererecas</a> apresentam olhos mais proeminentes quando comparados ao resto do corpo, enquanto as rãs das cavernas possuem olhos minúsculos, e o objetivo da pesquisa é explicar por que isto acontece.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/24/24122733817445.jpg" alt="Fonte: Pexels"/><figcaption>Fonte: Pexels</figcaption></figure></div>



<h2>A pesquisa</h2>



<p>Os pesquisadores mediram o comprimento do corpo dos anuros, o tamanho da córnea e a circunferência total dos olhos para comparar como as proporções mudam entre as espécies. Os resultados mostraram que, entre os anuros de olhos grandes e pequenos, habitats compartilhados era um tema recorrente.</p>



<p>A pesquisa trabalha com a hipótese de consumo energético. A líder da pesquisa, Kate Thomas, explica que usar os olhos é “caro” do ponto de vista energético. Dessa forma, o estudo propõe que os anuros se adaptaram para gastar com os olhos grandes apenas o que for estritamente necessário. Thomas dá como exemplo as pererecas, que são as mais “gastadoras”.</p>



<h2>As conclusões</h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/24/24122606052443.jpg" alt="Fonte: Pixabay"/><figcaption>Fonte: Pixabay</figcaption></figure></div>



<p>A pesquisadora esclareceu à revista <em>New Scientist</em> que: “As pererecas arborícolas têm os olhos maiores e precisam escalar, pular e tomar decisões rápidas durante o salto. Não que elas vejam melhor do que nós, mas, em comparação conosco, elas estão investindo muito mais de seu orçamento total de energia em visão”.</p>



<p>Para se entender esse “investimento”, é preciso levar em conta que esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/45727-9-sapos-e-seus-superpoderes-incriveis.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">anfíbios</a> têm que estar o tempo todo atentos à configuração do terreno em que vivem para evitar a predação. Além disso, precisam encontrar comida, abrigo e outros parceiros, o que acaba sendo uma tarefa bem difícil numa floresta quando você é <a href="https://www.megacurioso.com.br/biologia/36109-por-que-a-grama-e-verde-.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">verde</a>.</p>



<p>Abrir mão de um investimento ocular mais generoso para viver em ambientes fossoriais, subfossoriais e aquáticos faz todo o sentido. O que ainda precisa ser explicado é quais sentidos as pererecas têm que poupar para se permitir um orçamento óptico tão espalhafatoso.</p>


Biologia

Novidades